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Massa Crítica de Budapeste

Massa Crítica Budapeste

Faltou referir o que foi exactamente aquele ajuntamento de 30 mil ciclistas em Budapeste, aqui referido como uma “iniciativa a favor do ambiente”…

O objectivo da Massa Crítica de Budapeste é:

Much like in other parts of the world, the goals of Critical Mass Budapest are to raise awareness on the benefits of bicycling and other alternative means of transportation, and to assert cyclists’ right to the road.

Como o resto das Massas Críticas pelo mundo, e em Portugal. A diferença é que lá eles concentram a coisa de modo a reunir mais gente, parece.

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«Lisboa vai ter mais 25 quilómetros de pistas para bicicletas até ao fim do ano»

Notícia no Público de 12/04/2009:

Há cada vez mais ruas na cidade com “tapetes cor de tijolo” esticados para a passagem das bicicletas. As ciclovias poderão atingir 40 quilómetros nos anos mais próximos

A Câmara de Lisboa prevê até Outubro de 2009 poder disponibilizar percursos cicláveis com uma extensão total aproximada de 25 quilómetros, unindo os principais espaços verdes da cidade, mas também áreas residenciais e empresariais, medida que o vereador do Ambiente acredita que muitos lisboetas passarão a andar de bicicleta em lazer e em trabalho.

Acho excelente a implementação de pistas para velocípedes numa rede coerente de corredores verdes. O potencial que vejo prende-se maioritariamente com as possibilidades que poderão oferecer em termos de passeios de lazer, desporto e actividade física, e turismo. Penso que poderão também ser usados por muita gente em alguns troços em deslocações pendulares, embora preveja menos impacto nesta vertente, comparativamente.

As pistas para bicicletas (ciclovias) que a autarquia pretende criar nos próximos anos, algumas das quais tornarão mais utilizáveis as já existentes, têm uma extensão total de cerca de 40 quilómetros e representam um investimento de 5,3 milhões de euros. Parte desse valor será assegurado por parcerias e fundos comunitários, suportando a Câmara de Lisboa uma fatia de 2,9 milhões de euros.

Um número relevante a reter: 5.3 milhões de euros em corredores para bicicletas em Lisboa – 2.9 milhões da CML, 2.4 milhões da UE. Para implementar 40 km de pistas. Um dado importante seria saber se são vias novas (onde não existia ligação viária alguma, ou existia mas era interdita a velocípedes, ou existia mas não oferecia condições mínimas de conforto e segurança para os ciclistas e a sua remodelação não era exequível por algum motivo), se são pistas segregadas ou apenas corredores em vias pré-existentes.

Não consegui encontrar número para Lisboa, mas encontrei um documento relativo a Pombal, que indica uma rede viária de 715 Km. À falta de dados fiáveis, façamos uma estimativa muito grosseira, vamos assumir que o concelho de Lisboa tem uma rede viária 10 vezes maior que a de Pombal, 7150 Km de vias destinadas a veículos. Quantos destes quilómetros são legalmente interditos a velocípedes? Que alternativas cicláveis existem a estas ligações interditas? São directas, confortáveis, razoavelmente seguras?

Vamos supor que da rede global de 7150 Km, 2150 Km são vias reservadas a automóveis, onde os velocípedes não podem circular, e vias não interditas mas cujo perfil, velocidade, volume e tipo de tráfego motorizado, etc, não são compatíveis com uma utilização confortável e segura por ciclistas. Restariam assim 5000 Km de vias utilizáveis por velocípedes.

Estes 40 Km de novas pistas, serão uma mais valia – tipo, implementar novas ligações que constituam atalhos em troços complicados como os grandes nós viários tipo Eixo Norte-Sul, 2ª Circular, A5, CREL, CRIL, IC19, etc, etc, isto é, ficarão os ciclistas com uma rede de 5040 Km ou permanecerão com uma rede de 5000 Km porque aqueles 40 Km de novas vias serão redundantes, implementados em vias previamente acessíveis aos ciclistas, onde as condições para a circulação de velocípedes já existiam?

