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A greve é uma cena que a mim não me assiste

A greve é uma cena que a mim não me assiste. Eu ando de bicicleta. 🙂

(ver final da peça abaixo)

Para espalhar esta palavra, este ano voltámos a participar em vários eventos relacionados com a Semana Europeia da Mobilidade que, para quem não sabe:

Esta é uma efeméride que deveria servir para sensibilizar a população, os cidadãos, as empresas, as entidades públicas, para diversificarem e alargarem as suas soluções de mobilidade, rumo a cidades mais sustentáveis, redes de transporte público mais eficazes, e infraestruturas rodoviárias mais eficientes. Infelizmente, a nível nacional, o investimento neste esforço tem vindo a decrescer, a SEM é muitas vezes preenchida com coisas para “encher chouriços“, e a bicicleta é frequentemente introduzida mas na vertente desportiva (com muitos passeios tipo BTT), misturando alhos com bugalhos (desporto com transporte)… E as “medidas permanentes” são muitas vezes coisas banais e da normal competência das autarquias (fazer passeios, passadeiras, rampas, etc), em vez de medidas além do que é esperado. Um efeito perverso da SEM é que as câmaras municipais, operadores de transportes públicos, etc, que implementam poucas e curtas medidas pró-mobilidade sustentável, ainda as guardam todas para lançar só nesta altura do ano. A propósito, o IMTT lançou este ano o tal Pacote da Mobilidade.

Gostei da iniciativa de Castelo Branco de fazer um “Walk to School Day“. Esta é, de resto, uma cidade onde é fácil andar a pé e de bicicleta…

Nós estivemos a divulgar outras formas de mobilidade & recreio em Oliveira de Azeméis, com um Laboratório de Cenas a Pedal:

Laboratório de Cenas a Pedal @ SEM 2011 Oliveira de Azeméis

É um laboratório porque a ideia é a malta experimentar cenas. 🙂

Estivemos mais uma vez no Marginal Sem Carros, em Oeiras, a expôr algumas “Cenas a Pedal” às massas e a prestar assistência técnica com o Bicycle Repair Man.

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Em Lisboa, participámos também na segunda edição do Verde Movimento Alfacinha, no dia dedicado à mobilidade sustentável (vejam o vídeo aqui – a minha T-shirt assentou que nem uma luva, eheheh). Estivémos lá com mais um Laboratório de Cenas a Pedal.

Laboratório de Cenas a Pedal @ Verde Movimento

E, em simultâneo, a dar dois mini-workshops de mecânica de bicicletas na óptica do utilizador.

Mini-workshop de mecânica na óptica do utilizador: furos & Cia Mini-workshop de mecânica na óptica do utilizador: travões e mudanças

E fomos ainda a Évora dar uma palestra motivacional / educacional para o uso da bicicleta como meio de transporte.

Palestra "Usar a bicicleta como meio de transporte" em Évora

Acreditamos que estas pequenas intervenções vão contribuindo, à sua escala, para a mudança cultural necessária para as pessoas deixarem de considerar o automóvel particular a primeira e até única opção de transporte para todas as suas necessidades de mobilidade (dos 100 m aos 1000 Km), mas gostávamos de poder fazer mais, e gostávamos de ver mais empenho político por parte das 308 autarquias do país e mesmo das 63 que, dentro destas, ainda vão aderindo à Semana Europeia da Mobilidade. Cenários de greve dos transportes públicos e consequente caos [mais] infernal [do que o costume] na circulação rodoviária mostra bem a importância de esse empenho político chegar rapidamente e em peso…

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Um triciclo para quem mal consegue caminhar

A bicicleta é um intrumento de liberdade fantástico. 🙂

Por isto é que a indústria da “segurança rodoviária” não se deve preocupar tanto em proteger os “utilizadores vulneráveis”, mas sim em controlar os “utilizadores ameaçadores” ou os “utilizadores perigosos”, o ónus do cuidado e da responsabilidade deve recair primariamente sobre quem detém o poder mais letal. A mãe do Terry pode andar pela rua, e tem o direito de o fazer em paz e em segurança.

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Há greve dos comboios

Há greve dos comboios esta semana. Amanhã, dia 8, e depois dia 11 não há mesmo nada (ou quase nada) para ninguém. Mas dia 7, 9, 10 e 12 vão ver atrasos, supressões e outras perturbações na circulação dos comboios da CP. E não serão facultados transportes alternativos… Dado que a Carris (e a STCP, no Porto), o Metro e a Soflusa & Transtejo também vão fazer greve, a malta ou pega no carro, ou pede boleia num carpooling (e perde mais um pouco de saúde mental nos congestionamentos de trânsito), ou fica em casa e faz gazeta ou… vai de bicicleta. 🙂

É hora de pegar na bicla dos passeios de férias ou de fim-de-semana e descobrir um novo meio de transporte. Mais fiável, mais polivalente, mais flexível, mais económico, mais saudável, mais fixe.

