Categoria: Segurança
Parece que isto (inicialmente apenas um projecto para um concurso) evoluiu para algo em produção. Embora em tempos também tenha visto interesse no conceito, agora já vejo o nonsense que aquilo é… Aliás, basta ler a intro no site do produto para perceber o ridículo:
Bike lanes are an effective means of improving safety for motorists and cyclists. However, due to the high cost of installation, bike lanes are not widely available. Instead of forcing cyclists to adapt their behavior to the existing infrastructure, the bike lane should adapt to the cyclist.
Começa logo torto com a primeira frase. E depois, basicamente, mostra a inutilidade do conceito. Que diferença faz em termos de segurança ou respeito da parte dos outros utentes das vias, nomeadamente motoristas, um risco luminoso no chão, sempre em movimento?…
Enfim, a intenção até pode ser boa, mas a ideia é um bocado tótó… O único efeito positivo que aquilo pode ter deriva da iluminação do ciclista, e aí há formas bem melhores de obter o mesmo efeito, e até melhor (se procura um efeito tchan, aposte num Down Low Glow!).
Alhos e bugalhos
Um ciclista dirige-se para o trabalho às 05h30, de madrugada, e para atalhar caminho, parece, usa uma rua de sentido único, em sentido proibido e, num entroncamento sem visibilidade colide violentamente com um automóvel, morrendo instantaneamente.
Um jornalista conclui automaticamente que este é mais um caso que vem ilustrar a necessidade de ciclovias na cidade de Vigo, e sustenta tal opinião com o facto de 2 mil ciclistas se terem manifestado dias antes, reivindicando a não anulação do projecto já adjudicado de construção de uma ciclovia ao longo da costa que permita ligar Vigo a A Ramallosa, e que ofereça maior segurança e conforto aos ciclistas que já fazem esse percurso em lazer ou em desporto (e angariando mais dentre as pessoas que se dirigem para as praias), comparando com a via de elevado volume de tráfego motorizado actualmente disponível.
Eu diria que uma coisa não tem a ver com a outra. Eu olharia para a notícia do ciclista abalroado e morto (e da condutora em choque) e pensaria que é mais um caso que vem ilustrar a necessidade de formação e sensibilização dos condutores de bicicletas e de automóveis para saberem evitar situações em que se possam pôr em risco a si próprios ou aos outros. O ciclista deveria saber que os outros condutores não esperam cruzar-se com ele numa rua de sentido único em que ele segue em sentido proibido e que tal manobra é ilegal e, das duas uma, ou não seguir em contra-sentido ou fazê-lo de forma consciente e o mais segura possível. A condutora deveria fazer aquela curva cega com mais cuidado, afinal, era uma curva cega, e era de noite. Ambos foram parcialmente culpados, embora o grosso da culpa recaia sobre o ciclista, pela informação a que consigo aceder.
Olharia ainda para a notícia sobre a manifestação de ciclistas pela ciclovia pela costa e pensaria que tal infraestrutura, se bem desenhada, pode ser algo muito positivo e vantajoso para os utilizadores de bicicleta, seja em que contexto for – utilitário, lúdico ou desportivo, e que tal via não pode ser encarada como um corredor para proteger os ciclistas de si próprios, como parece ser a ideia do jornalista.
[Notícia via lista do CiudadCiclista.]Será um radar para bicicletas uma solução que permitisse evitar a proibição total ou parcial da circulação de bicicletas nos paredões de Cascais e Oeiras? 🙂
Imperdível, e nova adição ao nosso blogroll.