Este ano vamos lá estar a dar assistência técnica, com o Bicycle Repair Mande novo a dar apoio nos pequenos contratempos (uma corrente que salta, um selim mal apertado, um furo, pneus em baixo, etc). Em princípio devemos ficar no mesmo sítio do ano passado, junto à curva dos pinheiros, em Caxias.
E devemos ter algumas cenas a pedal em exposição na tenda, paralelamente, para entreter. 🙂
Apanhem o comboio ou vão a pedalar (em grupo criam uma massa crítica que oferece uma viagem mais segura e confortável), não contribuam para a selvajaria e caos de estacionamento anárquico e congestionamento de trânsito que acontece sempre nos acessos à Marginal, causado por quem insiste em levar o carro até onde o deixarem… Passem a palavra. 😉
À tarde estaremos no Jardim Amália Rodrigues, o Bruno estará a dar os nossos mini-workshops de mecânica de bicicletas na óptica do utilizador, um sobre furos & Cia e outro sobre afinação de travões e mudanças. Querem ser uns ciclistas empoderados? Então apareçam com as vossas biclas. As inscrições são através da organização do Verde Movimento. Em paralelo, eu estarei a operar um pequeno Laboratório de Cenas a Pedal, onde poderão experimentar uma bicicleta com assistência eléctrica, uma dobrável de suspensão total, um triciclo reclinado, e mais algumas coisas. 😉 Vejam o resto da programação da SEM em Lisboa aqui.
Pois é, faz hoje 5 anos que foi fundada a Cenas a Pedal. Parece muito tempo e, no entanto, parece que passou num instante. É o que acontece quando estamos embrenhados em algo, não damos pelo tempo a passar!
Principalmente nos últimos 2-3 anos esta dedicação implicou praticamente não termos vida “pessoal”. Sacrificámos outras coisas que as pessoas normais tomam por normais entre os 25-30 anos (ter fins-de-semana e férias, manter hobbies e outros interesses, filhos, etc). Mas valeu a pena, porque olhando para trás nestes 5 anos vemos como as coisas mudaram e acreditamos que o nosso trabalho muito contribuiu para essa mudança, e era isso que pretendíamos.
Durante muito tempo o blog da Cenas a Pedal era o único blog activo sobre mobilidade em bicicleta e temas relacionados. Remávamos contra a corrente falando de andar de bicicleta na cidade, de bicicletas reclinadas, de bicicletas de carga, de aprender a circular na estrada sem medo, de urbanismo à escala humana, divulgávamos iniciativas e eventos, etc, etc. Agora, 5 anos passados, basta ver toda a actividade bloguística no Planeta Bicicultura (e mais além) e os vários grupos no Facebook (tipo este, este, este, este e este, por exemplo) e outras páginas e fóruns. Já não somos os únicos ou dos poucos a falar de bicicletas de carga, eléctricas, dobráveis, reclinadas, etc. 🙂
A bicicleta como solução de transporte urbano tem tido cada vez mais e melhor presença nos media, com reportagens na televisão, na rádio, na imprensa e na web. A Massa Crítica tem-se expandido por mais cidades no país e engrossado em aderentes, a Cicloficina pegou, criou-se e ressuscitou-se a MUBi. O Bicycle Film Festival chegou a Portugal. Têm aparecido empresas de pedicabs, de estafetagem, e mais uma ou outra loja/empresa dedicada à bicicleta além-BTT. Ciclovias & Cia e sistemas de partilha de bicicletas têm sido uma estratégia cada vez mais popular de captar financiamentos europeus e não só. A bicicleta até já foi usada como bandeira numa campanha eleitoral na capital. Há cada vez mais eventos de confraternização, e mais eventos institucionais à roda da bicicleta ou inclusiva dela (palestras, conferências, etc).
Embora as instituições sejam mais lentas a aceitar e a envolver estes temas na prática, já o integraram nos seus discursos politicamente correctos (supostamente até vamos ter um Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e Outros Modos de Transporte Suaves), o que é um primeiro passo. Entretanto a sociedade civil é mais rápida e as coisas já começam a mudar. A mudança de comportamentos e de expectativas já faz parte da conversa de café, à mesa em casa, e com os colegas. A pouco e pouco, cada pessoa individualmente está a fazer a diferença. Isto chama-se mudar o mundo, e é sempre feito à escala individual.
Agora já não tenho que me preocupar em divulgar ou relatar eventos, ou até novidades do sector das bicicletas, há logo uma série de gente a fazê-lo e a informação circular rapidamente. 🙂 Gosto de acreditar que contribuímos para criar esta bola de neve e imprimir-lhe momento, reduzindo o atraso da nossa sociedade. O nosso impacto não é mensurável porque toda a mudança é multifactorial, mas sei que fizémos bem a nossa parte.
