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Benefícios fiscais para bicicletas

Estamos em falta grave, ainda não tínhamos divulgado aqui a petição do João Branco: Extensão aos velocípedes dos benefícios fiscais à aquisição de veículos não poluentes. Podem ler o documento de apoio à petição aqui (pdf).

Sinopse: o Governo aprovou uma medida para incentivar a aquisição de carros eléctricos, baseado no argumento das emissões de CO2 e da poluição, oferecendo benefícios fiscais aos particulares permitindo o desconto de 30 % do valor da compra de veículos (com matrícula) eléctricos ou movidos a outras energias renováveis, até ao limite máximo de 796 €, e às empresas com isenções fiscais no IRC. Paralelamente, o Governo pretende ter até 2011 20 % da sua frota automóvel com “emissões zero”. Ver aqui, aqui e aqui.

Com esta petição não se pretende defender que esta medida é válida ou não, se é prioritária ou não, etc. O que se pretende é, dada a medida específica anunciada, procurar que esta não exclua as bicicletas (simples ou com assistência eléctrica) só porque estas não têm matrícula. Não interessa para que fim ou em que contexto serão as bicicletas usadas, tal como não interessa no caso dos carros eléctricos (muitos serão usados em lazer ou em viagens supérfluas, e nesse caso esse tipo de utilização mas em bicicleta sempre traz vantagens globais em termos de saúde, etc).

Faltaria também reivindicar as isenções fiscais para as empresas que apostassem em bicicletas nas suas frotas (bicicletas dobráveis, convencionais, eléctricas, de carga,…). E que o Estado tivesse 0.1 % que fosse da sua frota em bicicletas. 🙂

Nos media: notícias no Expresso, na Visão, no Portugal Diário, e na SIC no Nós por Cá de 22/01/2009:

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Associação propõe horário para bicicletas no Paredão de Cascais

A Associação dos Amigos do Paredão propôs à Câmara de Cascais a criação de um horário para permitir a circulação de bicicletas no Passeio Marítimo, uma “solução de compromisso” que acredita poder ser aplicada já na Primavera.

Num parecer enviado à autarquia na semana passada, o grupo defende que a actual proibição do veículo no paredão (com excepção do troço Guia-Guincho, onde existe uma ciclovia [NOTA: isto é falso, aquilo não é uma ciclovia, mas um passeio onde as bicicletas são aceites]) garante a segurança de todos os transeuntes, mas motiva, por outro lado, “o desagrado dos utilizadores que, legitimamente, pretendem andar de bicicleta”.

Por isso, sugere que a circulação seja autorizada, de 01 de Novembro a 31 de Março, excepto nos fins-de-semana e feriados, das 10.00 às 17.00, e durante toda a noite das 20.00 às 09.00 entre 01 de Abril e 31 de Outubro, tal como no vizinho concelho de Oeiras. São ainda apontadas duas regras: a prioridade dos peões e a permissão de bicicletas quando guiadas por crianças até aos oito anos.

Para a Associação, nem a total abertura do Passeio Marítimo às bicicletas nem a construção de uma ciclovia constituiriam soluções viáveis – a primeira por implicar uma “redução drástica dos níveis de segurança e dos níveis de sã convivência” entre os utilizadores, a segunda por ser “esteticamente duvidosa” e não se adequar à estrutura do paredão, com vários “pontos estreitos” disse João Rodrigues dos Santos, o seu presidente.

No parecer, a organização sugere que as novas medidas entrem em vigor entre o dia 01 de Abril e o início da epoca balnear. A polémica em torno da circulação de bicicletas no Passeio Marítimo da linha do Estoril surgiu em 2007, quando as autoridades reforçaram a vigilância sobre o impedimento (em Cascais) ou limitação do veículo (em Oeiras), multando os infractores. As autarquias justificaram a medida com a ocorrência de alguns atropelamentos.

Em Dezembro, o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, disse não ser intransigente e estar disposto a ouvir as organizações interessadas.

Fonte: DN

Ver também este e este posts.

Não acho os atropelamentos um motivo válido para esta proibição (senão também deveriam proibir a circulação de carros em muitas vias…). Tenho curiosidade se alguma vez foi ponderada a possibilidade de expandir o paredão (roubando um pouco mais de espaço ao mar) para resolver os estrangulamentos de que sofre em alguns pontos, pelo menos, para que se pudesse tentar delimitar um corredor demarcado para bicicletas (não garante segurança – só o saber conduzir e agir com cuidado, consideração e cortesia tem esse poder), mas facilita a gestão dos incidentes em termos de determinação da culpa.

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Pela não obrigatoriedade legal do uso de capacete

Artigo de Juan Meralllo sobre os efeitos da lei do uso obrigatório de capacete para ciclistas em Espanha, apresentada no Congresso VeloCity 2007 em Munique, disponível aqui, em inglês, e aqui, em espanhol.

Artigo de C. Clarke de avaliação da mesma lei como aplicada na Austrália, disponível aqui.

Na polémica dos capacetes (e outras medidas similares) há 2 vertentes, independentes:

1) os capacetes têm a capacidade de proteger o ciclista? Se sim, do quê, e em que circunstâncias?
2) o uso do capacete deve ser obrigatório por lei ou deixado ao critério do ciclista?

