No passado dia 3 de Junho, Dia Mundial da Bicicleta, deram-nos tempo de antena nos Manhãzitos da 3, na Antena 3, e falámos sobre o fixe que é andar de bicicleta 😍, sobre o que fazemos na Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal e o que estamos a desenvolver na frente digital com o impulso do Fundo Ambiental, e sobre como estamos sempre a tempo de aderir à bicicleta e beneficiar do tanto que ela nos dá. 😊
Categoria: Lifestyle e Cultura
O Bruno adora a sua bicicleta longtail (ou “de cauda longa”) Surly Big Dummy.
Usou-a no dia-a-dia em Lisboa desde 2010 para transportar tudo e mais alguma coisa. Antes disso tinha usado, tal como eu, uma bicicleta da Decathlon, com um kit Freeradical, da Xtracycle, durante uns 3 anos.
Ao longo destes 9 anos com a Big Dummy, foi experimentando e alterando muitas coisas, pelo que da montagem original já só devia estar o quadro, mesmo. 🙂 Perdi a conta aos tipos de guiador, de punhos, transmissão, pedais, pneus, eu sei lá. Foi um veículo utilitário e uma plataforma de aprendizagem contínua também. Chegou ainda a ter um kit BionX instalado durante uns anos, que depois vendemos e não substituímos. Saúde, uns quilos a menos e boa forma física foi o resultado desse aparente downgrade.
Este ano nasceu o Noah, e tivémos que expandir a nossa frota familiar para se adequar às novas exigências (2 adultos, 1 cão e 1 bebé). A principal aposta foi numa bakfiets compacta, a Muli, electrificada com um kit PendiX. A ideia era eu usar esta bicicleta (eléctrica) nos últimos meses de gravidez (Verão na cidade “das 7 colinas”, e depois quando o bebé nascesse, transportando-o no “ovo” dentro da caixa da bakfiets. Falarei dessa experiência e dessa bicicleta num outro post um dia destes. 🙂
Entretanto decidimos investir também numa longtail eléctrica, já a antecipar cansaço extra e bebé em constante crescimento e multiplicação de tralhas e compras, o pretexto perfeito para testarmos em Lisboa, e no nosso dia-a-dia, a Yuba Spicy Curry, pela qual nos tínhamos apaixonado no primeiro test ride que lhe fizémos, em 2017, na feira Spezi.
Embora a Surly Big Dummy não vá a lado nenhum por enquanto (já disse o quanto o Bruno adora aquela bicicleta?), a Yuba Spicy Curry provou bem o seu valor, e tem sido uma mais valia no nosso dia-a-dia, em particular para o Bruno, que é quem a conduz.
A roda traseira mais pequena põe a carga nos sacos e no deck mais baixa, o que é bom em termos de estabilidade. O cesto dianteiro é gigante. O motor Bosch Performance Line CX torna as subidas e o vento muito menos relevantes. Claro que os sacos são menores do que numa longtail convencional e isso limita a capacidade de carga nos sacos e assim protegida da chuva. O cesto dianteiro torna passar com a bicicleta nos pórticos da CP e arrumá-la dentro dos comboios, um bocado mais chato. E claro que o peso por vezes “pesa”, mas a rolar não. E as grelhas que expandem a base de carga do deck, são fixes.
Continua a transportar a Mutthilda atrás no cesto, agora um pouco mais baixa.
Continua a acartar as compras do supermercado.
Não faltando as cargas mais ousadas de vez em quando, como uma Brompton em cima de uma palete. 🙂
O primeiro grande teste foi uma volta grande a Alfragide (desde Sapadores/Santa Apolónia). Tínhamos umas cenas do IKEA para devolver e várias cenas para trazer de lojas ali.
Primeira paragem no IKEA.
A seguir cenas do Leroy Merlin – que foram uns fixes e nos permitiram deixar as bicicletas carregadas dentro da loja, debaixo de olho deles. 🙂
Finalmente, umas coisitas rápidas da Decathlon – que não tem grandes condições de parqueamento à porta, para bicicletas. 🙁
Voltar para casa, por volta da meia-noite, já, foi pacífico. 🙂
Cerca de 1h depois estávamos em casa, de barriga cheia da pedalada!
E sem perder carga pelo caminho. Benditas Rok-Straps! Deve ser dos pequenos acessórios que mais recomendamos na nossa loja.
No final da gravidez, houve uns dias que estava mais mole por causa da barriga gigante e do calor de Agosto, e fui à boleia do Bruno até ao Centro Pré e Pós PArto, perto da Quinta das Conchas, mais de 30 min de caminho. Também deu bem para essa função. 😉
Mas o meu episódio favorito foi daquela vez em que fomos ao Horto do Campo Grande (andamos a transformar parte do logradouro da nossa casa de volta em jardim/horta) comprar flores e resolvemos comprar também uma árvore.
