Outros bons exemplos já aqui referidos vêm do Parlamento, de Santarém e do IBMC, de Tavira pelo Macário Correia, e de Carnaxide.
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Imaginem isto cá (hey, temos que ser capazes de imaginar antes de sermos capazes de concretizar!):
Apesar de ter um carro com motorista ao seu dispôr, a nova
MinistraSecretária de Estado dos Assuntos Sociais da Holanda prefere usar a sua bicicleta – tal como tem feito, apesar da sua deficiência, como vemos aqui – enquanto serve na Câmara Municipal em Haia.
Se ao menos o handicap dos nossos governantes fosse físico… 😛
Faltou referir o que foi exactamente aquele ajuntamento de 30 mil ciclistas em Budapeste, aqui referido como uma “iniciativa a favor do ambiente”…
O objectivo da Massa Crítica de Budapeste é:
Much like in other parts of the world, the goals of Critical Mass Budapest are to raise awareness on the benefits of bicycling and other alternative means of transportation, and to assert cyclists’ right to the road.
Como o resto das Massas Críticas pelo mundo, e em Portugal. A diferença é que lá eles concentram a coisa de modo a reunir mais gente, parece.
Decorreram em Lisboa, de 7 a 9 deste mês, as Jornadas Europeias do Desenvolvimento, com Portugal na Presidência da União Europeia.
Subordinadas ao tema “Clima e Desenvolvimento: que Alterações?”, a questão das alterações climáticas em curso e suas consequências para o desenvolvimento dominaram as apresentações.
A questão é mais clara pelo tema em inglês: “Will Climate Change Development?“, ou seja, “o clima alterará o desenvolvimento?”.
As alterações climáticas terão consequências trágicas a nível das catástrofes naturais e outros fenómenos: tempestades, furacões, secas, cheias, desertificação, ondas de calor, subida da temperatura média à superfície do planeta, subida do nível do mar em zonas densamente povoadas (e não só)…. O resultado serão migrações em massa, de populações a fugir à fome, à destruição, à falta de condições de sobrevivência. A disseminação de doenças outrora restringidas a determinadas zonas do globo,…
Há muito material das Jornadas disponível online (vídeos e fotos). No meio das fotos descobri o Presidente do Fórum Humanitário Global e antigo Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e o Comissário Europeu para o Desenvolvimento e a Ajuda Humanitária, Louis Michel, a experimentarem bicicletas Mobiky Genius (olhem só a coincidência! 🙂 ) na Aldeia do Desenvolvimento, uma exposição que decorreu em paralelo com as conferências e tudo o mais, e que contou com entidades do meio académico, organizações da sociedade civil, agências de desenvolvimento, fundações, administração local, média, Estados-Membros, instituições multilaterais, parlamentos, e sector privado.
[Fonte: União Europeia]
Estes test drives e atenção a estas bicicletas não foram por acaso, ou não fosse o tema das Jornadas as alterações climáticas. O exemplo vem de cima, mas enquanto este tipo de coisas for só para a fotografia, não haverá mudança nenhuma. Fico muito contente de ver estas pessoas com altos cargos públicos/políticos prestarem-se a estas coisas, ainda mais com a coincidência de serem Mobikys, que têm um significado especial para mim e representam tanta coisa no meu sistema de crenças e valores, mas enquanto exemplos flagrantes de “faz o que eu digo, não faças o que eu faço” por parte de pessoas em cargos de elevadíssima responsabilidade, como o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a minha esperança permanece sobre os cidadãos, continuo a achar que a revolução é feita a partir das bases, doing the right thing e pronto. Outros seguirão o exemplo e depois será uma bola de neve na qual os poderes políticos e as elites acabarão por ser arrastados. Esperemos. 🙂 Não é vir um tipo importante e dizer que “the right thing é fazer isto e aquilo” (em linha com o politicamente correcto em vigor na altura, para ficar bem visto) e depois ir fazer the wrong thing, à cara podre. Mais vale estar calado, então. Tem que fazer a coisa certa como se não fosse nada, como se fosse a única coisa a fazer, no fuss, no publicity stunts.
No site das JED está disponível ainda um pequeno vídeo de animação onde rapidamente se mostra o que estamos a fazer actualmente: grandes emissões de CO2 devido aos transportes, desflorestação, extracção (e consumo) de petróleo em larga escala,…, com as consequências (já em curso), a seca e a desertificação (seguida pela fome e pelo êxodo), as tempestades, furacões, e inundações, destruição, aquecimento global, propagação de doenças,… Depois acontece as JED, os líderes discutem e tomam as medidas certas: implementam sistemas de energia eólica, de energia solar, etc, promovem o uso da bicicleta, e a Natureza recupera. 🙂 Bom, esperemos que o final seja tão feliz como o do filme, e o processo tão célere, também… 😉 Mas para isso alguém ofereça uma Mobiky ao Durão Barroso, para ele poder deixar o seu Touareg (um tanque para andar na cidade) em casa e passar de 265 g/km de emissão de CO2 para 0 g/km… 😉 Ou troque o seu S.U.V. por uma S.U.B.! 😀