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CycleHack – melhorar Lisboa para a bicicleta

O que é o CycleHack?

O CycleHack é um evento internacional com uma abordagem proactiva e faça-você-mesmo às barreiras ao uso da bicicleta.

 

Em que consiste o CycleHack?

Ao longo de um fim-de-semana, os participantes metem as mãos na massa e, em equipa, propõem e desenham soluções (“cyclehacks”) para resolver problemas com que os utilizadores de bicicleta – efectivos e prospectivos – como eles, se confrontam em Lisboa.

 

Um “cyclehack” é uma ideia que pode ser prototipada de forma rudimentar e testada na cidade e que tenta resolver uma barreira ao uso da bicicleta. ‘Hacks’ podem ser produtos físicos, apps digitais, ideias para novas campanhas de sensibilização ou para influenciar políticas públicas, e podem contemplar infraestrutura local e mapeamento de rotas.

 

Exemplos?

Há um catálogo online de todos os CycleHacks criados internacionalmente até à data que dá uma ideia dos tipos de soluções que as pessoas estão a construir pelo mundo fora. Um exemplo mesmo muito simples de um “cyclehack” que facilita o dia-a-dia de bicicleta pode ser visto em vídeo aqui, e este outro, para impedir as sais de esvoaçarem ao pedalar, tornou-se mundialmente famoso.

Houve uma ideia desenvolvida no CycleHack Lisboa do ano passado (o primeiro em Portugal), pelo André, que gostaria muito de ver implementada: um sistema para permitir aos ascensores da cidade rebocar bicicletas. Porque às vezes dava mesmo jeito “cortar a direito” pelas colinas. 🙂

CycleHack Lisboa 2016CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)

CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016) CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)

Outra ideia que gostaria que evoluísse para algo funcional era a minha máscara de emergência anti-poluição, porque Lisboa ainda tem um problema de poluição e às vezes é difícil evitá-la ou fugir dela. 🙁

CycleHack | emergency pollution mask

E devo dizer que adorei a ideia do Manuel, do “pega-monstros” para autocarros e outros veículos grandes nos rebocarem de bicicleta! 😀

CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)

CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)
CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)
CycleHack Lisboa 2016 (annual global event 2016)

E os protótipos não se esgotaram aqui!

Já temos mais algumas ideias na manga para desenvolver este ano. Uma envolve a Mutthilda, a outra visa melhorar o conforto nas nossas viagens a pedal, e uma outra serviria para criar uma campanha de sensibilização. Participaremos novamente, claro! É um evento que junta a malta e nos dá o pretexto para brincarmos como gente grande durante um fim-de-semana, e quem sabe criar algo que seja útil a mais pessoas? Retribuir os hacks de que já beneficiámos também. 🙂

E vocês, já se inscreveram também ou vão passar ao lado de uma grande carreira?

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“Têm bicicletas baratas ou em 2ª mão?”

Feira de Bicicletas MadurasEsta é uma pergunta que ouvimos com alguma regularidade no atelier. Neste momento a Cenas a Pedal não comercializa, salvo excepções pontuais (como quando renovamos a frota de aluguer), artigos em 2ª mão, mas tentamos ajudar as pessoas a transaccioná-los entre si promovendo a Feira de Bicicletas Maduras.

Também não oferecemos soluções de bicicletas verdadeiramente Low Cost apenas porque isso quase sempre significa comprometer o valor do produto ou do serviço associado a ponto de corrermos o risco de não conseguirmos operar de acordo com os nossos valores. A título de referência, a bicicleta citadina (equipada com o equipamento essencial: pára-lamas, apoio de descanso, luzes, protecção de corrente, porta-bagagem) mais acessível que podemos fornecer anda nos 300 €, uma pedelec nos 1.300 €, e uma dobrável nos ~400 €, sendo que as que recomendamos começam nos 500 €, 1.850 € e 750 €, respectivamente.

Contudo, compreendemos que, por vezes, o orçamento é mesmo limitado e esperar e poupar para investir melhor (algo que recomendamos sempre) não é uma opção viável, pelo que a única alternativa é mesmo encontrar uma solução de compromisso. Aqui o mercado de usados pode ser uma alternativa interessante.

É sempre preferível comprar uma bicicleta de melhor qualidade mas em 2ª mão do que uma bicicleta nova tão barata que se revele quase “descartável”.

