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Auto*mat, no Bicinema de Abril

Próxima 5ª-feira, dia 26 de Abril, às 19h, há Bicinema, e vamos ver aqui no ateliê o premiado documentário sobre o movimento Auto*mat, da República Checa. O trailer (não se preocupem, o DVD tem legendas em inglês):

Traffic in contemporary Prague. Everyday accidents, traffic jams, unbreathable air. The police give out fines for wrong parking, to no effect. In the middle of it all, a group of activists emerge who try to persuade the municipal authorities to set the Czech capital finally on the path of more human-centered development.

The award-winning documentary movie Auto*Mat (winner of Czech Documentary of the Decade Award) offers multiple insights into Czech car culture, which rules over all. The documentary sharply contrasts this with the inability of the city officials to organize even a few simple bike lanes. We see tyre-burning feasts or a megalomaniac road-tunnel blessed by a priest (in a predominantly atheist country). The movie challenged many assumptions and prejudices, generating wider public discussion about the role of public spaces and transport in the city. If we want to change something, we have to start thinking about changing ourselves and act!

Podia ser Lisboa. E como Lisboa também precisa de um, ou vários, “Auto*mat”, resolvemos ajudar a inspirar a malta e passar este documentário. 😉

Marquem na vossa agenda, 5ª-feira ao final do dia, no ateliê da Cenas a Pedal, aqui.

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Mais um testemunho de um ciclista do Parque das Nações

Na sequência destas duas entrevistas, já saiu mais uma:

Mobilidade Suave

joao-bernardino

João Bernardino é o protoganista, nesta 62.ª edição do Notícias do Parque

Dando continuidade a esta rubrica na procura do incentivo para esta comunidade usar mais a mobilidade suave, falámos com João Bernardino que usa a bicicleta e os meios de transporte para se deslocar para o emprego, em Lisboa, demorando, em média, 28 minutos.

Como e porquê surgiu a vontade de usar a bicicleta como meio de transporte, aqui, no PN?
Há alguns anos, quando ainda estudava e apanhava o metro na estação do Oriente, até onde demorava 20 minutos a pé desde casa e os autocarros eram pouco frequentes, ocorreu-me passar a levar a bicicleta e deixá-la perto da estação. Como estacioná-la na rua é bastante perigoso – os relatos de roubos de bicicleta, naquela zona, eram e continuam a ser talvez os mais frequentes em toda a cidade de Lisboa – deixava-a dentro do parque de estacionamento da Gare, onde era tolerada pela segurança (ao contrário do C. Vasco da Gama). Quando comecei a trabalhar, passei a usar o comboio a partir de Moscavide (continuo a morar no lado Norte) e estive anos sem pegar na bicicleta. Até que se juntaram um conjunto de três factores que me levaram a considerar experimentar ir de bicicleta para o trabalho pela primeira vez.
A primeira foi a construção das ciclovias, que oferecem uma percepção de segurança e conforto. Não foi suficiente para tomar a iniciativa, dado que apesar de tudo só cobriam parte do percurso até ao trabalho (que fica na Av. Marquês de Tomar, entre a Av. da República e a Gulbenkian) e pensava eu que ele era demasiado longo e difícil.
A segunda foi o facto de ter sido desafiado por uns amigos para ir passear de bicicleta até Belém (a bicicleta chiava da falta de andamento). Fiquei com noção de que era possível andar de bicicleta em Lisboa. Nessa semana tive que me deslocar, em trabalho, à antiga FIL, que era basicamente o mesmo percurso, e decidi levar a bicicleta.
Finalmente, já entusiasmado com a possibilidade de andar mais de bicicleta, verifiquei que é permitido transportar a bicicleta no comboio, e, no dia seguinte, decidi experimentar. Levei a bicicleta de comboio na ida (mais a subir) e regressei o percurso inteiro a pedalar. Percebi que era mais fácil do que parecia. Nunca mais deixei de o fazer, todos os dias, umas vezes com a ajuda do comboio na ida, outras sem ela. Desde há um ano faço ainda um desvio adicional no percurso para ir deixar o meu filho na creche Saídos da Casca, uma opção muito mais prática do que qualquer outra. Nota-se que ele também gosta bastante da viagem, pela forma como o ouço lá atrás na cadeira a comentar a presença dos pássaros em redor e tudo o resto que vai observando!