Não é hora de descansar. Apenas de refocalizar esforços. Há muito trabalho por fazer. E muitas lutas a travar (legislação, infraestruturas, serviços públicos, etc). E em simultâneo temos que saber sobreviver e prosperar enquanto empresa, pois é ela que nos sustenta e nos permite desenvolver este trabalho (muito dele não viável comercialmente, pelo menos nesta fase), o que coloca desafios próprios. Como me disse o responsável de uma empresa holandesa de acessórios utilitários para bicicletas, um vendedor de botas num país em que toda a gente anda descalça, ou está lixado porque ninguém lhe vai comprar o que ele quer vender, ou o potencial é gigantesco, depende de como encara a situação. E nós, desde o início, estamos nessa situação.
O potencial para a nossa visão de uma cidade e de um estilo de vida baseados nos modos activos de mobilidade é enorme, mas ainda estamos na fase de mostrar às pessoas o como e o porquê, num contexto cultural, social, legislativo, fiscal, e estrutural que lhes incentiva e promove o contrário, por isso a evolução é muito lenta. Principalmente porque as autarquias e o Governo, que têm o poder para despoletar e viabilizar mudanças, não têm vontade de o fazer. A nossa visão de cidade, que é, felizmente, partilhada por muito mais gente, só vai ser uma realidade quando quem ganha dinheiro com a cidade actual o puder e souber fazer no contexto dessa visão. Por isso temos que trabalhar para que se envolvam na bicicleta como meio de transporte utilitário e recreativo pessoas e empresas que a encarem antes de mais como uma oportunidade de negócio, e de auto-sustento, e não necessariamente só ou também, depois, como uma batalha filosófica ou política, mesmo que isso nos faça comichão. 😉 Sabendo, claro, que quem faz as coisas com paixão e convicção marcará sempre a diferença indo mais além, mais cedo, melhor, e por mais tempo.
Para os próximos 5 anos esperamos poder contribuir em igual proporção para a mudança de paradigma da sociedade centrada no automóvel como primeira opção de transporte para a sociedade centrada no andar a pé e de bicicleta. Esperamos conseguir expandir e desenvolver os nossos serviços actuais, e oferecer outros novos. Para isto a Cenas a Pedal terá que crescer, deixar de ser apenas a Ana e o Bruno, mas uma equipa coesa de várias pessoas com diferentes e complementares valências. Encontrar, cativar e manter essas pessoas, que terão que reunir um conjunto de características, aspirações e competências pouco comuns, além de afinidade mútua, será o nosso maior desafio. Por agora, a gestão, comunicação & decisão num núcleo a dois é superfácil e eficiente, e confortável, alargar o grupo de trabalho confrontar-nos-á com novos desafios e responsabilidades. Mas o caminho é para a frente, e para realizarmos a nossa missão com mais impacto teremos sempre que crescer. O novo site, actualmente em desenvolvimento, assinalará essa nova fase. Entretanto, algures nesse caminho, esperamos também conseguir arranjar tempo livre para desfrutarmos mais daquilo por que temos andado, afinal, a batalhar: andar de cenas a pedal. 🙂
Entretanto, 24 de Setembro é dia de assinalar estes 5 anos! 🙂 Divulgaremos o programa do dia brevemente!
A Feira de Bicicletas Maduras de Julho foi “virtual”, não houve expositores inscritos porque muita gente está de férias e fora de Lisboa. Contudo, tivemos algumas pessoas a passar cá, à procura. (Peço desculpa por não ter publicado nada acerca da confirmação ou cancelamento da feira aqui no blog, acabei por apenas avisar no Facebook, e houve quem não tivesse visto.)
A Sara, por exemplo, procura uma bicicleta usada para uma menina de 7 anos, ~1.20 m de altura. O Franco procura uma bicicleta de estrada usada SS (sem mudanças) ou fixie (roda fixa). Alguém por aí com algo do género para vender ou doar?
Aqui há tempos a Liliana deixou-nos o seu contacto pois tem uma bicicleta da Órbita, de quadro rebaixado, usada, para vender. Alguém interessado?
O Miguel veio cá deixar-nos uma bicicleta de menina, e uns pares de rodinhas de apoio, e parece que ainda tem mais uma para dar. Entretanto apareceu outra família também a deixar uma bicicleta de criança (esta precisa de um selim novo, o original partiu-se). O António também deu cá um salto com um suporte+garrafa e um alforge para doar.
Interessados? Entrem em contacto! De outra forma entregaremos estas doações a uma Cicloficina quando nos for possível.
Dado que Agosto será ainda mais deserto em Lisboa, a próxima edição da Feira de Bicicletas Maduras será, assim, em Setembro.
A próxima Feira de Bicicletas Maduras está planeada para o próximo dia 30 de Julho, sábado, das 16h às 18h, novamente no espaço exterior do ateliê da Cenas a Pedal.