Cuidados ao considerar comprar uma bicicleta nova mais barata

Perceber porque é que a bicicleta é tão barata, para descobrir o preço a pagar pelo low cost, e decidir se estamos disposto a pagá-lo. Será:

  • porque lhe falta muita coisa, ex.: pára-lamas, apoio de descanso, luzes, protecção de corrente, porta-bagagem?
    • quanto tempo levará a encontrar estes acessórios, que sejam funcionalmente e esteticamente compatíveis com a bicicleta, e quanto irão custar? E quanto irá custar a sua instalação se não a fizermos nós próprios?
  • porque tem um design muito particular e/ou componentes próprios que a tornam pouco compatível com outros componentes ou acessórios?
    • será possível montar uma cadeirinha de criança, instalar um porta-bagagem ou uns pára-lamas? E se for possível, será que tem que ser algo tão específico, para dar, que se revele caro ou limitativo?
  • porque os materiais e/ou componentes usados são de menor qualidade (mais pesados, menos funcionais, difíceis de afinar ou reparar, menos confortáveis, menos seguros, etc)?
    • estou disposto a tolerar uma bicicleta pesada nas subidas ou mesmo a arrumá-la em casa ou a subir para o comboio?
  • porque tem menos ou pior equipamento (ex.: não ter mudanças ou não as suficientes, não ter suspensão ou esta ser de pior qualidade, etc)?
    • estou disposto a usar uma bicicleta menos confortável ou ergonómica, com mudanças menos adequadas para os meus percursos?
  • se a bicicleta é dobrável, porque é mais lenta ou difícil de dobrar, ou porque dobrada fica muito volumosa e/ou pesada para transportar?
  • se a bicicleta é eléctrica, porque é muito pesada, tem pouca autonomia, tem pouca força nas subidas, ou limitações a nível do painel de controlo?
  • a garantia oferecida pela marca e/ou vendedor é limitada?

Porque muitas vezes o barato sai caro, importa analisar bem estas questões antes de escolher a bicicleta a comprar e a quem, para evitar surpresas desagradáveis.

Onde encontrar bicicletas novas baratas?

  1. Órbita (tem loja online), lojas de bicicleta de rua, grandes superfícies dedicadas ao desporto (ex.: Decathlon), mas evitar comprar em hipermercados!!
  2. procurar em sites de compras colectivas, por exemplo:
    1. Forretas

Comprar lá fora

Ao procurar pechinchas online (e no estrangeiro), não deixe de fazer bem as contas, para não ter uma surpresa dispendiosa:

  • portes de envio
  • IVA*
  • taxas aduaneiras*
  • assistência na venda (o sistema de e-commerce não o vai avisar que as peças que comprou não são compatíveis ou que vai precisar de mais isto ou aquilo)
  • garantia (se tiver algum problema com a bicicleta/ componente / acessório como funciona a garantia, como vai ser a comunicação com o vendedor, e quem paga os custos de envio para mandar o artigo de volta, etc?)

* Para compras dentro da UE o IVA é o do país onde é feita a compra, e não há taxas aduaneiras, só tem que saber o valor dos portes. Para compras de fora da UE (ex.: EUA ou China) acrescem muitas vezes o IVA e taxas aduaneiras. Para compras entre 22 € e 150 € paga IVA, acima de 150 € paga IVA e direitos aduaneiros entre 1 e 4 %, geralmente.

Onde encontrar bicicletas usadas / em 2ª mão?

  1. começar por perguntar aos familiares, amigos, colegas ou vizinhos se têm alguma que queiram vender (às vezes têm para lá coisas que até nem usam…)
  2. outras lojas de bicicletas (nomeadamente aquelas que aceitam retomas)
  3. Feira das Bicicletas Maduras
  4. Feira da Ladra
  5. Empresas de compra e venda de usados (ex.: Cash Converters)
  6. procurar online em sites de classificados, por exemplo:
    1. Stock Usados
    2. Mini.mercado da Bina
    3. Coisas
    4. OLX
    5. Custo Justo
    6. MyCycle
  7. procurar online em sites de leilões, por exemplo:
    1. Leilões.net
    2. Ebay
    3. Miau

Algumas dicas

  • privilegiar os vendedores que apresentem a factura original da compra, para evitar o risco de comprar bicicletas roubadas
  • tentar sempre ver e experimentar a bicicleta antes de comprar, idealmente, ou pelo menos pedir algumas boas fotos dela para conseguir avaliar o melhor possível o estado dela
  • nas compras à distância, averiguar previamente o melhor possível a identidade, contactos e credibilidade do vendedor
  • em compras a particulares e à distância, solicitar o envio à cobrança, mas pode aceitar pagar previamente os portes de envio como sinal de boa-fé
  • MUITO IMPORTANTE: identificar previamente as eventuais necessidades de reparação, substituição ou afinação de componentes e depois pensar nisto:

a) será possível/fácil/barato encontrar as peças necessárias, e quem o fará?

b) o trabalho técnico necessário, quem o poderá e quererá fazer e a que preço?

Quanto mais antigas as bicicletas maior a probabilidade de ser difícil e/ou caro ou mesmo impossível arranjar peças de substituição, o que pode implicar ter que mudar mais coisas do que o previsto (implicando mais custos e, porventura, alterando a estética original da bicicleta, se isso for importante). Com bicicletas usadas mais antigas ou mesmo velhas, o trabalho a nível de mecânica que requerem é muitas vezes bastante superior ao normal para a mesma operação. Operações relativamente simples em bicicletas mais recentes e/ou bem mantidas, tornam-se frequentemente muito trabalhosas, e caras, numa bicicleta antiga/velha e não permitem um resultado final tão satisfatório (porque a base de partida simplesmente não o permite). Está disposto a pagar? Ajuste as suas expectativas.

