Categorias
Exemplos Imagens Mobilidade Transportes Públicos

Calhas para bicicletas no Metro

Com a crescente abertura das empresas exploradoras de serviços de transportes públicos à inter-modalidade com a bicicleta, urge melhorar as infraestruturas de acesso aos veículos destas operadoras.

Para quando a instalação de calhas para bicicletas nos degraus das escadas do Metro de Lisboa, por exemplo?

metro-calha-bicicletas.jpg
[Fotomontagem]

Outros exemplos de calhas em escadas aqui, aqui e neste outro post.

Categorias
Iniciativas Mobilidade Notícias Segurança

Câmara de Cascais desenvolve experiência piloto na Marginal

O Hugo, da FPCUB, divulgou esta óptima notícia (publicada no Público) na lista da Massa Crítica:

«A Câmara de Cascais vai testar no próximo fim-de-semana, nos dias 2 e 3 de Junho, entre as 7h00 e as 11h00, a circulação de bicicletas na Avenida Marginal, entre Cascais e Carcavelos, reservando para estes velocípedes as vias da direita através do condicionamento de trânsito.

Durante a experiência vão estar disponíveis para utilização gratuita as Bicicletas de Cascais (as “Bicas”), nos dois extremos da “ciclovia” criada provisoriamente na Marginal, na sede do concelho e em Carcavelos. A viabilidade de alargar este modelo de circulação a todos os fins-de-semanas e feriados, com excepção da época alta do período balnear, será decidida tendo em conta os resultados deste teste.

A iniciativa visa “atenuar a perigosa convivência de ciclistas e automobilistas na Marginal, criando um percurso separado entre o centro de Cascais e a praia de Carcavelos”, explicou, em comunicado, a autarquia. Nos dias 2 e 3 de Junho, durante quatro horas, no troço da Marginal entre a rotunda da Avenida de Sintra (junto ao Pão de Açúcar) e na rotunda com a Variante à Estrada Nacional 6-7 (junto ao Forte de São Julião da Barra), a circulação de automóveis estará limitada à via da esquerda em ambos os sentidos, já que as vias da direita estarão reservadas aos utilizadores de velocípedes.

“A circulação de bicicletas na Marginal é um exercício que acarreta riscos para a segurança que muitos não querem correr”, afirma a Câmara de Cascais. Esta iniciativa tenta “dar resposta às solicitações crescentes dos ciclistas” e vem na “sequência da proposta da rede ciclável para Cascais”, nota o comunicado. Durante o condicionamento de trânsito, o percurso será sinalizado e vigiado.
A autarquia vai testar as vias reservadas a bicicletas e admite repetir a iniciativa em determinados períodos do ano.
»

Isto é um bom sinal, nomeadamente de abertura da Câmara para a questão da bicicleta como opção de mobilidade. 🙂 O carácter experimental da iniciativa torna ainda mais importante que haja uma boa participação por parte da população, para que não seja falta de quórum a ditar a condenação do projecto.

Categorias
Infraestruturas e urbanismo Mobilidade Publicações e recursos Transportes Públicos

Os bike commuters são os mais felizes!

Todd Litman do Victoria Transportation Policy Institute (VTPI) — “uma organização independente de investigação dedicada a desenvolver soluções práticas e inovadoras para os problemas do transporte” – publicou um estudo que compara a satisfação das pessoas com os seus movimentos pendulares diários.

commuterstudy.jpg

«Entre as opções de deslocação diária – apenas automóvel, apenas transportes públicos, misto de automóvel e transportes públicos, bicicleta e caminhada, os commuters mais felizes são os que vão para o emprego com a sua própria energia. Os ciclistas expressam os níveis de satisfação mais altos, e mais baixos de insatisfação, com as suas viagens matinais e vespertinas. Os caminhantes aparecem logo atrás. Não se sabe se é por ambos terem tendencialmente deslocações menores ou se é por tenderem a ter percursos agradáveis ou livres de stress (caso contrário escolheriam outra forma de chegar ao emprego). De qualquer modo, parece que uma boa maneira de fazer as pessoas felizes com as suas viagens pendulares é – se possível – dar-lhes uma forma segura e rápida de chegarem ao trabalho pelos seus próprios meios e energia.»