Andar com a árvore (e as flores) nas bicicletas a pedalar pela cidade foi lindo.
Não só pela reacção das pessoas com quem nos cruzávamos mas pela cena fixe de trazermos connosco a natureza, a sombra, o verde, o jardim, pelo meio da cidade “betonizada” e “automobilizada”.
Foi literalmente uma lufada de ar fresco e era impossível não sorrir. 😀
E chegou tudo inteiro a casa, claro.
E a árvore veio trazer-nos um novo bem-estar, só de a ver ali todos os dias.
As longtails são bicicletas fantásticas para qualquer família, com ou sem cão, com ou sem crianças, e tornam mais fácil viver sem carro, e muito mais giro. 😉
»» Para te ajudarmos a encontrar a melhor solução para a tua família, contacta-nos via . ««
“Ah e tal que tenho que usar o carro na cidade porque tenho 3 filhos para levar à escola, e mais as bicicletas deles, e mais a mãe, e…”
O J. é, como nós, um crente no mantra dos MythBusters, “if it’s worth doing, it’s worth overdoing!“. 😀 Aqui está ele com a sua nova bicicleta longtail Yuba Mundo, a partilhar connosco o que uma bicicleta consegue fazer.
E uma das voltas de estreia desta carrinha familiar de 2 rodas foi a Massa Crítica, à qual o J. conseguiu chegar a tempo pela primeira vez, desde que trocou o atrelado dos miúdos pela longtail.
Há coisa melhor do que ver as nossas #cenasemuso? ❤
Éramos 60 pessoas (incluindo muitas crianças) e 2 cães ontem no passeio & piquenique Bicicultura / MUBi, o tempo estava fixe e a malta pedalou pela zona oriental, descobrindo novas rotas e novos parques verdes na cidade. No piquenique na Mata de Alvalade, confraternizou-se e passaram-se umas horinhas no relax. Foi uma oportunidade de rever amigos e caras conhecidas e de conhecer malta nova. E, graças à generosidade de quem acredita na importância deste projecto, angariou-se já algum dinheiro para a constituição da cooperativa! 🙂
Estas e muitas outras fotos e vídeos podem ser encontrados aqui (incluindo as que o Bruno Mendes gentilmente nos cedeu para publicação). Mais fotos de outros participantes na página de Facebook do evento.
Se não participaram, não fiquem tristes, hão-de haver mais! 🙂
O que é o CycleHack?
O CycleHack é um evento internacional com uma abordagem proactiva e faça-você-mesmo às barreiras ao uso da bicicleta.
Em que consiste o CycleHack?
Ao longo de um fim-de-semana, os participantes metem as mãos na massa e, em equipa, propõem e desenham soluções (“cyclehacks”) para resolver problemas com que os utilizadores de bicicleta – efectivos e prospectivos – como eles, se confrontam em Lisboa.
Um “cyclehack” é uma ideia que pode ser prototipada de forma rudimentar e testada na cidade e que tenta resolver uma barreira ao uso da bicicleta. ‘Hacks’ podem ser produtos físicos, apps digitais, ideias para novas campanhas de sensibilização ou para influenciar políticas públicas, e podem contemplar infraestrutura local e mapeamento de rotas.
Exemplos?
Há um catálogo online de todos os CycleHacks criados internacionalmente até à data que dá uma ideia dos tipos de soluções que as pessoas estão a construir pelo mundo fora. Um exemplo mesmo muito simples de um “cyclehack” que facilita o dia-a-dia de bicicleta pode ser visto em vídeo aqui, e este outro, para impedir as sais de esvoaçarem ao pedalar, tornou-se mundialmente famoso.
Houve uma ideia desenvolvida no CycleHack Lisboa do ano passado (o primeiro em Portugal), pelo André, que gostaria muito de ver implementada: um sistema para permitir aos ascensores da cidade rebocar bicicletas. Porque às vezes dava mesmo jeito “cortar a direito” pelas colinas. 🙂
Outra ideia que gostaria que evoluísse para algo funcional era a minha máscara de emergência anti-poluição, porque Lisboa ainda tem um problema de poluição e às vezes é difícil evitá-la ou fugir dela. 🙁
E devo dizer que adorei a ideia do Manuel, do “pega-monstros” para autocarros e outros veículos grandes nos rebocarem de bicicleta! 😀
E os protótipos não se esgotaram aqui!
Já temos mais algumas ideias na manga para desenvolver este ano. Uma envolve a Mutthilda, a outra visa melhorar o conforto nas nossas viagens a pedal, e uma outra serviria para criar uma campanha de sensibilização. Participaremos novamente, claro! É um evento que junta a malta e nos dá o pretexto para brincarmos como gente grande durante um fim-de-semana, e quem sabe criar algo que seja útil a mais pessoas? Retribuir os hacks de que já beneficiámos também. 🙂
E vocês, já se inscreveram também ou vão passar ao lado de uma grande carreira?