Quanto tempo demoras a chegar ao local de trabalho?
Na ida demoro uns 28 minutos, se apanhar o comboio, ou mais 8 do que isso se for o percurso inteiro de bicicleta. No regresso, mais a descer, demoro 28 minutos só a pedalar. Pode-se dizer que tenho uma condição física um pouco acima da média, por isso uma pessoa que esteja na média deveria demorar ligeiramente mais do que isto.
É interessante comparar estes tempos de viagem com os de modos alternativos. Indo de comboio faço a viagem em 40 minutos coordenando a saída de casa ou trabalho com os horários de partida. De carro, em hora de ponta, demora-se pelo menos isto, e com grande incerteza.

Relativamente aos roubos das bicicletas, no PN, que sugestões ou conselhos dás para se contornar essa questão?
Uma bicicleta roubada não é só mau pelo seu valor, mas pela carga emocional negativa que tem. Um utilizador de bicicleta, especialmente se for recente, pode ficar totalmente desmotivado a voltar a pegar numa bicicleta. É essencial proteger bem a bicicleta e para isso não basta um cadeado simples; na internet encontram-se facilmente conselhos úteis sobre as melhores formas de prender uma bicicleta. Por outro lado, num local como Lisboa em que o uso da bicicleta só agora começa a desenvolver-se, as autoridades ainda não estão sensibilizadas para o problema, que é relativamente novo. É necessário que comecem a tê-lo em conta, especialmente em pontos negros como é o caso do Vasco da Gama. Nestes casos o próprio centro comercial deveria preocupar-se com o problema, se quer manter a boa fama. Surpreende-me o facto de continuar a ouvir falar muito de roubos nesse local desde há quase 10 anos e o problema manter-se, mas é um sinal de que a cidade ainda não se habituou a proteger os ciclistas.

De que forma podemos melhorar as condições de modo a fomentar o uso da bicicleta no PN?
Parece-me ser muito fácil melhorar substancialmente as condições sem sequer se ter que gastar dinheiro. Penso que bastava pegar em ruas de hierarquia local e nas vias laterais das grandes avenidas (Alameda dos Oceanos e Av. D. João II) e transformá-las em Zonas 30, ou seja, zonas onde o limite de velocidade seja de 30 km/h. Em cima disso, acrescentam-se placas nos sinais verticais e marcações no chão a informar claramente que são zonas naturais para ciclistas. Os condutores de automóveis, além de moderarem a velocidade nessas zonas, passam a contar claramente com a presença de ciclistas. Os ciclistas passam a sentir que existe um local onde são bem-vindos, sentem-se seguros e começam a aparecer na estrada. Tudo isto, sem se gastar um cêntimo em ciclovias. Claro que estas e outro tipo de arranjos de infra-estrutura tornam-se importantes para ciclistas menos ousados ou para aqueles que, como eu, transportam um filho para a escola ou queiram deixar o filho ir sozinho para a escola de bicicleta. Por falar em ciclovias, é preciso profissionalizar mais quem as faz. Por exemplo, desafio quem chamou ciclovia ao caminho que se destinou a bicicletas na Alameda dos Oceanos que experimente pegar numa bicicleta de cidade ou de estrada (com pneu fino e sem amortecedores) e ande na “ciclovia”, imaginando que iria fazer aquele caminho todos os dias. Uma coisa com aquele tipo de piso desmotiva qualquer ciclista urbano e não deve ser chamada ciclovia. Para terminar, é impressionante como uma estação como a Gare do Oriente, rodeada de milhares de habitantes espalhados por um terreno transversalmente plano, não teve e continua a não ter um parque de estacionamento como deve ser para bicicletas.

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A bicicleta como opção de transporte no Parque das Nações

O Parque das Nações precisa de mais e melhores parques de estacionamento para bicicletas, melhor piso, e uma maior e mais forte restrição à circulação automóvel, para fomentar o uso da bicicleta como alternativa de mobilidade. E depois, umas campanhas pró-bicicleta por parte dos comerciantes, escolas e outras entidades públicas…

Entrevista

Mobilidade Suave

Bruno-Anes

Entrevista a Bruno Anes na edição n.º61 do jornal Notícias do Parque

De que forma usas a bicicleta, aqui no PN?
Moro na zona Sul, trabalho da parte da manhã no Campus da Justiça e da parte da tarde no meu escritório junto ao Casino de Lisboa, a minha filha com 3 anos frequenta o Colégio do Parque. Isto faz com que possa deslocar-me quase exclusivamente de bicicleta durante vários dias, sem ter de utilizar o carro. Saio de manhã de casa, deixo a minha filha no colégio e sigo para o Campus da Justiça. À hora de almoço venho para o escritório e ao fim da tarde sigo para casa, passando (dependendo do dias) pelo colégio para buscar a minha filha. Alguns dias da semana, à hora de almoço, ainda aproveito para ir nadar à piscina municipal de Moscavide e também vou de bicicleta. Ocasionalmente, aos fins de semana, saio de bicicleta para ir ao Vasco da Gama ou passear aos jardins da zona Norte.

