Há uma menina que vai poder celebrar o seu 4º aniversário de uma forma inesquecível. 🙂 Escolhemos esta bicicleta, uma Legrand Annie, a dedo para lhe proporcionar a melhor experiência nas suas primeiras incursões velocipédicas!
Etiqueta: Crianças e Famílias
O Antoine estava à procura de uma solução para transportar as suas duas filhas, de 4 anos e 6 meses, para a escola / creche. Até agora transportava a mais velha numa cadeira, mas agora que a mais nova ia começar a frequentar a creche, precisava de uma solução que desse para as duas. Tinha lido que a única solução seria um atrelado, visto que as cadeiras não se adequam a bebés tão pequenos. Também queria uma solução prática de usar mesmo nos dias chuvosos de Inverno.
A escolha recaíu sobre um atrelado da Thule, o Chariot Cross 2. Além da funcionalidade e design de todos os elementos do atrelado serem de topo, para tornar o dia-a-dia o mais simples possível, tem também suspensão, o que o torna mais seguro e confortável para os passageiros, mesmo em cidades como Lisboa onde a qualidade do piso nem sempre é a melhor.
Este artigo faz parte de uma série sobre as “10 soluções para levar crianças na bicicleta“. Outros textos desta série:
- Prós & Contras das cadeiras e assentos à frente
- Prós & Contras das cadeiras e assentos atrás
- Prós & Contras dos atrelados de passageiros
Numa bicicleta convencional podemos transportar uma ou duas crianças atrás de nós, e atrás da nossa bicicleta, recorrendo a semi-bicicletas atreladas (conhecidas por bicicletas-atrelado, trailer-bikes e tag-along’s), próprias para crianças, cujos Prós & Contras (face às outras opções aqui listadas) passarei a descrever de seguida.
Este artigo é um excerto e adaptação disto.
2.3. BICICLETAS-ATRELADO| 2 aos 9 anos, máx. 36 Kg | 1 a 2 crianças
As bicicletas-atrelado permitem transportar 1 a 2 crianças dos 2 aos 9 anos de idade, máx. 36 Kg, e os preços [dos nossos modelos] começam nos 300 €.
Esta solução é efectivamente um tandem articulado facilmente dobrável ou desmontável em que a criança pode pedalar (de forma independente do pai ou mãe) e ajudar, ou deixar-se ir à boleia quando está cansada.
PRÓS
- permite transportar crianças dos 4 (2, no caso do Weehoo) aos 10 anos (máx. 32 Kg – 36 Kg no caso do Weehoo)
- um dos modelos permite transportar 2 crianças
- a criança não é um passageiro passivo, exercita-se, e contribui para o esforço de locomoção do conjunto
- é mais fácil para a criança montar e desmontar da bicicleta e o peso dela fica mais baixo do que num tandem convencional
- este sistema permite à criança “andar de bicicleta” por todo o lado, com os pais, sem preocupações com a sua maturidade para lidar com o ambiente rodoviário e o trânsito automóvel
- se a criança estiver cansada pode não pedalar, e se pedalar pode usar as mudanças de forma independente do adulto
- a bicicleta-atrelado pode ser facilmente desengatada e guardada
- podem usar-se alforges no porta-abagagem traseiro da bicicleta rebocadora (e também na bicicleta-atrelado)
- o modelo da Roland permite ainda usar um cesto ou uma cadeira de criança no porta-bagagem da bicicleta rebocadora
- é possível também engatar um atrelado de crianças ou bagagem, à roda de alguns modelos de bicicleta-atrelado, aumentando a capacidade de transporte de todo o conjunto (ver este exemplo)
- é fácil “dobrar” o conjunto, arrumando ambas as bicicletas lado-a-lado, o que simplifica estacioná-las e prendê-las em parques de estacionamento para bicicletas
- um dos modelos tem suspensão, para maior conforto das crianças em percursos fora de estrada
- pelo nosso Código da Estrada, é permitido circular de bicicleta com um atrelado destes nas ciclovias (pistas para velocípedes), uma vez que a largura dos mesmos não excede 1 m
CONTRAS
- a(s) criança(s) seguem algo afastadas do condutor, sendo difícil supervisioná-las sem recorrer a um espelho retrovisor
- comunicar eficazmente com as crianças é mais difícil que numa cadeira – estão mais afastadas, mas mais fácil que num atrelado de passageiros – estão mais próximas, elevadas e descobertas
- a bicicleta torna-se um veículo articulado, mais longo, e é fácil oscilar com os movimentos da criança -afecta a manobrabilidade
- investimento elevado
- pelo nosso Código da Estrada, conduzir à mão uma bicicleta com um atrelado destes não é equiparado ao trânsito de peões, ao contrário de uma bicicleta sem atrelado
- não dá para desengatar o atrelado e a criança andar de forma independente (a não ser, no caso dos modelos da Burley / Tout Terrain, que se compre o kit que torna o atrelado numa bicicleta normal – PVP 210 € / 500 €)
Uma alternativa às bicicletas-atrelado é o kit abaixo:
2.3.1. FollowMe Tandem | 3 aos 9 anos, máx. 35 Kg
Este kit serve para permitir a uma bicicleta de adulto (rodas 26″ a 29″) rebocar uma bicicleta de criança (rodas 12″ a 20″), transformando o conjunto num tandem articulado, desmontável. Dá para crianças dos 3 aos 9 anos (45 Kg máx. de bicicleta + criança).
