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O que são e para que servem as bicicletas eléctricas?

Estas bicicletas são em tudo semelhantes às bicicletas convencionais, em termos de aspecto geral, componentes, funcionamento, manutenção, etc, mas estão equipadas adicionalmente com um motor eléctrico e uma bateria que podem assistir a pedalada do condutor. 

É importante notar que o motor não substitui o esforço do condutor, apenas o complementa e alivia.

Essa assistência tem um impacto significativo na experiência de uso da bicicleta numa cidade não plana: as subidas, o transporte de carga ou passageiros, o calor, o vento, a chuva, e o tráfego automóvel tornam-se muito mais fáceis de encarar. O resultado é que as pessoas fazem mais viagens de bicicleta, inclusivé viagens mais longas, quando passam para uma eléctrica, ou seja, conseguem substituir o carro (que consome 30 vezes mais energia para se mover) e outros modos pela bicicleta num maior número das suas deslocações.

Neste vídeo de 5 minutos intensivos, compreenderá exactamente porque é que as bicicletas com assistência eléctrica são cada vez mais populares (os slides estão aqui), e porque é que as piadas sobre serem “batota” não fazem sentido. 🙂

Pode complementar com este podcast:

https://hearthis.at/estrada-viva-wz/ana-pereira-bicicleta-elctrica/

As pedelec (acrónimo para ‘Pedal Electric Cycle’) são designadas de “velocípedes a motor” e são em tudo equiparadas a velocípedes normais para efeitos do Código da Estrada, com a excepção do uso de capacete – este é obrigatório para condutores e passageiros de velocípedes a motor (n.º 5 do Art.º 82).

Os velocípedes a motor são, de acordo com o Código da Estrada, velocípedes em que:

  • os motores têm uma potência máxima de 250 W
  • os sistemas têm um sensor de pedalada – só assistem enquanto o condutor pedalar
  • os sistemas têm um sensor de velocidade – só assistem até aos 25 Km/h (a partir daí é só força de pernas ou da gravidade)

Os modelos mais sofisticados têm geralmente 3 ou mais níveis de assistência e também um sensor de força da pedalada, o que permite oferecer uma experiência ainda mais similar à de uma bicicleta convencional, maior controlo e maior precisão na gestão da capacidade da bateria. Usar a bicicleta com o sistema desligado também é possível, claro.

Muitos sistemas têm um nível 0, em que o sistema está ligado mas o motor não assiste – quando chega um troço em que queremos assistência basta carregar no botão do nível de assistência (efectiva) 1, 2, 3, etc. Alguns sistemas (nomeadamente da BionX) têm também níveis de regeneração, servem para travar com o motor e poupar os travões em descidas, simular o esforço de subidas em zonas planas (interessante para condicionamento físico), e recarregar parcialmente a bateria no processo.

Há modelos com motores no cubo traseiro, outros na pedaleira, e outros no cubo dianteiro (e outros, mais raros, de fricção nos pneus ou nos aros, como o Velospeeder), e as baterias são normalmente fixas ao topo do porta-bagagem traseiro, ou ao quadro, ou atrás do tubo do selim, ou no tubo inferior. As consolas variam em funcionalidade, mas algumas têm até sistema de GPS, como a Nyon da Bosch, entre outras utilidades. As vantagens e desvantagens das diferentes opções e combinações dependem da bicicleta em causa, do sistema, e da aplicação desejada, e por isso fazemos o aconselhamento caso-a-caso.

De notar que, a par das pedelec, hoje em dia há também as “fast e-bikes“, ou “S-Pedelecs“, nestas o motor vai até aos 350 W e assiste até aos 45 Km/h, mas em Portugal só podem ser usadas em áreas privadas pois na prática são ciclomotores não homologados.

Nós em particular, trabalhamos com marcas como VSF Fahrradmanufaktur, Kreidler, Riese & Müller,e Quipplan, nas bicicletas eléctricas de origem, e BionX nos kits, entre outras. A Bosch e a Brose são dois dos principais sistemas equipados de série, actualmente. Há modelos para todas as necessidades, dobráveis (roda grande ou pequena), compactas, de cidade, de BTT, de quadro rebaixado ou alto, com ou sem suspensão, para a cidade ou para touring, para transportar crianças ou carga,… Nas citadinas, a amplitude de preços vai dos cerca de 1300 € a mais de 6000 €, e é à volta dos 2500-3000 € que mais facilmente encontramos o nível de equipamento ideal.