O vereador garante que uma parte substancial desses percursos cicláveis estará concluída até Outubro de 2009, data em que será possível pedalar entre Carnide e Benfica, Benfica e Telheiras, Telheiras e Campo Grande, Campo Grande e Parque das Nações, Monsanto e Parque Eduardo VII, Monsanto e Jardim do Arco do Cego (pela Duque d’Ávila) e Monsanto e Benfica (através da radial). Nessa altura estará também operacional, segundo Sá Fernandes, a ciclovia entre Belém e o Cais do Sodré.

Quem leia este texto fica com a ideia subliminar de que actualmente não é possível pedalar entre os os locais indicados, o que não é verdade. Parece que as bicicletas só podem circular em ciclovias, como se a maioria da rede viária não fosse uma rede ciclável…

O vereador explica que uma das utilidades destes percursos, alguns dos quais se inserem nos chamados corredores verdes, é “ligar os parques uns aos outros”, mas sublinha que eles também atravessam zonas residenciais e locais da cidade com grande actividade empresarial.

Pedalar na Duque d’Ávila

Segundo os números divulgados pela autarquia, são 15 os corredores cicláveis com utilização prevista para um futuro próximo. E se vários destes vão surgir junto a espaços verdes da cidade, também há outros, porventura menos expectáveis, como o que vai unir a Gulbenkian ao Jardim do Arco do Cego através da Avenida do Duque d’Ávila e Telheiras ao Parque das Nações, via Avenida do Brasil.

Mas será que o investimento de 2,9 milhões a cargo da câmara vai ter resultados? “Sem dúvida”, afirma Sá Fernandes, convicto de que a criação dos novos percursos vai pôr a pedalar muitos lisboetas que só não o fazem por temerem pela sua segurança. E depois de superarem esse receio e de “criarem o hábito”, diz que o passo seguinte é passarem a andar de bicicleta um pouco por toda a cidade.

Há aqui algo que me escapa. Primeiro, gostaria de saber se a CML fez algum estudo para determinar porque é que os lisboetas não pedalam, ou se baseou tal opção estratégica e investimento público nas opiniões pessoais de alguns dos seus elementos. O que acontece se as ciclovias permanecerem vazias depois?

Outra coisa é, o JSF acha que as pessoas não pedalam por que não se sentem seguras e, logo, quando tiverem as ciclovias nos corredores verdes esse medo não se coloca pelo que passarão a pedalar mais. O que eu não compreendo é como é que ele acha que as pessoas vão perder o medo de andar fora dos corredores verdes, andando nos corredores verdes. Que milagre se dará ali? 🙂

Os 40 quilómetros de percursos em estudo ou já em obra vão juntar-se, de acordo com as contas da autarquia, a cerca de 13 quilómetros já existentes em Monsanto, radial de Benfica, Campolide, Telheiras e Parque das Nações. Além destas pistas, a cidade dispõe ainda de 20 quilómetros de “trilhos cicláveis” em Monsanto e na Belavista.

Em cima da mesa está também o projecto de avançar com a construção de um trajecto para bicicletas unindo os concelhos de Lisboa e da Amadora, aproveitando as obras em curso da CRIL. Sá Fernandes diz que a ideia já foi apresentada à autarquia e à Estradas de Portugal, mas não tem a certeza que vá avançar.

Interessante, esperemos que a EP seja receptiva e cooperante…

José Manuel Caetano, presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, congratula-se com o facto de ter acabado o “hiato de oito anos entre a câmara e as bicicletas”, dizendo-se defensor das iniciativas que contribuam para que haja “uma mancha” de veículos não poluentes de duas rodas na cidade.

Ainda assim, é contra “o conceito das ciclovias por tudo e por nada”, sendo que nalguns casos bastarão soluções “económicas, que não mexem com as infra-estruturas”, mas que continuam a facilitar a vida de quem usa bicicleta, como a introdução de sinalização e a criação de zonas limitadas a 30 km/h para os automóveis.

Gostava de saber a que sinalização se refere, mas é óptimo que tenha falado no conceito de zonas 30.