PRÓS
Genericamente, os mesmos das bicicletas-atrelado. Mas:
- quando as condições são favoráveis, a criança pode andar sozinha, de forma independente, na sua bicicleta, bastando desengatá-la do kit
- pode ser facilmente conjugado com alforges, cadeiras traseiras ou cestos na bicicleta rebocadora
- pode ser usado com diferentes bicicletas de criança, de diferentes tamanhos e tipos
- investimento relativamente baixo
CONTRAS
Genericamente, os mesmos das bicicletas-atrelado. Mas:
- kit é relativamente pesado, adiciona mais de 4 Kg à bicicleta rebocadora
- ao passar por pequenos lancis ou rampas, o kit pode raspar no chão
É importante averiguar o melhor possível, previamente, a compatibilidade de instalação e – muito importante – de uso de qualquer uma destas opções, com o trinómio bicicleta + condutor + contexto, pois isso determinará quão segura, prática e confortável será a solução adoptada.
Este artigo faz parte de uma série sobre as “10 soluções para levar crianças na bicicleta“. Outros textos desta série:
- Prós & Contras das cadeiras e assentos à frente
- Prós & Contras das cadeiras e assentos atrás
- Prós & Contras das bicicletas-atrelado
Numa bicicleta convencional podemos transportar uma ou duas crianças atrás de nós, e atrás da nossa bicicleta, recorrendo a atrelados próprios para crianças, cujos Prós & Contras (face às outras opções aqui listadas) passarei a descrever de seguida.
Este artigo é um excerto e adaptação disto.
2.2. ATRELADOS DE PASSAGEIROS| 1 mês aos 6 anos, máx. 45 Kg | 1 a 2 crianças
Estes atrelados servem para transportar crianças desde as 4 semanas de idade (com acessórios próprios) até aos 5-6 anos (suportam entre 30 Kg e 45 Kg de carga máxima, dependendo do modelo). [Os nossos modelos] começam nos 420 €.
Há atrelados para 1 ou 2 crianças, com kits de conversão para jogging, carrinho-de-bebé e outras actividades, com suspensão, com 2 rodas e com 1 roda, etc.
