A Cenas a Pedal serve para isto. 🙂 A velorution também se fará cá!
Bicicletas de cauda longa, bicicletas de caixa aberta, Long Jonhs, triciclos, pedelecs (bicicletas com assistência eléctrica), cadeirinhas, reboques, tandems, trail-a-bikes, etc. Falem connosco! Há-de haver uma solução para que consiga passar menos tempo dentro do carro e mais tempo na bicicleta, ao ar livre, com os seus filhos. 🙂 ou 913475864.
O BFF volta a Lisboa, este ano decorre de 30 de Setembro a 2 de Outubro, vejam a programação aqui. E na 6ª-feira, dia de Massa Crítica, há uma festa a celebrar mais um aniversário desta. 🙂
Pois é, faz hoje 5 anos que foi fundada a Cenas a Pedal. Parece muito tempo e, no entanto, parece que passou num instante. É o que acontece quando estamos embrenhados em algo, não damos pelo tempo a passar!
Principalmente nos últimos 2-3 anos esta dedicação implicou praticamente não termos vida “pessoal”. Sacrificámos outras coisas que as pessoas normais tomam por normais entre os 25-30 anos (ter fins-de-semana e férias, manter hobbies e outros interesses, filhos, etc). Mas valeu a pena, porque olhando para trás nestes 5 anos vemos como as coisas mudaram e acreditamos que o nosso trabalho muito contribuiu para essa mudança, e era isso que pretendíamos.
Durante muito tempo o blog da Cenas a Pedal era o único blog activo sobre mobilidade em bicicleta e temas relacionados. Remávamos contra a corrente falando de andar de bicicleta na cidade, de bicicletas reclinadas, de bicicletas de carga, de aprender a circular na estrada sem medo, de urbanismo à escala humana, divulgávamos iniciativas e eventos, etc, etc. Agora, 5 anos passados, basta ver toda a actividade bloguística no Planeta Bicicultura (e mais além) e os vários grupos no Facebook (tipo este, este, este, este e este, por exemplo) e outras páginas e fóruns. Já não somos os únicos ou dos poucos a falar de bicicletas de carga, eléctricas, dobráveis, reclinadas, etc. 🙂
A bicicleta como solução de transporte urbano tem tido cada vez mais e melhor presença nos media, com reportagens na televisão, na rádio, na imprensa e na web. A Massa Crítica tem-se expandido por mais cidades no país e engrossado em aderentes, a Cicloficina pegou, criou-se e ressuscitou-se a MUBi. O Bicycle Film Festival chegou a Portugal. Têm aparecido empresas de pedicabs, de estafetagem, e mais uma ou outra loja/empresa dedicada à bicicleta além-BTT. Ciclovias & Cia e sistemas de partilha de bicicletas têm sido uma estratégia cada vez mais popular de captar financiamentos europeus e não só. A bicicleta até já foi usada como bandeira numa campanha eleitoral na capital. Há cada vez mais eventos de confraternização, e mais eventos institucionais à roda da bicicleta ou inclusiva dela (palestras, conferências, etc).
Embora as instituições sejam mais lentas a aceitar e a envolver estes temas na prática, já o integraram nos seus discursos politicamente correctos (supostamente até vamos ter um Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e Outros Modos de Transporte Suaves), o que é um primeiro passo. Entretanto a sociedade civil é mais rápida e as coisas já começam a mudar. A mudança de comportamentos e de expectativas já faz parte da conversa de café, à mesa em casa, e com os colegas. A pouco e pouco, cada pessoa individualmente está a fazer a diferença. Isto chama-se mudar o mundo, e é sempre feito à escala individual.
Agora já não tenho que me preocupar em divulgar ou relatar eventos, ou até novidades do sector das bicicletas, há logo uma série de gente a fazê-lo e a informação circular rapidamente. 🙂 Gosto de acreditar que contribuímos para criar esta bola de neve e imprimir-lhe momento, reduzindo o atraso da nossa sociedade. O nosso impacto não é mensurável porque toda a mudança é multifactorial, mas sei que fizémos bem a nossa parte.