A A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) quer criar até ao início de 2010 um sistema de bicicletas de uso partilhado destinado à comunidade escolar de Benfica, que, segundo as suas contas, tem mais de dez mil pessoas. A intenção é que nas estações do Metropolitano de Lisboa e da CP nesta área, bem como nas escolas e universidades, estejam disponíveis 80 a 100 bicicletas para serem utilizadas por professores e alunos nas deslocações entre os transportes públicos e os estabelecimentos de ensino.

Desde que as escolas providenciem condições para que os alunos possam levar e guardar dentro das escolas as suas próprias bicicletas sem receio de as terem roubadas ou vandalizadas, acho excelente o projecto.

O presidente da FPCUB garante que o projecto Benfica Ciclável, que vai ter um financiamento de 75 mil euros do fundo EEA Grants criado pela Noruega, “não é concorrencial” com o sistema de bicicletas de uso partilhado já anunciado pela Câmara de Lisboa e pretende formar “uma rede” com as ciclovias previstas. José Manuel Caetano destaca a especificidade do público-alvo da iniciativa da federação e sublinha que a ideia não é criar percursos exclusivamente cicláveis, mas sim colocar sinalização vertical e horizontal ao longo de um percurso de 12,5 quilómetros que assinale aos automobilistas a presença de ciclistas. A autarquia já mostrou disponibilidade para assumir os encargos com a pintura e colocação da sinalização necessária ao Benfica Ciclável.

Presumo que se refira às sharrows e coisas do género.

[Via]
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Crianças afogadas: a piscina tem a culpa. Crianças atropeladas: a criança tem a culpa?

Plano de segurança infantil quase pronto
ACIDENTES TIRAM A VIDA A 700 CRIANÇAS POR ANO

Lá está a palavra “acidente” associada a coisas que não são acidentes (como muitos dos “acidentes” rodoviários).

Há dois anos, os acidentes rodoviários e os afogamentos eram as causas de morte infantil mais frequentes em Portugal. Os motivos para os acidentes fatais estavam relacionados com a ausência de cuidados como o uso de capacetes para andar de bicicleta, limites de velocidade, piscinas protegidas e normas específicas para equipamentos em campos de jogos.

A Suécia, a Holanda e o Reino Unido eram os países com menor taxa de mortalidade de crianças em acidentes.

Engraçado (ou não) apontarem o não uso de capacete como sendo um motivo relacionado com a maior taxa de mortalidade infantil em Portugal, quando pelo menos um dos país mencionados como tendo das menores taxas é a Holanda, onde o capacete para ciclistas é um elemento estranho à cultura… Talvez o problema não esteja na vítima mas no que a rodeia, nomeadamente, nos condutores de automóveis, no ambiente rodoviário… Perguntas, muitas perguntas…

Outro twist curioso é o facto de, relativamente aos afogamentos, ninguém sugerir que os miúdos devam andar sempre com um colete salva-vidas, recomendam apenas que as piscinas sejam vedadas – embora os afogamentos na praia, na banheira, etc, não sejam evitáveis desta forma (e nem o colete terá, provavelmente, capacidade de evitar muitos dos afogamentos de crianças, de qualquer modo…). O ónus recai sobre o objecto fonte de perigo (e o seu proprietário). Já relativamente aos acidentes rodoviários, defendem que as crianças devem andar com capacete [e roupa reflectora], aqui o ónus recai sobre a vítima, e não sobre a fonte de perigo: os condutores nos seus automóveis…

Serei apenas eu que veja aqui umas incoerências graves?… 🙁

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Bicicleta no jornal

No Jornal de Notícias de hoje publicaram um artigo sobre a Massa Crítica da passada 6ª-feira, e um outro sobre bicicletas e Lisboa.

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Bicicleta pública: Uma Via real no transporte público

Espreitem este artigo que saiu na Transportes em Revista de Dezembro de 2008. Podem consultá-lo também (numa versão mais completa) na edição “virtual” da revista, aqui.

De notar o excelente upgrade no aspecto e funcionalidades do site da TR. 🙂