Mecânica faça-você-mesmo

Para trabalhos de mecânica que ficariam caros de mandar fazer a alguém que tem que viver desse trabalho, a solução é fazê-los nós próprios, eventualmente com ajuda de terceiros, em oficinas comunitárias, onde se costumam acumular peças usadas doadas que às vezes salvam a situação, e onde voluntários ajudam a manter em circulação bicicletas que de outro modo iriam para o “lixo” ou seriam canibalizadas para manter outras. Estes espaços / colectivos desempenham, assim, um papel relevante na defesa do ambiente. Exemplos:

Nota final: seja na compra, recuperação ou reparação de uma bicicleta, tenha sempre presente de que se trata de um veículo no qual se vai deslocar a velocidades mais ou menos elevadas, frequentemente no meio do trânsito (automóvel mas também de bicicletas ou peões). Falhas catastróficas (rodas, quadro, transmissão, travões, pedais, guiador,…) podem conduzir a quedas e colisões, seja com lancis, muros, pilaretes, outros veículos (incluindo bicicletas) e até peões, mais ou menos graves dependendo das circunstâncias. Não comprometa a sua segurança nem a de terceiros. Não poupe no essencial.

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Feira de Bicicletas Maduras de Fevereiro

É já este Sábado!

Das 15h às 17h, quem tem bicicletas, cadeirinhas, atrelados, peças, luzes, alforges, etc, que já não usa pode tentar vendê-lo (ou doá-los) aqui, e quem procura estas coisas pode vir ver se tem sorte e aparece qualquer coisa. 🙂 Não é preciso inscrição e a entrada é livre para vendedores e compradores.

O convite estende-se ainda a quem produza artigos de artesanato relacionados com a bicicleta, ou para ser usado com ou na mesma, ou porque reaproveita peças velhas de bicicleta. A Tina Clay vai lá estar outra vez com os seus Flying Fat Man Caps!

Mais sobre a Feira de Bicicletas Maduras aqui.

E estamos aqui pertinho do Jardim da Estrela, um complemento simpático para antes e/ou depois do saltinho aqui na FBM. 😉

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Montar tubagem para passagem de corrente

Para proteger a corrente otimizando a sua posição e poupar a roupa(!), o Bruno pediu-me para arranjar uma solução para a montagem de tubagem na sua reclinada artesanal.

A solução que implementei passou por furar o tubo principal do quadro, perto da caixa de direção e instalar uma porca rebitável:

Esta porca tem uma rosca M6 normal e fica fixa ao tubo (tal como um rebite), da mesma forma que os apoios para os suportes das garrafas, ou que os apoios frontais para suportes de alforges frontais (low riders) em alguns garfos (ambos M5).

Para aplicar esta porca, usa-se um alicate idêntico aos usados para os rebites normais, mas com uma terminação diferente:

Para segurar a tubagem usei uma abraçadeira dupla fixa no novo ponto de suporte:

Esta abraçadeira vai segurar a porção de tubagem que vem da roldana intermédia (de força), e que volta para o desviador traseiro (de retorno):

Além desta aplicação de suporte, é possível desta forma recuperar/reparar as porcas de apoio dos suportes de água ou outros do mesmo tipo.

Esta bicicleta já participou numa prova Audace da FPCUB em 2012 (está lá ao fundo!):

Outras aventuras a esperam! 🙂

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14 Graus

Hoje ao andar a estudar sobre as melhores formas de montar a tubagem de proteção de corrente numa reclinada artesanal, fui dar com um sítio, que porventura já visitei no passado, mas que tem hoje tanto ou mais interesse: 14 degrees.

A aventura do escritor deste sítio (Rob Thomson) começou em 2006, com a intenção de pedalar do Japão até Inglaterra. Porém, o plano inicial alterou-se e Rob acabou por dar a volta ao mundo, percorrendo 25000km, de bicicleta e skate, sozinho!

E se de bicicleta é mais ou menos fácil de imaginar como terá carregado a sua carga:

HPV Street Machine GTe crossing a river on Kerege-Tash Pass, Kyrgyzstan

Já de skate, o melhor é ver a explicação do Rob:

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As fotografias da viagem são fantásticas, e facilmente nos perdemos a vê-las:

[slickr-flickr tag=”recumbent” id=”92154034@N00″]

O Rob continua a fazer viagens de bicicleta, e podem saber por onde ele anda no blog do 14 degrees, e continuar a ver fotografias espetaculares dos sítios por onde ele passa:

[slickr-flickr tag=”cycletouring” id=”92154034@N00″]

A bicicleta que ele usa atualmente é uma Surly Karate Monkey:

2011 Surly Karate Monkey

Depois de ver estas fotografias, quem não está com vontade de ir preparar os alforges? 😉