“Por esse preço compro uma scooter!”

Na verdade, quem opta por uma bicicleta eléctrica deseja algo diferente de quem opta por uma scooter (eléctrica ou não), e os preços por vezes similares não deverão ser relevantes nesse caso.

Com uma bicicleta eléctrica:

  • temos a possibilidade de andar frequentemente de bicicleta 🙂
  • usamos um modo fisicamente activo de transporte, mas com fácil gestão do esforço
  • temos uma velocidade máxima assistida de 25 Km/h (é raro passarmos esse limite salvo em descidas)
  • podemos conjugá-la com transportes públicos, apanhando boleia destes
  • não precisamos de matrícula, licença de condução ou seguro
  • o consumo de electricidade é muito reduzido e é fácil carregar a bateria em qualquer lado (removemo-la e levamo-la connosco)
  • levando-a a mão somos equiparados a peões, permitindo-nos apanhar atalhos
  • podemos andar nas ciclovias, parques, jardins, etc
  • não podemos circular em vias reservadas a automóveis ou auto-estradas
  • podemos transportar crianças com menos de 7 anos de idade em cadeiras ou atrelados
  • é fácil transportar carga na bicicleta
  • a lei diz que temos que usar capacete mas não parece haver consenso jurídico
  • podemos arrumá-la dentro de casa
  • há imensos formatos e configurações de equipamento (grandes, pequenas, dobráveis, convencionais, rígidas, com suspensão, diferentes tipos de mudanças e travões, diferentes funcionalidades na consola, etc)

Com uma scooter:

  • não andamos de bicicleta tão frequentemente
  • mantemo-nos sedentários (piorado pelo facto de facilmente levarmos a scooter para a porta de cada destino)
  • andamos a uma velocidade máxima de 45 Km/h
  • não podemos conjugá-la com transportes públicos, apanhando boleia destes (salvo os ferries)
  • precisamos de matrícula, licença de condução, seguro e capacete
  • os consumos são sempre superiores aos de uma pedelec, e temos que atestar numa bomba de combustível (se não for eléctrica)
  • não somos equiparados a peões se a levarmos à mão
  • não podemos andar nas ciclovias, parques, etc
  • não podemos circular em vias reservadas ou auto-estradas
  • não podemos transportar crianças com menos de 7 anos de idade
  • o transporte de carga é mais limitado
  • temos que usar capacete
  • temos que ter garagem ou deixá-la na rua
  • as scooters têm todas tamanho, formato e aspecto muito similar

Se apenas quer uma alternativa ao carro e aos transportes públicos, porta-a-porta, para mobilidade pessoal, e em que a saúde e o bem-estar são considerações secundárias, a scooter pode ser mais adequada ao seu caso.

Se manter um estilo de vida activo, desfrutar da cidade, transportar crianças ou carga, é importante para si, e quer um meio de transporte simples, competitivo dentro da cidade, fácil de arrumar ou transportar, barato e prático de manter, a pedelec é para si!

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Mais uma edição da A to B

O artigo de destaque da mais recente revista britânica A to B (que já cá temos no ateliê!) é sobre a nano Brompton 2.0. Não, ainda não se trata do modelo com assistência eléctrica anunciado pela Brompton para 2013, mas sim de um kit de assistência eléctrica especialmente adaptado às bicicletas dobráveis Brompton.

Com uma nano Brompton podemos ter uma bicicleta dobrável ultra-compacta, 13 Kg de peso + 3.5 Kg da bateria (que se pode tirar e transportar separadamente), e até uns 35 Km de autonomia. Entre usar a ajuda do motor e/ou conjugar a bicicleta com o carro ou com os transportes públicos, torna-se uma ferramenta de mobilidade pessoal muito flexível e versátil.

Já sabem, para estas e outras bicicletas dobráveis, kits de assistência eléctrica e bicicletas eléctricas de origem é na Cenas a Pedal. 😉

Sumário da A to B n.º 88:

Nano-Brompton 2.0
Refining Petrol
Cycle Speed
Brompton Innovation: Improving the Hinge
Pletscher Twin-leg Propstand
PLUS:Letters, News, and a selection of second-hand bikes.

