Foi um bocado surreal, folhear o caderno de economia do Expresso desta semana, como faço sempre desde que me lembro de ler jornais, e no canto da terceira página ou lá o que era, ver isto:
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Foi um bocado surreal, folhear o caderno de economia do Expresso desta semana, como faço sempre desde que me lembro de ler jornais, e no canto da terceira página ou lá o que era, ver isto:
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Media clipping:
Excertos do Portugal em Directo de 28/05/2008 (onde fizeram uma reportagem com a Mobiky e, mais de raspão, da Xtracycle, durante a Portugal Verde) e do Desafio Verde de 08/06/2008 (onde 4 Mobikys foram apresentadas como alternativa de transporte para 4 universitários em Lisboa, e uma faz parte do genérico!), ambos na RTP:
Tem sido animada, a Expo Evasão deste ano. 🙂
Cá estamos a promover opções de diversão outdoor (ou indoor, como durante a feira) a pedal, mais amigas do ambiente, da carteira e da saúde, com os karts KMX disponíveis para aluguer. A reboque vamos divulgando a Mobiky e a Xtracycle; esta última põe sempre as pessoas a pensar “o que raio é aquilo?”. 😛 A Mobiky já se estreou nesta feira no ano passado, continua a espantar as pessoas mas o conceito de bicicleta dobrável já não é novo para a maioria. Já o conceito de bicicleta de carga, de longtail, e do kit FreeRadical especificamente já é algo muito mais novo, invulgar. As pessoas olham para a bicicleta com o FreeRadical + os WideLoaders + o LongLoader e pensam que é uma bicicleta mesmo assim e olham para ela a tentar perceber como é e para que serve. It’s fun. 🙂
O piso do Parque de Exposições é lisinho e acaba por ser excelente para brincar com os karts. 🙂
Esta foto foi tirada durante a prova do Bruno num X Class, no Eco-Challenge, uma prova organizada para os expositores poderem “brincar” um pouco. 🙂 Participaram: uma longtail com 2 pessoas, uma bicicleta de saltos, duas longboards, uma bicicleta dobrável, um skate, três bicicletas BTT, uma scooter eléctrica e um triciclo reclinado. A Cenas a Pedal participou em duas categorias, uma Xtracycle conduzida por mim e com o Bruno à boleia e um kart KMX X Class conduzido pelo Bruno.
Exposto temos o novo KMX Cobra:
Entretanto, vamos também divulgando os novos Cursos de Condução de Bicicleta. 🙂
Amanhã vamos estar de “ressaca de feira”. 😛
Após termos anunciado o novo serviço de formação em condução de bicicletas, foi-nos colocada a questão dos ‘como’s e ‘porquê’s. Aqui ficam.
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Este post faz sentido lido após os anteriores “Aprender a andar de bicicleta” e “Live blogging! Directamente da Cordoaria Nacional ;-P“
O background
Não me lembro de me preocupar com isso quando era criança ou mesmo durante a adolescência, mas desde que retomei a utilização da bicicleta após um intervalo de alguns anos que coincidiu com uns problemas de saúde e com a faculdade, que o interesse surgiu e foi aumentando progressivamente.
Em diversas situações no trânsito, em troços ou sistemas particulares da estrada perguntava-me a mim mesma qual seria a forma mais segura, eficaz e confortável de agir, de passar por ali. Isso levou-me a pensar no assunto, a observar, a estudar, fui investigando… Ainda estou a investigar e a aprender (é daquelas coisas que nunca terminam!). 🙂 Entretanto li muitos relatos pessoais, deambulei por muitos sites dedicados a este tema, vi vídeos, diagramas e animações que me ajudaram a pensar de outra forma nas situações de trânsito. Também li alguns livros, os “incontornáveis”, o Cyclecraft do John Franklin, o City Cycling do Richard Ballantine, o Effective Cycling do John Forester (bom, este é um calhamaço por isso a leitura é mais de consulta, a work in progress),…
Nestas minhas investigações fiquei a conhecer actividades de formação em condução de bicicleta no Reino Unido, nos EUA, no Canadá, em Espanha, em França,… Iniciativas a nível governamental, de ONGs e associações desportivas, e de empresas. Comecei, juntamente com o Bruno, a pensar em começar cá algo do género, dadas as lacunas que foram sendo detectadas. Entretanto em conversas com amigos ligados à “cena das bicicletas”, também eles utilizadores regulares da bicicleta como meio de transporte, descobrimos que havia mais gente a pensar nisso. 😉 E resolvemos unir esforços e avançar com o projecto.
