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A excelência está nos pormenores

O novo interface de transportes do Cais do Sodré foi inaugurado esta sexta-feira pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, e pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e foram nele investidos 26,6 milhões de euros ao longo dos 7 anos de obras, para a construção de um terminal fluvial, a requalificação da estação ferroviária e arranjos exteriores.

Com o novo interface de transportes do Cais do Sodré, o Governo pretende «promover e privilegiar a intermodalidade de forma de aumentar a procura em transporte colectivo, garantindo uma mobilidade sustentável a nível social, ambiental e económico-financeiro», garantem.

Alguém já lá encontrou os parques de estacionamento para bicicletas que poderiam promover a tal intermodalidade e a procura pelos TP e blá blá blá que o Governo apregoa? E já testaram a acessibilidade dos passageiros com bicicletas que fazem uso da co-modalidade tolerada pela CP e pela Transtejo (e, vestigialmente, pelo Metro)?…

Parece-me que as bicicletas ficaram, mais uma vez, de fora do essencial…

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Desafio Intermodal em S. Paulo

Os desafios intermodais são aferições dos tempos necessários (ou possíveis) à deslocação dentro das cidades, em horas de ponta, utilizando diferentes meios de transportes e combinações destes. Começou-se por ver “eventos” destes nos EUA ou na Inglaterra, mas já chegaram também ao Brasil.

A vídeo-jornalista e activista brasileira da bicicleta Renata Falzoni fez um especial no seu programa sobre o Desafio Intermodal Paulistano, em que foram aferidas 12 opções de mobilidade/transporte:

[Fonte: TA]

Vejam os tempos de várias opções de mobilidade na hora de ponta, no caso do Desafio Intermodal Carioca (Rio de Janeiro) de 2007, noutro post do TA. A conclusão foi que, em termos de rapidez, ir de carro, mota, táxi ou metro+bicicleta é a mesma coisa (~42 min). Muito similar é a bicicleta (homem) e o metro+skate (~47 min). Com cerca de 56 min aparecem o autocarro, o metro+patins, metro+autocarro, e a bicicleta (mulher). A seguir é a opção a pé+metro e a bicicleta por ciclovias, com ~68 min. Claro que a pior opção é ir a pé (79 min).

Mesmo a mulher de bicicleta, que levou 58 min, levou apenas mais 16 min que o carro ou a mota, pouco significativo em termos de tempo, mas infinitamente mais barato, melhor para a saúde (exercício), mais rentável (incorpora o exercício físico na sua rotina diária, poupando tempo e dinheiro no ginásio), menos stressante e cansativo, e muito mais agradável. Além disso, silencioso, não poluente e não-congestionador!

Quando será que conseguiremos ter cá uma coisa destas, com esta dimensão e exposição mediática? 😉