A bicicleta joga lindamente com os transportes públicos quando é preciso ou quando apetece. E quando não há transportes públicos, como esta semana, a bicicleta oferece a mesma fiabilidade que o automóvel particular: está lá quando precisamos dela, para nos levar onde precisamos de ir, quando precisamos de ir. Com a pequena diferença de sabermos que chegaremos mesmo lá a horas, haja ou não congestionamento, haja ou não “lugar para estacionar”.

Esta semana haverá mais carros na rua, porque essa é a única alternativa ao transporte público que muitas pessoas conhecem. O trânsito será ainda mais infernal do que o costume. As pessoas sofrerão ainda mais com a poluição dos carros adicionais, e do congestionamento adicional (andar na rua será uma experiência ainda mais desagradável que o normal. Encontrar lugar para estacionar será uma dor de cabeça ainda pior (quando não uma missão virtualmente impossível). Os serviços de entregas sofrerão perdas de produtividade que passarão para os clientes (lojas, cafés, restaurantes, etc).

Mas onde é que eu me fui meter...

As pessoas perderão ainda mais tempo a chegar ao trabalho, e depois a regressar a casa – chegam a casa moídas, stressadas e com o tempo já esgotado para actividades pessoais: cuidar de si mesmas, estar com os filhos, namorar, descontrair. Mas esse é o cenário invitável numa sociedade que dá rédea solta ao uso do automóvel particular. É esse o inferno auto-destrutivo que toma conta de tudo numa cidade onde o transporte público, o andar a pé e o andar de bicicleta são opções de mobilidade tornadas menos atractivas (ou viáveis) que o ultra-subsidiado e ultra-favorecido automóvel.

Quer independência? Flexibilidade? Mais dinheiro para o que realmente interessa? Invista numa bicicleta e use-a mais vezes. Use-a com o comboio, com o Metro, ou com os autocarros, quando lhe der jeito, e use-a sem mais nada quando a bicicleta chega, ou quando os transportes públicos não chegam. Use-a com o carro, quando faz sentido.

O melhor investimento, nomeadamente para quem mora mais longe do trabalho, é numa [boa] bicicleta com assistência eléctrica (pedelec). Pode fazer Oeiras-Lisboa em menos de 45-60 min, haja ou não congestionamento na estrada. Se precisar ou lhe apetecer, pode pô-la no comboio para diminuir o tempo de viagem (não faz isto com um carro ou com uma mota…).

Pedelecs no comboio

Ou pode ir a pedalar e a curtir – é um tempo seu, para pensar na vida ou para não pensar em nada, para se exercitar de forma ligeira, para se sentir vivo, e livre. Isso ou uma bicicleta dobrável, para não ter restrições no uso de qualquer transporte público (dobra-se e passa a ser bagagem).

Birdy na zona de bagagem do Intercidades No comboio

Até há bicicletas dobráveis com assistência eléctrica, para quem quer um pouco dos dois mundos. 🙂

“Crise” é o mesmo que “oportunidade”. Aproveite estas greves para descobrir um novo estilo de vida, mais compensador. Pegue na bicicleta que tem lá para casa. Pode ser um chaço, mas um pouco de ar nos pneus e já rola. À medida que acumular viagens em cima dela poderá ir melhorando a coisa lentamente. Uma revisão para corrigir umas falhas na performance, umas luzes, uns pára-lamas, talvez um cesto ou um alforge, uma protecção para a corrente… Mais tarde, se necessário, talvez um guiador diferente, mais confortável para o uso na cidade. Eventualmente uma bicicleta nova, diferente, melhor, apenas se aquela não lhe servir da melhor forma, e não puder ser cirurgicamente transformada para o fazer. Pequenos passinhos, à medida que testa as águas.

Gastar dinheiro num carro é uma despesa. Gastar dinheiro numa bicicleta é um investimento.

Estamos cá para o acompanhar nesta transição, não está sozinho! 🙂

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Outubro sai de cena em bicicleta

Amanhã, 6ª-feira, a semana termina com mais uma Massa Crítica, e seguida de uma festa com música aqui ao lado no Jardim da Estrela. 🙂

Quem esteve na Massa Crítica de Setembro, em Lisboa? Nós não pudémos participar desta vez (estávamos ambos em Sevilha, em trabalho ciclo-activista, a estudar a transformação da cidade e a sua quota modal das bicicletas). Mas não faltam registos do sucesso de mais uma MC de aniversário, onde passaram cerca de 400 pessoas! 😀

Lisboa seria uma cidade muito mais saudável, rica, eficiente e agradável se esta imagem fosse a norma e não a excepção:

Foto: Alexandre Páris

(Bom, à parte a ocupação dos corredores BUS, claro…).