Welcome to the 88th A to B – or 111th if we include the 23 ‘Folder’ magazines that came before it.We’re not far off our 20th anniversary now, which feels a little odd, because we still think we’re the upstart newcomer.Yesterday a rep from an electric bicycle company asked how long we’d been in business. I replied to the effect that we’d been doing the same thing for nearly 20 years. He said, ‘Perhaps it’s time you changed!’ It turned out he’d been in his job for three months, his company had been around for a year, and it was re-selling the same over-priced generic rubbish available from a dozen other distributors of Chinese electric bikes.We don’t have all the answers, but after 20 years we know a little about folding and electric bikes, and certainly more than some of the company reps! Will we be doing the same thing in 2032? Possibly. But we suspect not on paper – see page 7.

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De bicicleta nas cidades não-planas

A Marta (obrigada Marta!) partilhou connosco uma reportagem publicada na revista Turbo de Abril com o tema “Lisboa a pedal” (PDF), com duas bicicletas dobráveis Brompton como protagonistas. 🙂 E para quem acha que “Lisboa não dá para andar de bicicleta porque não é plana“, tenho 2 notícias para vocês: bicicletas dobráveis (ou não) nos transportes públicos, e bicicletas com assistência eléctrica (de origem ou add on).

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Carteiros em bicicleta

Os CTT, em preparação da liberalização do mercado, reposicionaram-se no mesmo com uma estratégia de diferenciação baseada na responsabilidade ambiental, e daí surgiu a campanha “CTT consigo“.

Uma das novas medidas internas da empresa seria introduzir bicicletas com assistência eléctrica nos giros dos carteiros. Em termos de produtos, o Correio Verde passaria a ser realmente mais “verde”, o que é algo que, como consumidora, muito me apraz ser-me dada essa alternativa.

Os CTT dizem ter já 300 bicicletas, com assistência eléctrica, em circulação, cada uma das quais percorrerá 12 a 16 Km por dia e assistirá cada carteiro que as use na entrega de 700 a 1000 objectos postais/dia.

Vantagens? Substituindo motociclos ou ciclomotores, permitirão reduzir em 90 % a emissão de CO2, e poupar cerca de 1300 € por ano. Substituindo trolleys e sola de sapatos nos giros apeados, permite ganhar 1 hora de trabalho por dia, em média, graças ao aumento da velocidade de entrega e à diminuição do esforço do carteiro.

Neste momento, os CTT têm identificados 700 a 800 percursos de carteiros com potencial de utilização de bicicletas, o equivalente a 10% de todos os percursos de distribuição diários dos correios.

Fotos: Aposta 88, páginas 22 e 23.

Podem ver o vídeo de uma reportagem da RTP aqui:

Claro que esta estratégia de marketing não fica completa enquanto, por exemplo, as estações de CTT não forem equipadas com estacionamento para bicicletas à porta, para também os clientes as usarem mais, e as principais estações e centrais de distribuição oferecerem condições a nível de balneários, cacifos e parqueamento para os outros funcionários mais facilmente poderem adoptar a bicicleta para se deslocarem para o trabalho. Mas, vá lá, uma pedalada de cada vez, always [try to] look on the bright side of life. 😛

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Nova revista “Electric bike”

Já está disponível para livre consulta em formato digital, o primeiro número da revista britânica Electric Bike, da mesma equipa da Velo Vision, da qual já somos agentes em Portugal.

As bicicletas com assistência eléctrica estão na moda, e embora possam ser pouco vantajosas para muitas situações, há aplicações específicas como o transporte de carga e/ou passageiros, e grupos-alvo, como pessoas com mais idade, ou com commutes mais longos e/ou declivosos, ou com condicionantes de mobilidade, em que a assistência eléctrica pode realmente fazer a diferença e tornar viável ou simplesmente mais apelativa a utilização da bicicleta em cenários à partida menos favoráveis. A Electric Bike poderá ajudar a perceber este admirável mundo novo à medida que as marcas e modelos se desmultiplicam e a tecnologia progride.