PRÓS
- podem ser usados com qualquer bicicleta
- facilmente se mudam de uma bicicleta para outra (desde que tenham ambas o engate próprio)
- [alguns modelos] trazem incluídos ou têm como opções extra kits adicionais para os converter em carrinhos de passeio, de jogging, para esquiar, etc, tornando-os bastante multifuncionais
- dobram-se para facilitar a arrumação e o transporte
- dão para os primeiros 5-6 anos da criança, e desde o 2º mês de vida (alguns modelos, com acessórios próprios)
- boa capacidade de carga (crianças & bagagem) – até 45 Kg (25 Kg no caso do Singletrailer)
- quando não está a transportar crianças, pode ser usado para transportar carga (alguns até rebatem os assentos para isto)
- protegem as crianças dos elementos – alguns são impermeáveis ou têm capotas como acessório
- permitem às crianças dormir confortavelmente
- não afectam o equilíbrio e direcção da bicicleta
- se a bicicleta tombar, o atrelado mantém-se de pé (excepto no caso do Singletrailer)
- os atrelados de boa qualidade têm uma “rolling cage”, ou seja, uma estrutura tipo gaiola que protege os passageiros em caso de colisão, ou capotamento do atrelado
- permitem à criança manter ao pé de si comida, bebida, brinquedos, etc
- alguns modelos têm 2 lugares, permitindo transportar 2 crianças, que podem conversar e brincar
- oferecem capacidade de carga adicional
- são estáveis e permitem colocar e retirar com facilidade as crianças do seu interior
- dado o seu volume, aumentam a visibilidade do conjunto na estrada e facilitam a ocupação da via de trânsito
- alguns modelos têm suspensão, para maior conforto das crianças
CONTRAS
- mesmo dobrados, são pesados e volumosos
- a(s) criança(s) seguem algo afastadas do condutor, sendo difícil supervisioná-las
- não é possível manter uma conversa ou comunicar eficazmente com as crianças
- estão mais expostas à projecção de água e detritos da roda traseira da bicicleta rebocadora
- alguns modelos têm pouca ventilação, o que os torna abafados em tempo quente
- a bicicleta torna-se um veículo articulado, mais longo e mais largo, o que afecta a sua manobrabilidade
- investimento elevado
- alguns modelos têm 2 lugares, permitindo transportar 2 crianças, que podem começar às turras (e o condutor nem sempre se apercebe logo / não pode intervir facilmente
- aumenta drasticamente o atrito da bicicleta, aerodinâmico e de rolamento (2 rodas adicionais) – pode ser inviável para algumas combinações de percurso, bicicleta & condutor
- pelo nosso Código da Estrada, conduzir à mão uma bicicleta com um atrelado destes não é equiparado ao trânsito de peões, ao contrário de uma bicicleta sem atrelado
- pelo nosso Código da Estrada, é proibido circular de bicicleta com um atrelado destes nas ciclovias (pistas para velocípedes), salvo se a largura dos mesmos não exceder 1 m – mas muitos excedem…
É importante averiguar o melhor possível, previamente, a compatibilidade de instalação e – muito importante – de uso de uma destas opções, com o trinómio bicicleta + condutor + contexto, pois isso determinará quão segura, prática e confortável será a solução adoptada.
Este artigo faz parte de uma série sobre as “10 soluções para levar crianças na bicicleta“. Outros textos desta série:
- Prós & Contras das cadeiras e assentos à frente
- Prós & Contras dos atrelados de passageiros
- Prós & Contras das bicicletas-atrelado
Numa bicicleta convencional podemos transportar uma criança atrás de nós, recorrendo a cadeiras e assentos próprios, cujos Prós & Contras (face às outras opções aqui listadas) passarei a descrever de seguida.
Este artigo é um excerto e adaptação disto.
2. CRIANÇA ATRÁS
2.1. CADEIRAS
As cadeiras traseiras ficam atrás do selim do condutor da bicicleta, e fixam-se ou ao quadro ou ao porta-bagagem traseiro (com ou sem adaptador). Dão para crianças dos 4 meses aos 10 anos, máx. 35 Kg, e [os nossos modelos] começam nos 45 €.
2.1.1. Suporte para cadeira 0/0+ (“ovo”) | desde os 4 meses, máx. 13 Kg
Suporte para cadeiras portáteis para transporte em automóvel, até aos 10-13 Kg. Requerem um porta-bagagem com capacidade máxima de 25 Kg ou superior. Para crianças a partir dos 4 meses de idade.
PRÓS
- permite transportar bebés a partir dos 4 meses de idade
- usa cadeiras multifunções: servem na bicicleta, no carro e em casa
- baixo custo
- criança pode viajar protegida do sol (acessórios do ‘ovo’
- a bicicleta mantém a sua largura e comprimento normais
CONTRAS
- não é suficientemente seguro de usar com qualquer bicicleta, e em qualquer contexto – atenção às vibrações e safanões transmitidos ao bebé
- o peso alto afecta sempre um pouco o equilíbrio na bicicleta e a condução e manuseamento desta
- só serve um período curto da vida da criança (cerca de 2 anos)
- se a bicicleta cair, a criança [presa ao ovo] cai também
- a criança está algo exposta ao vento e à chuva
- só com um espelho retrovisor podemos facilmente manter visibilidade sobre a criança
- não é fácil / rápido de pôr e tirar o suporte, o que torna complicado partilhar entre bicicletas / pais, e ocupa o porta-bagagem mesmo quando não estamos a transportar o ‘ovo’
2.1.2. Cadeira | dos 9 meses aos 6 anos, máx. 22 Kg
Há modelos e versões que fixam no quadro da bicicleta e outros que fixam no porta-bagagem traseiro.