O Bicycle Film Festival também foi na mesma altura e passou um bocado despercebido nas internets, mas aqui fica um vídeo de quem lá passou:

Bicycle Film Festival 2011 – Lisboa from Sbrugens on Vimeo.

Seguindo, este Sábado à tarde há Feira de Bicicletas Maduras aqui frente ao nosso ateliê, e a seguir Bicinema.

Feira de Bicicletas Maduras de Setembro '11

Na de Setembro vendi a minha primeira bicicleta da idade adulta, agora anda praí a serviço de outra pessoa. 🙂

Feira de Bicicletas Maduras de Setembro '11

E há umas biclas piquenas por reparar que poderão ir alegrar os dias de novas crianças. (Entrem em contacto se estiverem interessados em alguma.)

Feira de Bicicletas Maduras de Setembro '11

Fizemos também um ensaio para o Bicinema. Sábado será a sessão inaugural, oficial, com a exibição do documentárioA Bela e a Bicicleta” (com legendas em português).

Finalmente, 2ª-feira à noite, Dia das Bruxas, a Matilha Cycle Crew promove The Pumpkin Ride.

Vamos esperar que a chuva faça uma pausa nos horários certos. 😉 Para quem ainda condiciona o sair de bicicleta a não chover, perdendo assim tantas oportunidades de pedalar por aí, comecem a pensar no equipamento para a época e encomendem o necessário: casaco, poncho, gabardine, luvas, whatever (amostra aqui, mas muito mais à escolha em catálogo). Deixar a bicla em casa por causa da chuva é que não! 😛

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Bicycle Repair Man & Super-Pessoas

Em Julho, em serviço como Bicycle Repair Man, desloquei-me a Alcântara para reparar um furo numa bicicleta dobrável:

A recepção que tive, porém, foi tudo menos típica. À minha espera não estava apenas o ciclista apeado mais a sua fiel bicicleta, mas um grupo de super pessoas!

E que não se pense que eram um grupo de super-pessoas qualquer! Um resumo pessoal do Rui explica:

Desde pequeno tenho uma ligação à bicicleta. Era mesmo o meu meio de transporte antes de viver em Lisboa.
Já na capital passei o bichinho da bicicleta a um colega que embalado pela minha conversa lá acabou por comprar uma desdobrável e começou a deslocar-se diariamente entre casa e o trabalho de bicla. Como quem dá, recebe, deixei-me guiar pela atitude dele e comecei também a fazer o mesmo. Desde há 4 anos, pedalo todos os dias para ir e voltar do trabalho. Mesmo quando me mudei para a colina mais alta da cidade. Aprendi por experiência própria que esta história das colinas serem muito elevadas é um mito urbano. Estudando bem os percursos, há uma forma tranquila de chegar a qualquer ponto da cidade. Na verdade, a bicicleta é o meu meio de transporte exclusivo vá para onde for. Meu e não só. Na empresa onde trabalho (www.brandiacentral.com), houve um mini-boom de entusiastas e já são 10 os habitués. A pica é tanta que se criou um grupo, a Matilha Cycle Crew (procurar no facebook) que com ações divulgadas no facebook pretende sensibilizar mais pessoas a aderirem às bikes. E tu, tens pedal?

Rui Henrique, 35 anos.
Autor do blog: bicicleta-voadora.blogspot.com

Parece que o número de bicicletas continua a aumentar, de tal forma que o espaço no escritório já não chega!

Seria interessante que se criasse um serviço tipo estacionamento de bicicleta na hora na CML para as empresas como esta poderem mais facilmente instalar parques de bicicleta para os seus empregados (seguros, bem localizados, e se possível, cobertos).

Como o Rui refere, de tanto entusiasmo pela bicicleta, e decerto motivados pelo sentido efeito contagiante da sua adopção, este grupo de amigos e colegas quis partilhar o seu gosto pelo veículo e pelo prazer de o utilizar de uma forma mais pública e criaram a Matilha Cycle Crew.

E como criativos que são, não seria possível evitar que isso transbordasse para esta sua paixão, e isso pode ver-se nas peças da colecção “Ride Your Bike” criadas por eles, que decerto não ficará por aqui.

E como quem gosta de andar de bicicleta arranja sempre pretexto para tal fazer e para de tal falar, aproveitem a oportunidade que a MCC criou para o próximo Sábado, a exibição do filme Fixation, pelas 21h no Café Clara Clara, no Jardim Boto Machado.

Se ainda não descobriram o que a bicicleta tem para vos oferecer, aproveitem o filme para se inspirarem, e os ciclistas presentes para obter motivação e algumas dicas sobre como experimentá-la na vossa rotina. 🙂