É difícil encontrar fotos online da chamada “Ecovia do Algarve“. Até mesmo no site oficial, há pouquíssimas fotos e as que existem não mostram grande coisa da tal via… Mas pelo que já dá para ver e experimentar da tal ecovia, parece deixar muito a desejar… Os trabalhos estão muito atrasados, dificuldades relacionadas com as imensas capelinhas envolvidas, e problemas de falta de definição e regulamentação de infrastruturas específicas para velocípedes. Talvez daqui a mais outro ano se possa experimentar a obra concluída e fazer a sua avaliação?…
Categoria: Infraestruturas e urbanismo
Dia 29 de Fevereiro, dia de Massa Crítica, pelas 21h30, terá lugar na Murtosa, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o 1º Fórum Murtosa Ciclável.
O evento pretende dar a conhecer o Projecto Murtosa Ciclável à comunidade local, nomeadamente os projectos, as parcerias e as acções preconizadas no seu âmbito, envolvendo todos na definição e implementação da estratégia ciclável do Município.
O Fórum Murtosa Ciclável será aberto a toda a população e contará com a intervenção de diversas entidades, ligadas à rede de parcerias do Projecto, como a Agência Portuguesa do Ambiente, a Universidade de Aveiro, a ABIMOTA e o Bioria, para além da equipa de trabalho da Câmara Municipal da Murtosa.
Este projecto parece ser o mais empenhado e mais “sério” de implementação de infrastruturas segregadas vocacionadas para os ciclistas, no país (but then again, eu não conheço tudo… 😉 ). Já pensei em ir, mas temo que seja algo pouco significativo para justificar uma deslocação a Aveiro (afinal começa só às 21h30…). De qualquer modo, ainda hei-de ir espreitar a zona num destes dias. 🙂
O Paul, do Bikesharing Blog, encontrou há tempos um artigo sobre a “febre” (boa, parece-me!) dos sistemas estilo Vélib e Bicing.
O autor do artigo na Newsweek fala sobre o funcionamento destes sistemas, em que muitos (e bem sucedidos, como o Vélib) acoplam o serviço de bikesharing com o de exploração de espaço publicitário nas cidades. O autor sugere ainda a possibilidade de, na verdade, as Câmaras Municipais estarem a perder dinheiro com esta opção. Ele pergunta se não seria mais vantajoso a Câmara Municipal separar as duas vertentes, como acontecerá agora em Hamburgo: a Câmara trata as concessões para a exploração do espaço publicitário (receitas) e para a gestão do sistema de bicicletas públicas (despesas) separadamente.
No caso do Vélib, usando os valores apresentados no texto do artigo da Newsweek, se o sistema custa 2500 € / bicicleta / ano, se contam ter 20 000 bicicletas, e se a JCDecaux espera um volume de vendas de publicidade no valor de 60 milhões € / ano, a Câmara de Paris estará a abdicar de mais de 10 milhões € de receitas por cada ano de contrato com a JCDecaux.
Claro que o trade-off é a Câmara não ter que ser especialista do mercado publicitário nem do negócio de aluguer das bicicletas, mas mesmo assim, é um caso que merece alguma análise, e cautelosa… Mais relevante ainda se torna quando sabemos que a Câmara Municipal de Lisboa pretende implementar na cidade um sistema de bicicletas públicas, num contexto de défice financeiro agravado…
Nota: A juntar-se à Clear Channel e à JCDecaux, surge agora a Cemusa também neste negócio (Bicincittá). Estas duas últimas empresas estão presentes em Portugal.
A iniciativa do Paulo Santos, “100 dias de Bicicleta em Lisboa”, foi peça televisiva no telejornal da SIC de dia 1 de Janeiro de 2008. 🙂
Caríssimos utilizadores da bicicleta,
O meu nome é Paulo Santos, tenho 34 anos e sou licenciado em Engenharia Civil, no ramo de Vias de Comunicação e Transportes, estando actualmente a frequentar o mestrado na mesma área. Nestes últimos 12 meses tive 3 experiências internacionais, de pesquisa e de trabalho (Holanda, Finlândia e Alemanha) que me permitiram desenvolver diversas capacidades na área das ciclovias em via urbana.
Encontro-me agora a preparar a minha tese de mestrado, tendo esta o tema “100 dias de bicicleta na cidade de Lisboa”. Pretendo com este projecto ciclar efectivamente durante 100 dias na cidade de Lisboa, com início previsto para 1 de Janeiro próximo. O grande objectivo deste trabalho é o de desmistificar a cidade de Lisboa e as bicicletas como meio de transporte diário. Diversos estudos serão realizados no âmbito deste projecto, nomeadamente o estudo pormenorizado das diversas inclinações da cidade, larguras de passeios, infraestruturas necessárias de apoio à bicicleta e ao ciclista, zonas seguras ou não seguras, criação de um guia ao ciclista na cidade, etc …
Quero acima de tudo ser mais uma voz a juntar à vossa, sensibilizando tanto a opinião pública, como os responsáveis pela gestão da cidade. O objectivo é o de criar o maior impacto possível na sociedade, sensibilizando-a para as enormes vantagens do uso da bicicleta como meio de transporte principal ou alternativo na cidade.
Visitem o meu blog e votem no inquérito: http://100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com/
Maiores cumprimentos.
Paulo Santos
Mensagem publicada no site da Massa Crítica. Nova adição aos meus feeds! 😉