Nem todas têm apoio lateral para a cabeça, ou uma reentrância própria para um capacete, ou suspensão, ou costas reguláveis em altura, ou alças rígidas, ou são reclináveis, ou têm fecho / bloqueio anti-roubo. Alguns dos modelos têm acessórios disponíveis como ponchos e capotas para a chuva..
PRÓS
- há modelos compatíveis com quase todas as bicicletas
- dá para um período alargado da vida da criança (quase 5 anos, dependendo do seu crescimento/peso)
- baixo custo
- fácil de pôr e tirar
- fácil de guardar (pouco espaço)
- fácil de partilhar entre pais / bicicletas
- a criança está junto ao pai/mãe
- a bicicleta mantém a sua largura e comprimento normais
CONTRAS
- só com um espelho retrovisor podemos facilmente manter visibilidade sobre a criança
- o peso alto afecta sempre um pouco o equilíbrio na bicicleta e a condução e manuseamento desta – principalmente se o condutor é baixo
- é complicado uma pessoa sozinha colocar e remover a criança da cadeira se a bicicleta não tiver um apoio de descanso adequado, que ofereça estabilidade e suporte o peso extra, e/ou um estabilizador de direcção
- quando os miúdos adormecem, podem ficar desapoiados, costas enroladas e cabeça a pender (ver este exemplo) – há modelos que minimizam isto, e há hacks para reduzir o problema
- se a bicicleta cair, a criança [presa à cadeira] cai também
- a criança está exposta aos elementos (sol, chuva, vento) – embora haja acessórios para minimizar isso
- a não ser que instale uns acessórios especiais, perde geralmente o uso do porta-bagagem traseiro para transportar alforges
- torna mais complicado montar e desmontar se for uma bicicleta de quadro alto (diamante, por exemplo)
- pode ser mais difícil conduzir e manobrar a bicicleta à mão com a criança na cadeira (peso alto e atrás)
- com algumas bicicletas, nas subidas pode haver tendência de a bicicleta levantar a roda da frente (depende da bicicleta e da distribuição de peso)
- a criança não tem visibilidade para a frente, só para os lados
- é complicado manter conversa com a criança (não nos ouvimos bem mutuamente)
- só algumas bicicletas permitem deixar, por alguns momentos, a criança na cadeira, em segurança, com a bicicleta parqueada
2.1.3. Cadeira | 5 aos 10 anos, máx. 35 Kg
Há modelos e versões que fixam no quadro da bicicleta e outros que fixam no porta-bagagem traseiro – atenção à capacidade de carga deste último, tem que ser compatível.
Atenção que, se a bicicleta não tiver guarda-saias, este – ou uma protecção similar – tem que ser comprado à parte e instalado, para proteger os pés da criança.
PRÓS
Genericamente, os mesmos das cadeiras traseiras até 22 Kg, salvo:
- permite o transporte de crianças mais velhas, até aos 10 anos
- é mais fácil (do que as cadeiras até 22 Kg) conjugar com o uso de alforges
CONTRAS
Genericamente, os mesmos das cadeiras traseiras até 22 Kg, salvo:
- não acomodam de forma segura nem confortável uma criança adormecida!
- se a bicicleta cair, a criança [presa à cadeira com o cinto de retenção] cai também, e sem protecção lateral (ao contrário das cadeiras até 22 Kg)
2.1.4. Coxins + apoios para pés + apoio para costas | 6 aos 12 anos, máx. 40 Kg
Esta é uma solução simples, modular, que dá para crianças mais crescidas e também para adultos – desde que a capacidade de carga do porta-bagagem e da roda traseira da bicicleta (e desta como um todo), sejam compatíveis.
Para dar boleia em pequenos troços, é uma solução interessante.
PRÓS
Genericamente, os mesmos das cadeiras traseiras até 35 Kg.
- simplicidade
- modularidade
- baixo custo
- acomoda adultos* e crianças
* O limite de peso tem a ver com a capacidade da bicicleta, nomeadamente do porta-bagagem e da roda traseira…, e da própria manobrabilidade e estabilidade da bicicleta.
CONTRAS
Genericamente, os mesmos das cadeiras traseiras até 35 Kg.
- não são dispositivos homologados
- não são pensados para pôr e tirar frequentemente
É importante averiguar o melhor possível, previamente, a compatibilidade de instalação e – muito importante – de uso de qualquer uma destas opções, com o trinómio bicicleta + condutor + contexto, pois isso determinará quão segura, prática e confortável será a solução adoptada.