O que mudou, na tua vida, o facto de usares esta forma de mobilidade suave?
Ando menos de carro, logo gasto menos dinheiro em combustível. Faço exercício físico, desfruto do ar livre e não tenho problemas nem encargos de estacionamento. Por outro lado, há pouco tempo precisei do carro para ir a Lisboa e estava sem bateria… Não são só vantagens! Neste momento decidi vender o meu carro e passaremos a ter apenas um carro em casa para as deslocações necessárias.

Tens alguma sugestão para que se facilite e se fomente o uso da bicicleta?
Acho que o PN tem condições excelentes para o uso da bicicleta, no entanto há sempre melhorias que se podem fazer. Para começar, a Alameda dos Oceanos e outros troços deveriam ter uma via exclusiva para bicicletas com um pavimento adequado, já que a calçada grossa existente é muito desencorajadora para quem pensa em usar a bicicleta diariamente. Por outro lado há a questão da segurança. São frequentes os roubos de peças ou de bicicletas quando estas estão parqueadas, principalmente nas imediações do Centro Vasco da Gama. É um problema que não será simples de resolver, mas que penso que faria diferença caso se melhorasse. Talvez se pudessem instalar as zonas de parqueamento junto de locais já vigiados pela polícia.

Em relação à nossa rede de transportes públicos, que comentários tens a fazer?
Não tenho opinião formada, porque não utilizo muito. Por vezes utilizo o metro e penso que poderia haver mais uma ou duas estações como, por exemplo, expo-sul e expo-norte, seria ideal!

Sentes um aumento da utilização da bicicleta?
Não sinto. Nota-se uma grande utilização recreativa de residentes no Parque das Nações e não só. Especialmente ao fim de semana muitas pessoas trazem a bicicleta de carro até ao PN e utilizam-na para passear. Mas numa utilização de deslocação principal diária não noto, talvez porque a maioria das pessoas não more e trabalhe no PN e a distância para Lisboa ou outra zonas seja demasiado grande para se fazer de bicicleta.

Para terminar, o que foi que te fez começar a usar a bicicleta?
Penso que é algo que quase todos gostariam de poder fazer, já que traz muitas vantagens. Tinha já uma experiência de viver na Holanda onde as condições são muito propícias ao uso da bicicleta e talvez isso tenha facilitado, mas no meu caso foi especialmente o facto de ter estabelecido o meu escritório perto de casa. Mesmo quando não trabalhava a tempo inteiro no PN, usava a bicicleta até à estação do Oriente e apanhava o comboio para Lisboa. A partir do momento em que passei a trabalhar a tempo inteiro, no PN, foi uma questão funcional.

Entrevista

Bem-estar e felicidade

gperes

Entrevista a Gonçalo Peres publicada na última edição do Notícias do Parque

Usas bicicleta porque trabalhas perto de casa ou trabalhas perto de casa para poderes usar a bicicleta?

Por acaso a opção da bicicleta surgiu com o nascimento do meu filho, há 3 anos. Como fazer para o ir buscar / levar ao berçário? Só temos um carro, que a minha mulher utiliza em deslocações para fora de Lisboa, e levá-lo à pendura na scooter estava fora de questão (pelo menos até aos 7 anos). O percurso também é demasiado longo para ir a pé (5 km, ida e volta). Lembrei-me da minha visita a Copenhaga, onde as bicicletas abundam e é banal ver as mães e pais transportarem os filhos de bicicleta. Uma imagem tão bonita, quanto racional. Estava tomada a decisão. E nem imaginas o prazer que é (para mim e para ele) fazer o percurso até à escola: não gasto um tostão de gasolina, não poluo nem congestiono, queimo umas calorias pelo caminho e ainda desfruto duma vista privilegiada.
O facto de ter o meu negócio – a Cineteka – ao pé de casa, também contribuiu para eleger a bicicleta como o meio de transporte principal para deslocações nas imediações do Parque das Nações (PN).