Também é notória a influência que a duração das deslocações tem sobre o nível de satisfação:

screenshot-1.jpg

Isto contraria todas as políticas usuais em Portugal: construir mais e mais “acessibilidades” (a.k.a. estradas, geralmente sem incluir as necessidades de peões e afins), que meia-dúzia de anos depois estão igualmente congestionadas e voltamos à estaca zero.

[Via]
Categorias
Exemplos Iniciativas Mobilidade Notícias

Santarém: 3ª escola com bicicletas cedidas pela autarquia

Primeiro foi a Escola E.B. 2,3 D. João II, depois a Escola Secundária Dr. Ginestal Machado, e agora, como prometido, a Escola Secundária Sá da Bandeira. A Câmara Municipal de Santarém (que tem um Presidente bike commuter) cedeu entre 30 a 50 bicicletas a cada uma destas escolas, para o apoio a actividades desportivas da escola e para promover hábitos saudáveis entre os jovens. Estes podem requisitar as bicicletas na escola e usá-las para se deslocarem a casa à hora do almoço, ou aos pavilhões gimnodesportivos onde decorrem as aulas de Ed. Física, etc.

Esperemos que a moda pegue. 😉

Categorias
Exemplos Infraestruturas e urbanismo Mobilidade Transportes Públicos Videos

“É um Enrique Peñalosa ali para Lisboa, se faz favor.”

Há pessoas e projectos que nos inspiram. Que nos dão esperança de que é possível fazer diferente, esperar diferente. Que nos dão confiança para fazermos também coisas loucas e grandiosas. O Enrique Peñalosa é para mim uma referência incontornável, e o seu exemplo algo que me alenta os sonhos.

Esta entrevista (versão longa) é absolutamente imperdível. Se tivesse tempo legendava-a em português para que mais pessoas pudessem perceber que o problema de Portugal não é falta de dinheiro, nem de meios, mas sim de inteligência colectiva e pessoas com visão.

«O conflito nas cidades, hoje, é entre os carros e as pessoas. Não se pode ter cidades amigas das pessoas e amigas dos carros, tem que se escolher.»

«Temos que escolher como queremos viver.»

«As cidades existem há 5000 anos, os carros há 80. As cidades sempre foram pedonais, e era assim que eram funcionais. Uma cidade pedonal é amigável para os seus utentes mais frágeis e vulneráveis. Não podemos resolver o problema da mobilidade nas cidades com carros, é simplesmente impossível, não funciona.»

Em apenas 3 anos o “Presidente da Câmara” de Bogotá, Enrique Peñalosa, mudou a maneira como a sua cidade tratava os seus cidadãos “não-motorizados” restringindo o uso do automóvel e instituindo um sistema de autocarros rápidos (com vias exclusivas) que agora transporta 500 000 pessoas diariamente. Entre outros melhoramentos: ele alargou e reconstruiu passeios, criou grandes espaços públicos, e implementou uma rede de mais de 150 Km de ciclovias protegidas (um símbolo de que «um cidadão numa bicicleta de 30 $ é tão importante quanto um cidadão num carro de 30 000 $». E ele teve que lidar com enorme resistência à mudança, protestos, etc.

Eles querem ainda banir totalmente os carros durante as horas de ponta. Actualmente fazem um “Dia Sem Carros” todas as semanas.

«Em apenas 6 anos, de 0.2 % de pessoas a usar a bicicleta diariamente, em Bogotá, passou-se para 5 %. Há agora 400 000 pessoas a andar de bicicleta na cidade, todos os dias.»

«Nós subestimamos o poder dos sonhos. O mais difícil é sonhar e criar um sonho colectivo ou uma visão partilhada. É tempo de arriscar em grande e fazer algo novo, uma nova [insert portuguese city name here]».

A versão curta está no YouTube:

Versão legendada (aberta a revisões 😉 ):