Não é hora de descansar. Apenas de refocalizar esforços. Há muito trabalho por fazer. E muitas lutas a travar (legislação, infraestruturas, serviços públicos, etc). E em simultâneo temos que saber sobreviver e prosperar enquanto empresa, pois é ela que nos sustenta e nos permite desenvolver este trabalho (muito dele não viável comercialmente, pelo menos nesta fase), o que coloca desafios próprios. Como me disse o responsável de uma empresa holandesa de acessórios utilitários para bicicletas, um vendedor de botas num país em que toda a gente anda descalça, ou está lixado porque ninguém lhe vai comprar o que ele quer vender, ou o potencial é gigantesco, depende de como encara a situação. E nós, desde o início, estamos nessa situação.
O potencial para a nossa visão de uma cidade e de um estilo de vida baseados nos modos activos de mobilidade é enorme, mas ainda estamos na fase de mostrar às pessoas o como e o porquê, num contexto cultural, social, legislativo, fiscal, e estrutural que lhes incentiva e promove o contrário, por isso a evolução é muito lenta. Principalmente porque as autarquias e o Governo, que têm o poder para despoletar e viabilizar mudanças, não têm vontade de o fazer. A nossa visão de cidade, que é, felizmente, partilhada por muito mais gente, só vai ser uma realidade quando quem ganha dinheiro com a cidade actual o puder e souber fazer no contexto dessa visão. Por isso temos que trabalhar para que se envolvam na bicicleta como meio de transporte utilitário e recreativo pessoas e empresas que a encarem antes de mais como uma oportunidade de negócio, e de auto-sustento, e não necessariamente só ou também, depois, como uma batalha filosófica ou política, mesmo que isso nos faça comichão. 😉 Sabendo, claro, que quem faz as coisas com paixão e convicção marcará sempre a diferença indo mais além, mais cedo, melhor, e por mais tempo.
Para os próximos 5 anos esperamos poder contribuir em igual proporção para a mudança de paradigma da sociedade centrada no automóvel como primeira opção de transporte para a sociedade centrada no andar a pé e de bicicleta. Esperamos conseguir expandir e desenvolver os nossos serviços actuais, e oferecer outros novos. Para isto a Cenas a Pedal terá que crescer, deixar de ser apenas a Ana e o Bruno, mas uma equipa coesa de várias pessoas com diferentes e complementares valências. Encontrar, cativar e manter essas pessoas, que terão que reunir um conjunto de características, aspirações e competências pouco comuns, além de afinidade mútua, será o nosso maior desafio. Por agora, a gestão, comunicação & decisão num núcleo a dois é superfácil e eficiente, e confortável, alargar o grupo de trabalho confrontar-nos-á com novos desafios e responsabilidades. Mas o caminho é para a frente, e para realizarmos a nossa missão com mais impacto teremos sempre que crescer. O novo site, actualmente em desenvolvimento, assinalará essa nova fase. Entretanto, algures nesse caminho, esperamos também conseguir arranjar tempo livre para desfrutarmos mais daquilo por que temos andado, afinal, a batalhar: andar de cenas a pedal. 🙂
Entretanto, 24 de Setembro é dia de assinalar estes 5 anos! 🙂 Divulgaremos o programa do dia brevemente!
Um casal quer começar a usar a bicicleta no dia-a-dia. Por onde começar?
Bom, por exemplo: pega-se na bicicleta BTT e na do Bike Tour que se tinham para lá paradas há anos e equipam-se ambas com o básico: luzes e um cadeado decentes. Depois, um apoio de descanso e um cesto para levar a bolsa ou as compras do dia numa, e uma cadeirinha para o benjamim da família na outra (e um espaçador para subir o guiador, melhorando a posição e a compatibilidade com a dita cadeirinha).
Um luxo! É quase como irmos nós a conduzir, eheheh. Vista desimpedida, podemos ir mexendo no guiador, nas mudanças, nos travões,… melhor do que isto só mesmo ir a pedalar. Mas enquanto as pernocas não dão para isso, é encostar e desfrutar! 🙂 E é muito mais interactivo, pois conversar com o pai é fácil, estamos quase cara a cara.
A seguir há-de ser um porta-bagagem e uns alforges ou algo do género para o pai poder deixar de ir para o trabalho com a mochila a fazer calor e peso nas costas. Vai fazer toda a diferença, concerteza.
Mais uma família a descobrir as alegrias da bicicleta no dia-a-dia! E a partilhá-las connosco! Adoro o meu trabalho. 🙂