Que opinião tens sobre a forma como os portugueses se deslocam e porquê?

A minha opinião é que uma percentagem demasiado elevada dos portugueses é comodista, vaidosa e facilmente influenciável pelas “modas”. Ter um carro é uma espécie de objectivo de vida dum jovem português de 18 anos, uma manifestação de independência, uma forma de se sentirem seguros… Por comparação, um jovem dum país nórdico ambiciona viajar pelo mundo. É mais barato, não fica agarrado a seguros, imposto de circulação e revisões anuais, prestações mensais e a preços de combustível galopantes.

Como achas que se deviam deslocar?

Em locais planos e trajectos curtos, como é o caso do bairro do PN, a bicicleta é sem dúvida a melhor opção.
Para trajectos mais longos, a escolha deveria recair primeiro na rede de transportes públicos e depois na opção scooter/pequeno motociclo. Como sabem, há poucos anos passou a ser possível conduzir motociclos até 125cc com a carta de carro. Esta opção traz inúmeras vantagens: uma scooter é muito mais barata que qualquer automóvel, não só no custo de aquisição, como na manutenção, seguros, isenção de imposto de selo, além de que consome e polui muito menos e estaciona-se em qualquer lugar, ocupando muito menos espaço. Infelizmente a moda ainda não pegou e continuo a ver mesmo muito poucas scooters quando comparado com uma qualquer Sevilha, Barcelona, Madrid, Paris, Roma, etc… E pergunto-me como é possível que as pessoas continuem a não encarar seriamente esta opção, preferindo agonizar em filas intermináveis de pára/arranca e depois na caça ao lugar de estacionamento perto do trabalho/universidade? Utilizo a scooter como meio de transporte há mais de 20 anos e só vejo vantagens.
O carro deveria ser a última opção e justificada por uma necessidade palpável. Só deveríamos usar o carro quando somos mais de dois passageiros, ou caso tenhamos que transportar alguma coisa, ou quando não existem alternativas (bicicleta, transportes públicos, scooter).
Tenho a certeza de que 20% das pessoas que usam o carro no dia-a-dia, podiam fazer o “switch”. E 20% menos de carros a circular faz toda a diferença a vários níveis.

Como é que a tua forma de mobilidade mudou o teu dia-a-dia? Que mudanças trouxe para ti e para a tua vida?

Por um lado trouxe uma enorme poupança no orçamento mensal. Agora olho para trás e penso na estupidez que seria sustentar dois carros. Usar a bicicleta dá-me uma sensação de bem-estar e felicidade. Já somos tão poluidores com o nosso estilo de vida ocidental (Já pensaste na quantidade de lixo que produzimos por dia, apenas com a nossa higiene e alimentação?), que pelo menos é uma forma de nos sentirmos mais em harmonia com o mundo. Também me faz sentir mais integrado com o nosso bairro, pois os extremos norte e sul, do PN, ficam mais próximos, percorremos percursos mais interessantes, junto ao rio por exemplo, e podemos cumprimentar um vizinho pelo caminho. De carro seria mais difícil….

Uma das razões que levou ao urban sprawl foi precisamente o aumento da capacidade financeira dos agregados familiares portugueses (nomeadamente na mulher) possibilitando o aumento do parque automóvel permitindo a deslocação da periferia para a cidade. Achas que a actual situação económica vai alterar o estigma de sermos um dos países com maior parque automóvel por agregado familiar? Achas que o carro vai deixar de ser tão prioritário?

Para bem de todos nós e da felicidade das pessoas que conseguirem fazer o “desmame” do carro, eu espero que sim. Gostava que cada vez mais pessoas percebessem que sustentar o seu carrinho que as transporta todos os dias sozinhas pela cidade, não lhes traz felicidade, nem independência nem segurança. Traz sim mais poluição, despesas, stresse e preocupações. Libertem-se! Tomem decisões mais racionais e sejam mais felizes. Nos países pobres as pessoas andam de transportes públicos, bicicleta e motociclo porque não podem sustentar um carro. Nos países desenvolvidos as pessoas também andam de transportes públicos, bicicleta e motociclo porque é mais racional e sustentável. Em Portugal as pessoas amam os seus carros… porque será? Não sei se vai ser fácil mudar esta dependência do automóvel. Há mais de 2 anos que vou regularmente buscar ou levar o meu filho à escola de bicicleta. Achei que vendo o exemplo, outros seguiriam os meus passos, ou as minhas pedaladas. Infelizmente continuo a ser o único. Apesar de ser uma IPSS, o que não faltam são bons carros à porta… a contrastar com a minha “pasteleira” que custou 200 euros.