Fizémos um exaustivo benchmarking e decidimos adoptar o modelo britânico e o seu National Standard. O próximo passo foi fazer o curso de instrutores para aprofundar a nossa aprendizagem, consolidar e certificar a nossa experiência e conhecimentos obtidos empiricamente, e aprender processos e técnicas de pedagogia. Foi uma experiência muito enriquecedora e compensadora. 🙂 A fase seguinte está a ser a adaptação e desenvolvimento de processos e materiais,… e praticar! Muitos meses de preparação, de estudo, de reuniões, de desenvolvimento… por uma excelente causa. 🙂
Estamos todos muito entusiasmados com isto porque sentimos que estamos a trazer algo de novo e muito válido para o nosso país, que poderá contribuir para que mais pessoas vençam os seus receios e adoptem a bicicleta como meio de transporte regular, e o façam com confiança e em segurança. O lema e objectivo global do National Standard britânico, e que a Cenas a Pedal subscreve totalmente é: Mais pessoas a pedalar, mais frequentemente e em maior segurança.
Porquê o modelo britânico?
Relativamente ao modelo canadiano – o CAN-BIKE, por exemplo, o britânico tem uma estrutura simplificada e orientada para resultados (os “outcomes”). Provém de uma organização com uma longa história e com um papel bastante pró-activo na sociedade inglesa, e obteve o apoio e a colaboração de diversos sectores da sociedade, sendo que é actualmente um programa a nível governamental. O CAN-BIKE é algo oferecido pela Associação Canadiana de Ciclismo desde 1985 e tido como padrão nacional mas não é algo integrado a nível governamental. Nos EUA, passa-se algo similar com a Liga de Bicicletistas Americanos. A proximidade geográfica e cultural também teve uma influência determinante na escolha de qual o modelo a adoptar como ponto de partida.
O Padrão Nacional britânico é a nossa base, mas procuraremos incluir input de outras ideias e experiências na evolução do nosso projecto, sempre com o objectivo de o adaptar ao nosso contexto cultural, legal, económico e social.
O National Standard partiu de uma organização pioneira a nível mundial no que toca à representação e defesa dos direitos dos ciclistas, que existe desde 1878 e conta com 60.000 membros. O Cyclists’ Touring Club (CTC) desenvolveu e propôs ao governo britânico um programa nacional de formação de ciclistas em 1936. O objectivo era reduzir a sinistralidade rodoviária crescente derivada do grande aumento do trânsito na estrada verificado nesse período. Mais de 10 anos depois, o Cycling Proficiency foi implementado. Este programa era coordenado por uma organização de beneficiência e só ensinava os ciclistas – geralmente crianças em idade escolar – a fazer manobras no recreio da escola ou longe do tráfego (um bocado o que a PRP faz actualmente cá em Portugal) e funcionou até 1974. Desde essa altura que a formação em condução de bicicleta para objectivos de segurança rodoviária passou a ser responsabilidade das autoridades locais, enquanto que uma série de outros programas foram surgindo em outros sectores como o da saúde. Em 2002, antes da criação do Programa de Formação em Condução de Bicicleta para Adultos para os Departamentos de Transporte e de Saúde, o CTC fez uma revisão do estado nacional da oferta de formação em condução de bicicleta e apresentou uma série de recomendações aos ‘policy makers‘. Estas propostas foram subsequentemente integradas nas políticas nacionais. Actualmente o National Standard está sob a custódia da Cycling England, uma organização criada para implementar as políticas governamentais na área da promoção da utilização da bicicleta. O Bikeability é o nome do National Standard para o consumidor, é o produto de marketing criado para significar algo junto das pessoas e ocupar o lugar do Cycling Proficiency.
O National Standard tem sido desenvolvido por todos os órgãos envolvidos na formação em condução de bicicletas e é apoiado pelo Governo britânico, pelas autoridades locais, bem como por organizações de utilizadores de bicicleta e de segurança rodoviária. O novo National Standard forma ciclistas para serem competentes e confiantes na utilização das suas bicicletas para todo o tipo de deslocações.
Estamos assim confiantes de que poderemos avançar com um serviço bastante desenvolvido e com boas bases de sustentação. 🙂
[Iremos apresentando mais info dos cursos ao longo das próximas 2 semanas.]
A Cenas a Pedal estará novamente presente na Expo Evasão, este ano a decorrer de 6 a 8 de Junho no Montijo, no mesmo local da Festa 4×4 do ano passado. Estaremos integrados no espaço CO2 zero:
Visite-nos e veja ao vivo e a cores a Mobiky Genius, os karts KMX (alguns dos novos modelos de 2008!), as zwei e o AirZound, e a Xtracycle. Estaremos também a alugar karts na pista de test drives, pelo que pode aproveitar para passar uma tarde animada, com a família ou com os amigos. 😉