Após 7 anos de existência, os últimos 3 dos quais de casa aberta no nº 38 da Avenida Álvares Cabral, em Lisboa, já tinha chegado a hora, mas só agora chegou a oportunidade, de migrarmos para um novo sítio.
Por mero acaso, quando já tínhamos desistido da ideia, depois de mais de 6 meses à procura, uma cliente (mesmo sem saber do nosso apelo) falou-nos de um amigo que trabalhava numa imobiliária e que podia ter algo que nos servisse. Lá fomos, cépticos, mas tivémos sorte. Embora mais pequeno do que aquilo que precisávamos e procurávamos, era amplo, com muita luz natural, numa rua calma mas perto de tudo, tudo no R/C (que isto de acartar bicicletas escadas acima e escadas abaixo, ou passar os dias em caves não está com nada), e aparentemente sem problemas de humidade e com bom desempenho térmico. Um excelente upgrade! Conseguiríamos dispôr de melhores condições de trabalho para a nossa equipa, e simultaneamente melhorar a experiência de quem servimos. 🙂
O chão precisava de ser alterado, e havia algumas reparações a fazer, mas não exigia nada de remotamente parecido com o que tivémos que investir no primeiro atelier para ficar minimamente usável para começar (lembram-se dessa novela? As fotos lá estão, para a posteridade!).
Avançámos, felizes pelo aparente golpe de sorte, mas naturalmente receosos pelo passo maior dado, e simultaneamente excitados e frustrados pela perspectiva de “começar tudo do zero”, quando ainda tínhamos tanta coisa por fazer e por melhorar no outro sítio (e já lá estávamos há 3 anos!).
Mas lá dizia o outro, que a mudança é a única constante da vida. E só há uma coisa pior que a trabalheira da mudança, e o natural medo e ansiedade associados: o aborrecimento. A perspectiva de ter nada por fazer nem nada aonde chegar é uma seca insuportável.
Bom, vamos então mudar de freguesia (literalmente), vamos para Alvalade, ficando mesmo na fronteira com as também novas freguesias de Avenidas Novas e Areeiro. Curiosamente, viémos parar também no centro de uma zona deficitária em serviços de apoio à mobilidade em bicicleta, como se vê no mapa abaixo (somos o ponto laranja) – não sei se isto é bom sinal,… pode ser porque ninguém precisa ou se interessa pela bicicleta aqui. Por um lado, a CaP existe justamente para tentar mudar esses estados de coisas, por outro, enquanto o fazemos temos que ir vivendo. Bom, logo descobriremos, suponho.
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(E não, não foi de propósito, tinha feito este mapeamento há uns meses atrás, como base de trabalho para uma ideia de Rede Pró-Bicicletas de Lisboa. Calhou assim.)
Entretando percebemos, ao termos que actualizar a nossa página de Contactos, que é um óptimo sítio em termos de acessibilidade por transporte público, o que é muito útil (já estou a pensar no jeitão que isso dará para as Viagens a Pedal).
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Já começámos a tratar do chão, no novo atelier, e já começámos a arrumar as coisas no velho atelier.
Entretanto, para acabar o que falta, mudar tudo de sítio, e arrumar minimamente as coisas para podermos retomar o trabalho normal, vamos estar encerrados de 29 de Março a 2 de Abril, inclusivé. Esperamos conseguir reabrir dia 3, 5ª-feira! Logo que possível decidiremos e divulgaremos uma data para a “house warming party” depois. 🙂
Por enquanto as aulas de bicicleta dos níveis básicos continuarão a decorrer em Campo de Ourique, mas seria óptimo conseguir ter acesso a um espaço coberto também aqui em Alvalade! Mais uma nova luta!…
De resto, temos ainda que encontrar uma solução para a Feira de Bicicletas Maduras, já que no novo atelier não dispomos de um espaço privado que possamos ceder livremente para o evento. Vamos ver se a Junta de Freguesia de Alvalade é amigável, e interessada em ser bike-friendly, e nos autoriza a realizar a feira num jardim próximo!… Façam figas. 🙂