De que forma achas que se conseguiria ter uma mobilidade mais sustentável?

Sensibilizando as pessoas para que o carro só deve ser usado em caso de necessidade. Mostrando o exemplo das outras cidades europeias. Incentivando e desmistificando a imagem que os jovens e uma boa parte da população têm dos transportes públicos. Ainda este Domingo, estava só com o meu filho e aproveitei para irmos até à praia. Como éramos só os dois, optei por irmos de transportes públicos. Apanhámos o autocarro 28 até ao Cais do Sodré e aí o comboio até ao Estoril. A viagem correu na perfeição, cumprindo eficazmente o objectivo de nos levar ao nosso destino, e foi bem mais divertido, ecológico e económico do que ir de “enlatado”.
No caso concreto do PN, acho que uma campanha de “outdoors” e até um concurso promovido pelo “Notícias do Parque” e nas redes sociais da AMCPN e da Parque Expo, que promovesse o uso continuado da bicicleta no dia-a-dia, porque não?

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Marginal à noite

No Domingo fomos aos subúrbios, jantar à casa materna. O Bruno na sua EBigDummy e eu na Agattu C7. Agora que temos ambos uma pedelec à disposição, já não usamos o comboio para poupar tempo e energia, vamos sempre a pedalar. Mau para a CP (mas merecido, dado que trata os clientes em geral e os ciclistas em particular como se não precisasse deles), mas óptimo para nós. Poupamos dinheiro, não nos preocupamos com horários e máquinas de bilhetes e bilhetes do inferno, e fazemos 1h a 1h15min de exercício ao ar livre para cada lado. E o regresso é sempre fantástico. 😀

A Marginal à noite é um espectáculo, bom piso, boa iluminação, plana, directa, junto ao mar, e quase sem carros (= pouco barulho e pouca poluição). Dá muitas vezes para ir lado a lado a conversar, como quem vai de carro é autorizado a fazer. E dá para parar junto ao mar e ouvir as ondas a bater nas rochas, e apreciar o mar numa noite de lua cheia. Priceless. 🙂

Claro que o melhor troço é aquele ao lado da linha e junto ao mar entre a curva do Mónaco e a Cruz Quebrada, longe dos carros (e sempre nos evita aquela subida, ehehe!). Pensar que podíamos ter algo parecido, desde Cascais até Lisboa, com gente mais inteligente ao comando das nossas autarquias… Era brutal! Mas por enquanto temos que nos aguentar com avestruzes, a governar-nos de cabeça enfiada na areia. *sigh*

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Ciclovias e bombeiros de bicicleta no telejornal

Aos 18min12s da 2ª parte do Primeiro Jornal de 20-08-2011, na SIC, aparece uma peça sobre a inauguração de um novo troço de ciclovia que liga a praia do Osso da Baleia, em Pombal, à Nazaré, feito juntamente com um novo troço da Estrada Atlântica. Esta estrada é acompanhada por uma ciclovia e liga o litoral de quatros concelhos do distrito de Leiria, entre a praia do Osso da Baleia (Pombal) e o Sítio da Nazaré, passando pela praia do Pedrógão (Leiria), Vieira de Leiria e São Pedro de Moel (Marinha Grande). É possível agora percorrer 70 Km nesta ciclovia, ora pela mata ora à beira-mar.

Àparte os ciclistas de clube com capacetes mal ajustados, a propaganda do medo, e os defeitos do costume na ciclovia a nível de segurança e usabilidade, é uma boa notícia e uma obra útil. 🙂 Aproveitar os fundos europeus tem sido o grande motor da construção de ciclovias, só era bom que se preocupassem em fazê-las melhorzinhas, já que estão nisso mas pronto. Mas estas, como são fora da malha urbana, não é tão grave.

Logo a seguir no telejornal passaram também uma notícia sobre mais bombeiros a fazer rondas de bicicleta, desta vez em Sintra (numa bicicleta hardtail mesmo fixe para aquele empedrado e tal… :-S ).