Para esta 2ª edição queríamos chamar e incluir também os adeptos do faça-você-mesmo e outros artesãos urbanos que tenham coisas para vender, feitas pelos próprios. Então se reutilizarem materiais, melhor! Sacos e alforges, por exemplo, mas também objectos de decoração, mobiliário ou vestuário com o tema da bicicleta e/ou que integrem componentes de bicicleta (aros, correntes, etc).
Saiba mais sobre este evento aqui, aqui e aqui. A FBM trata-se de um encontro muito informal, tipo feira da ladra, mas só de bicicletas (e usadas!). Não há tendas nem espaços delimitados, é chegar e encostar as bicicletas à parede (ou quem tiver acessórios, pendurá-los nas bicicletas ou colocá-los numa manta no chão, por exemplo). São só 2 horas (ou até as coisas se venderem!) Nós não interferimos em nada, as pessoas expõem e negoceiam como quiserem, nós cedemos o espaço e promovemos o evento.
Inscrições até dia 27!
Atenção! A realização da feira depende da inscrição de gente com cenas para vender, trocar ou doar, pelo que só na 5ª-feira dia 28 será confirmada! Vejam o nosso blog e o Facebook antes de se porem a caminho no sábado. 😉
E ajudem a divulgar, o que não falta são biclas praí esquecidas em sótãos e varandas, cadeirinhas cujos donos entretanto cresceram, etc, etc.
O 1º Evento Cycle Chic Lisboa meteu água, muita água, literalmente. 🙂 Quando o Miguel anunciou uma repetição, tínhamos que reiterar o nosso apoio marcando novamente presença, e esperando que não fosse, desta vez, a anunciada “onda de calor” a atrapalhar o evento.
Felizmente esteve um belíssimo dia de Verão. 🙂 Bastante calor sim, mas nada como os 40ºC que receávamos. Subir com a bakfiets levemente carregada a Rua Castilho exigiu parar duas vezes, não tanto pela subida em si mas pelo calor e o sol a bater-nos directamente. Fora essa subida, tudo o resto faz-se bem. Desta vez não tivemos contratempos e chegámos bastante cedo ao Campo Pequeno, tivemos muito tempo para montar o estaminé com calma.
Apesar do calor e do fim-de-semana prolongado, apareceu bastante gente.
A maior parte vinha num estilo mais desportivo / casual, mas houve uns quantos que levaram a coisa a sério e foram mesmo em modo chic. 🙂
Vejam as nossas fotos aqui, as do Eduardo aqui, e o relato do Miguel aqui. Houve vários exemplos de ciclistas chic, mas no meio de tanta gente achei algo desconcertante ver um casal que parecia ter levado demasiado a sério as recomendações da APSI para ciclistas…
Foi um fim-de-semana cheio em termos de bicicletas, na 6ª-feira a Massa Crítica, no Sábado o Cycle Chic, no Domingo de manhã o Lisboa Bike Tour e o Tejo Ciclável, e à tarde o World [quase] Naked Bike Ride.
O Bruno manteve-se bastante ocupado antes da partida e após a chegada, em serviço como Bicycle Repair Man.
Depois arrancou na sua Big Dummy, tendo dado boleia ao cameraman da SIC durante todo o passeio. 🙂
Ficou assim a bakfiets transformada em montra móvel a marcar presença sozinha na tenda.
Enquanto esperava, resolvi colar uns autocolantes “menos um carro” na bakfiets, pois permite-nos realmente passar bem sem carro mesmo neste tipo de situações. 🙂
No final, arrumámos tudo nas bicicletas e zarpámos de volta a casa.
A descer faz-se bem. Av. da República, Fontes Pereira de Melo, rotunda do Marquês, Rato, Estrela. Andar por aí de bakfiets é priceless. 😛 As pessoas vêm-nos a passar e têm uma espécie de flashback de Amsterdão.
No dia 1 de Julho fui com a bakfiets fazer uma entrega simbólica de livros na Casa do Brasil, no âmbito de uma campanha de recolha de livros promovida pela EpDAH – Engenharia para o Desenvolvimento e Assistência Humanitária, pelo que subi novamente, desta vez com a caixa vazia, até à FCUL, no Campo Grande, onde carregámos os livros simbolicamente pelas 3 bicicletas, e depois descemos até perto do Chiado.
Depois subi novamente prá Estrela. Pacífico. 🙂
Finalmente, no Domingo dia 3 marcámos presença nas Festas de Santa Isabel, a simpático convite da Junta de Freguesia, e também levei a bakfiets. Digamos que sinto que já fiz a rodagem dela em Lisboa. 🙂
Conseguirmos fazer a nossa vida, Cenas a Pedal incluída, sem ter que usar um automóvel dá um gozo especial. Nas poucas ocasiões em que temos que o fazer, parece um momento solene, solene e extremamente secante. É tão mais vívida a vida em cima de uma bicicleta! 🙂