“ABC da Bicicleta“: 26 e 27 de Fevereiro + 5 de Março, 9h30-11h30, Estrela (Lisboa), 79 € (bicicleta incluída)
E o bom tempo tem tendência a manter-se, agora que estamos em contagem decrescente para a Primavera! 🙂 Pelo que há que tirar a bicicleta da garagem e fazer uma aula para desenferrujar e garantir que estamos prontos para rolar!
“Clínica de Bicicleta“: 6 de Março, 9h30-12h30, Campo Grande (Lisboa), 24 € (traga a sua bicicleta)
E quando o bichinho dos modos activos pegar, preparemo-nos para circular por aí à vontade!
“Ir & Vir de Bicicleta“: 12 e 13 de Março, 10h-12h, Campo Grande (Lisboa), 39 € (traga a sua bicicleta)
Aqui um vídeo de um acidente de “dooring” (portada?), em versão crash test dummy:
Mostra só um tipo de acidente causado pelo circular demasiado perto dos carros / abrir de uma porta sem ver se é seguro, pois a outra alternativa é o ciclista desviar-se, num reflexo, colidindo ou sendo atropelado pelo veículo que vier ao lado ou atrás, a circular na fila à esquerda.
Lembrem-se disto da próxima vez que se encostarem demasiado, abdicando do vosso espaço tampão de segurança, “para não empatar o trânsito”…
Esta semana temos um curso “ABC da Bicicleta“, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª-feira, das 17h às 18h30 (@ Estrela, 79 €), para os principiantes. Este é para quem só se vê a andar de bicicleta com rodinhas, no banco de trás de uma tandem, ou num triciclo.
Para os iniciados temos no sábado, dia 6 de Março, das 9h30 às 12h30, a “Clínica de Bicicleta” (@ Campo Grande, 24 €). Este é para quem já deixou as rodinhas, mas ainda não se amanha bem com as mudanças, precisa de treinar o pedalar em câmara lenta ou o desviar-se de obstáculos. É ainda um pré-requisito para o nível seguinte:
E no fim-de-semana seguinte, dias 12 e 13, das 10h às 12h, temos o “Ir & Vir de Bicicleta“, para quem quer começar, ou já começou, a pedalar pelas estradas e ciclovias da cidade (@Lisboa, 39 €). Este é para quem já anda por aí, mas continua a queixar-se de razias, apitadelas, peões e motoristas.
Mas a cena fixe do Dia de S. Valentim é mesmo a borla para quem oferece. Isso. Se se inscrever juntamente com a sua cara-metade (e não vamos exigir provas! 😉 ), no mesmo curso que lhe oferece, não paga. É um pague 1, traga 2. Oferta válida para compras feitas no dia 14/02/2001, através da nossa loja online (datas serão à escolha num prazo de 4 meses, sujeitas às vagas existentes para cada edição).
O amor é uma cena importante. E se está sozinho, lembre-se, oferecer-se a si próprio um mimo é cuidar do primeiro e mais importante amor de todos: o amor-próprio. 😉
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, vai ter o seu gabinete num antigo armazém no Largo do Intendente, actualmente a sofrer obras de recuperação. A partir de Abril, e por 2 anos, será este o seu local de trabalho, para «“dar confiança às pessoas para investirem” nesta zona de “má fama”»:
Ora, este novo gabinete do Presidente dista menos de 2 Km dos Paços do Concelho, num percurso praticamente plano. Ida & volta fica em 4 Km:
Alternativas ao dispôr do Presidente:
Automóvel – 6 min para cada lado, considerando que tem estacionamento reservado literalmente à porta em ambos os locais e que não há congestionamentos. Visibilidade: nula. Interacção com a cidade: nula. Custo pessoal: elevado (sedentarismo). Custo para os contribuintes: elevado (mín. 2 €/volta, se incluir motorista, houver muito trânsito, etc, aumenta, mais espaço público para parqueamento em ambas as pontas). Liderar pelo exemplo: falhanço total.
Caminhar – 20 min até à Praça do Município, 22 min para regressar. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: total. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelo exercício físico leve. Custo para os contribuintes: zero. Liderar pelo exemplo: sucesso.
Transportes públicos – o Google estima em 9 a 11 min Largo do Intendente-Praça do Município, e 10 a 16 min o inverso, usando o Metro ou a Carris, respectivamente. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: razoável. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelas escadas de metro subidas ou pelos troços caminhados. Custo para os contribuintes: passe Metro 19.55 € ou 1.80 €/volta. Liderar pelo exemplo: bom.
Bicicleta – os mesmos 6 minutos que o automóvel, com a diferença de que o tempo de viagem não é significativamente afectado pelo congestionamento, e que o estacionamento pode até ser mais fácil/rápido. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: elevada. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelo exercício físico ligeiro. Custo para os contribuintes: praticamente zero. Liderar pelo exemplo: grande sucesso.