Lembrem-se, esta guerra há-de vir, e temos que nos preparar para ela

E não se esqueçam, se usarem o capacete, usem-no bem!! E aprendam a conduzir (mesmo nas ciclovias e passeios é preciso skill) e a manter a vossa bicicleta livre de problemas mecânicos que vos possam provocar acidentes.

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«Bicicletas: Fabricantes querem mais incentivos»

Publicado no Dinheiro Digital:

Os fabricantes de bicicletas e componentes querem que o Governo reveja o IVA aplicável por se tratar de um meio de transporte «totalmente ecológico» e advertem que estão no mercado bicicletas sem qualidade e segurança.

Paulo Rodrigues, secretário-geral da Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins (ABIMOTA), denuncia que estão a entrar no país «produtos de má qualidade, que põem em causa a segurança dos consumidores».

«Não é realista que produtos que custam menos de um par de sapatos tenham qualidade e devia haver legislação mais apertada», refere.

Segundo o secretário-geral da ABIMOTA, já existem normas europeias, sem carácter vinculativo, e os industriais portugueses estão a aplicá-las para poderem exportar para países como a França, onde são obrigatórias.

«Testamos e desenvolvemos produtos orientados para mercados que têm essas exigências, não só nas bicicletas como em capacetes, mas no que respeita ao mercado português continuamos a ser demasiado permissivos e a deixar que produtos de má qualidade entrem», critica.

A ABIMOTA tem condições para o provar, já que possui um laboratório de ensaios a veículos, que é actualmente um dos laboratórios europeus com maior capacidade de certificação, a nível das novas normas europeias.

«É um laboratório reconhecido internacionalmente e cerca de um quarto da sua prestação de serviços é para exportação, nomeadamente para o maior produtor mundial de bicicletas, a Decathlon. Ali se faz a certificação de produtos para países como a Espanha, França, Itália e Polónia, só que a Portugal chegam bicicletas e componentes não certificados, vindos da Ásia».

Para Paulo Rodrigues, não está em causa a origem, desses produtos, que são geralmente maus e fazem concorrência desleal não só em termos de preço, mas também em termos sociais, ambientais e políticos, mas o cumprimento de normas de segurança e qualidade.

Já a indústria nacional tem vindo a atingir padrões que lhe permitem exportar para mercados exigentes, mas nem por isso se sente apoiada pelo Estado. São reclamações aparentemente simples, como a adequação do Código da Estrada ao uso da bicicleta como meio de transporte, ou de estímulo à sua aquisição.

«Fala-se de incentivos para veículos ecológicos e não há nada mais ecológico do que a bicicleta, que não tem qualquer tipo de incentivo, nem a nível fiscal, nem sequer uma redução de IVA. Não se compreende que não haja incentivos para uma solução destas que é prática, é simples e é nacional», observa.

A crise representa, também nas duas rodas, o risco de problemas como o desemprego, mas simultaneamente pode gerar oportunidades que os industriais querem aproveitar, nomeadamente o facto das famílias começarem a olhar para o que gastam nos transportes com outra visão.

«Temos a bicicleta em três áreas: como elemento de lazer, que explodiu nos últimos anos com a bicicleta todo-o-terreno(BTT), a bicicleta de férias e de fim-de-semana que também tem tido um crescimento interessante, ligado à preocupação com a saúde, e essas são áreas que provavelmente vão ter as suas dificuldades, mas temos também a bicicleta para o dia-a-dia que terá um grande potencial de crescimento. Provavelmente haverá um equilíbrio ou uma transferência entre subsectores, sabendo nós que as famílias vão passar a olhar para o seu orçamento em termos de transporte de uma forma mais racional depois desta crise», vaticina Paulo Rodrigues. Segundo a ABIMOTA, o sector das duas rodas tem uma capacidade de produção de cerca de um milhão de unidades por ano para exportação, que se pode traduzir num volume de exportações de 100 milhões de euros.

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BiciCamp ’08 – tertúlia da bicicleta versão web 2.0

Logo a seguir à Cicloficina de Dezembro, e uns dias antes da Massa Crítica, vai acontecer amanhã, domingo, dia 21, com início às 17h, a 1ª desconferência em Lisboa sobre mobilidade em bicicleta. Vem na senda das duas tertúlias realizadas anteriormente, uma em 2006, outra em 2007.

logo BiciCamp

O objectivo deste evento é: reunir num só lugar e em tempo real vários interessados na promoção e defesa da mobilidade em bicicleta, para que possam partilhar conhecimentos, experiências e pontos de vista, com o objectivo de chegar a consensos e/ou opiniões mais sólidas sobre diferentes questões relativas aos ciclistas, servindo de base para esforços de lobbying, comunicação e cidadania activa.

Há um wiki preparado e que pretende acolher os interessados em participar na desconferência, e servir de suporte de colaboração e preparação do evento: http://bicicultura.org/bicicamp. O wiki é de livre e simples acesso, não exige registo para permitir editar a página. Lá podem ter acesso a um plano de mobilidade básico para o evento, registarem-se, saber mais sobre os temas propostos, aceder a mais informação sobre o formato do encontro (desconferência), etc.

É já amanhã, não faltem! 🙂 E é fundamental verem a informação no wiki previamente!…

Este é um evento para participar, não é para assistir! É interactivo, dinâmico, horizontal. A não perder, uma oportunidade de trocar ideias com outros ciclistas e interessados no tema da mobilidade em bicicleta. 😉