O Tiago Andrade Santos é um arquitecto que usa a bicicleta diariamente como meio de transporte, para se deslocar entre casa e o seu local de trabalho, em Oeiras.
Dadas as recentes proibições por parte das Câmaras Municipais de Oeiras e Cascais de circular em bicicleta nos paredões à beira-mar, o Tiago resolveu redigir um documento intitulado “Um Marginal na Marginal – Proposta para melhorias no concelho” onde, em 10 páginas, aponta os principais problemas de mobilidade em bicicleta e sugere medidas para ajudar a resolvê-los. E tem o cuidado de documentar as situações com fotografias ilustrativas. Criou ainda uma série de slogans e imagens de divulgação e provocação, para alertar para as questões abordadas.
O principal problema apontado prende-se com o ataque e a negligência das entidades no poder para com o uso da bicicleta, quer como transporte quer para lazer. A bicicleta fica de fora no planeamento das infrastruturas, e quando há conflitos com outros utilizadores das vias (carros ou peões) é ela que é banida. As infracções dos ciclistas (neste caso, a circulação nos paredões) são prontamente identificadas e punidas, enquanto que as de automobilistas (que estacionam os carros onde calha – passeios, ciclovias, passadeiras, etc) e as de peões (que circulam nas ciclovias e não nos passeios ao lado – ex. de Cascais) são ignoradas ou pelo menos não são fiscalizadas ao nível que deviam, são encaradas como “normais” e toleradas culturalmente. Além disso, no caso dos ciclistas as infracções de uma minoria servem de desculpa para banir todos os outros da estrada, enquanto que ninguém pensaria fazer isso relativamente aos automobilistas…
Apesar de aparentemente o autor do documento defender a segregação entre bicicletas e restante tráfego (embora possa assumir que seja apenas relativamente à Marginal e/ou relativamente a uma utilização num local de contexto paisagístico privilegiado, como o é a frente ribeirinha destes concelhos, principalmente com o objectivo do lazer e desporto ligeiro), o documento levanta questões pertinentes e apresenta soluções perfeitamente plausíveis, pelo que o recomendamos e apoiamos.
Foi justamente para procurar apoio de outras pessoas interessadas na resolução destes problemas que o Tiago Andrade Santos contactou a FPCUB para que esta ajudasse na divulgação e agisse como intermediário para reunir pessoas interessadas em apoiar esta proposta.