Desde essa altura já foram implementadas pela CML algumas medidas tímidas “em nome das bicicletas” (deixemos por agora as críticas à implementação técnica e às estratégias políticas à parte). Embora ainda andemos todos a suspirar pela bendita ciclovia ribeirinha (mas uma coisa mesmo bem pensada, integrada com o resto, e bem implementada) que nos permita pedalar por prazer, desporto ou transporte entre o Parque das Nações e Algés (e depois até Cascais). O potencial a nível de turismo “vá para fora cá dentro”, de fim-de-semana e não só, de turismo estrangeiro, de dinamização de actividades culturais e comerciais à beira-rio, etc, etc,… é difícil de compreender de que raio estão estas autarquias à espera…
A proposta
Lançamos então aqui o desafio ao Presidente António Costa para “vestir a camisola” e adoptar a bicicleta para se deslocar entre o seu gabinete e os Paços do Concelho, sempre que tal seja necessário.
Foto: FPCUB
Porquê de bicicleta?
Porque é o meio de transporte mais competitivo para o percurso em causa: o mais rápido, o que oferece tempos de viagem mais fiáveis, e o mais fácil de usar.
É o que mais dinheiro poupa à Câmara (a seguir ao andar a pé, claro, mas hey, time is money!).
Permite ao Presidente incorporar um pouco de exercício físico leve no seu dia-a-dia, usando o tempo dedicado a transporte.
Permite-lhe manter-se em contacto próximo com a cidade mas deixa-o gerir a velocidade a que o faz, e as oportunidades de interacção com os munícipes (é mais difícil chegar a horas a uma reunião indo a pé e tendo que lidar com interacções populares imprevisíveis).
Ter o Presidente da Câmara a passar na rua de bicicleta, vestido normalmente, no horário de trabalho, regularmente, fará mais para “reduzir o estigma” da bicicleta, “dar confiança às pessoas para investirem” neste meio de transporte, e fazer as pessoas “sentir que há um comprometimento efectivo do município e das autoridades para mudar” as condições para o uso da bicicleta na cidade, do que qualquer ciclovia, folheto ou campanha.
Não se trata de pedir a António Costa que passe a comutar casa-trabalho-casa diariamente de bicicleta, nem que passe a ir para todos os compromissos profissionais de bicicleta. Trata-se de incentivá-lo a escolher o meio de transporte mais adequado para cada situação. E esta, de comutação entre dois locais de trabalho, num percurso plano de 2 Km, tem “bicicleta” escrito na testa.
Claro que há pequenos cuidados prévios que, tratando-se do Presidente da capital do país, convém ter:
Escolher o equipamento certo. E o que é certo para um Presidente de Câmara na capital portuguesa, numa cidade onde raríssimas pessoas em cargos políticos optam pela bicicleta (logo, onde a imagem de exemplo do Presidente deverá ser positiva, e aspiracional)? Uma bicicleta que não o deixe ficar mal. Bonita, eficiente, fiável, simples de usar. Uma bicicleta que lhe permita sentar-se no selim e arrancar, sem se preocupar com calças a sujarem-se ou rasgarem-se na corrente, com salpicos das rodas. Com iluminação e protecção anti-roubo integradas. Tem que estar preparada para poder transportar confortavelmente e em segurança pastas, portáteis, dossiers, o que seja. Tratando-se de Lisboa e considerando o percurso em causa, tem que garantir um mínimo de conforto pelos buracos e empedrados de Lisboa. Os acessórios para o adequado transporte de bagagem e para lidar com os eventuais dias de chuva também terão que ser contemplados. Não é este o look que pretendemos para estas deslocações em particular:
Preparar-se convenientemente. Não se tratando de um cidadão anónimo, é de particular importância que o Presidente aja sabendo o que está a fazer, e fazendo-o o melhor possível. Fisicamente, este percurso é acessível a qualquer nível de condição física, por mais sedentária que seja a pessoa (e se fosse por isso, podia sempre ir para uma bicicleta com assistência eléctrica, quem sabe assim a rede MOBI.E não passaria a contemplá-las também…). Mas convém praticar antes o controlo básico e a destreza na bicicleta. Depois há que ter noção da legislação aplicável ao condutor de uma bicicleta, e aprender as devidas técnicas de condução de bicicleta, para garantir o máximo de eficiência, conforto e segurança nas delocações do Presidente. Dicas de como transportar coisas, prender a bicicleta, gerir o esforço, lidar com a chuva ou com o calor também deverão ser abordadas.
Ora, nesta óptica, o Presidente António Costa até está numa situação privilegiada, pois tem logo aqui à mão a única empresa nacional totalmente especializada nistomesmo. E Lisboa até tem o Bicycle Repair Man, para que o Presidente nunca fique apeado! 🙂
Mas mesmo que opte por não recorrer a profissionais para obter a necessária consultoria e formação, e se meta nisto sozinho ou com as dicas dos assessores disponíveis, o que interessa é pegar na bicicleta, seja ela qual for, e usá-la, seja como for, e manter-se firme nisso!
E tenho a certeza de que a percepção e compreensão das necessidades dos ciclistas seria muito mais rápida por parte da CML se o Presidente experienciasse a cidade, regularmente e num contexto utilitário, em cima de uma bicicleta.
Este post foi enviado ao Gabinete do Presidente. A ver se pega. 🙂