Aqui um vídeo de um acidente de “dooring” (portada?), em versão crash test dummy:
Mostra só um tipo de acidente causado pelo circular demasiado perto dos carros / abrir de uma porta sem ver se é seguro, pois a outra alternativa é o ciclista desviar-se, num reflexo, colidindo ou sendo atropelado pelo veículo que vier ao lado ou atrás, a circular na fila à esquerda.
Lembrem-se disto da próxima vez que se encostarem demasiado, abdicando do vosso espaço tampão de segurança, “para não empatar o trânsito”…
Cycle to Work(Pedala para o Trabalho) é um incentivo fiscal no Reino Unido que visa encorajar os trabalhadores a ir de bicicleta para o emprego, reduzindo assim a poluição do ar e melhorando a sua saúde.
Até hoje, mais de 400.000 pessoas aproveitaram o programa, envolvendo mais de 2.220 lojas de bicicletas de 15.000 empregadores.
O programa permite ao trabalhador beneficiar de um empréstimo de longa duração (geralmente 12-18 meses) de bicicletas e equipamento para comutar, como luzes, cadeados e alforges, totalmente isento de IVA (a compra é feita através da empresa empregadora, que abate o IVA dos produtos). No final, o empregado pode comprar a bicicleta emprestada por uma fracção do seu custo.
Exemplo da Joana (condições do Reino Unido):
Sob o programa do seu empregador, a Joana escolhe ter o empréstimo de uma bicicleta com um PVP de 450 £.
O seu empregador reclama o IVA – reduzindo o custo para 383.3 £.
Este montante líquido é coberto pela Joana acordando um sacrifício de salário onde o seu ordenado bruto é reduzido em 21.28 £ por mês durante 18 meses.
O custo líquido mensal para a Joana será 14.26 £ porque ela não pagará impostos ou segurança social no ordenado bruto (21.28 £) que ela sacrificou.
No final do período de 18 meses, o empregador da Joana oferece a ex-bicicleta de empréstimo para venda a um preço justo de mercado (PJM), i.e., 50 £(para estabelecer o PJM, é por vezes pedido aos empregadores que obtenham orçamentos de lojas de bicicletas locais, dado que o valor da bicicleta dependerá parcialmente do nível de uso, embora em Agosto de 2010 tenha sido publicada uma lei que diz que o estado da bicicleta NÃO é um factor a ser considerado, e que bicicletas de mais de 500 £ com 1 ano de idade têm um PJM de 25 %).
O custo para a Joana é:
salário líquido abdicado 14.26 £ x 18 meses = 256.68 £
Custo para comprar a bicicleta no fim do período = 50 £ (sob as regras antigas, mas não nas novas)
Custo total para a Joana (68 % do P.V.P.) = 306.68 £
Os empregadores obtêm um pessoal em melhor forma física, mais saudáveis (menor absentismo), mais pontual, e mais desperto, reduzem o congestionamento e as necessidades de estacionamento, melhoram a imagem da empresa, e beneficiam de descontos na Segurança Social.
Os empregados beneficiam de melhor saúde e melhores bicicletas porque o seu dinheiro compra mais (equipamento ou qualidade) – descontos directos e distribuição do custo da compra por vários meses, e poupam na comutação diária (ao trocar o carro pela bicicleta, por exemplo).
A poupança típica para um contribuinte médio pode ser entre 38 e 45 %, embora uma nova lei recentemente aprovada possa alterar estes valores.
A importância do programa revela-se nos 76 % de participantes que declararam que não teriam comprado as suas bicicletas se não tivessem sido oferecidas através do programa, e nos 73 % que disseram que as poupanças oferecidas durante o programa foram o factor mais importante em aderir.
Para quem não está familiarizado com o conceito, um velomobile é basicamente (e geralmente, embora haja excepções) um triciclo reclinado formato girino (‘tadpole’, 1 roda atrás e 2 à frente, como os KMX Karts e tantos outros) com uma “carapaça” aerodinâmica. Depois há variações técnicas e de desenho (ex.: com a cabeça exposta ou completamente fechado, com ou sem assistência eléctrica, etc).
Um velomobile é um substituto capaz para um automóvel (para quem anda sozinho). Oferece eficiência e velocidade, conforto e ergonomia, protecção dos elementos, silêncio, e espaço para a bagagem quotidiana necessária. Isto sem gastar combustível, oferecendo um bom exercício físico (mais saúde, menos stress!) enquanto cumpre a sua função de transporte, e proporcionando uma experiência agradável, ou mesmo divertida ao condutor. Mais fácil de estacionar/guardar que um automóvel, é um veículo amigo do ambiente e bastante mais eficiente em termos da sua “pegada espacial”. E não requer Carta de Condução, seguros, nem paga impostos (além do IVA na sua aquisição e manutenção, claro). É ideal para percursos mais longos, planos ou com baixos declives [nas subidas o peso acrescido do velomobile age contra nós, e aí a solução pode ser a assistência eléctrica, que por sua vez aumenta o peso também], e onde se consiga tirar partido da velocidade acrescida. (Para percursos urbanos curtos uma bicicleta normal é imbatível, acelera mais rapidamente, é mais fácil de manobrar, e fácil de montar e desmontar da mesma.)
Ter um velomobile implica investir uma quantia significativa (de 3.500 €, passando por à volta dos 5.000 € mais comuns, até 10.000 €), e muitas vezes esperar vários meses. Isto tem a ver com a baixa escala de produção destas máquinas (os triciclos reclinados já são caros à partida, e depois ainda há todo o trabalho na carapaça), e porque há muito poucos fabricantes no mundo inteiro (o que também agrava o preço pelo custo avultado do envio). A alternativa de construir um ao melhor estilo faça-você-mesmo, ou usar um kit, consegue baixar um pouco o investimento financeiro necessário. E depois há alternativas a meio caminho entre os triciclos reclinados e os velomobiles, com diferentes níveis de coberturas ou de carapaças.
O Bruno teve a sorte de, na Spezi de 2008, poder experimentar um, da Leiba:
Perfeito, perfeito, seria ter à disposição um estilo Duo Quest, Ana & Bruno de velomobile! Weeeeeee! 😀
O sonho comanda a nossa vida, um dia haveremos de ter à nossa, perdão, à vossa disposição, um velomobile para testes e alugueres na Cenas a Pedal! Só mesmo por ser tão fixe. 🙂
Aqui está uma maneira positiva de fazer publicidade, o TriKademiK. Desenhado como uma forma de chegar as populações rurais e peri-urbanas dos países em desenvolvimento, o TriKademiK é um veículo inovador (parece ser um triciclo Kangoroo, da Winther, adaptado) com dois propósitos – permite o transporte simples de pessoas e bens enquanto oferece uma óptima oportunidade para publicidade inteligente.
O triciclo é usado predominantemente no transporte de crianças desprivilegiadas entre para a escola e de volta. Depois disso, pode também ser usado para transportar bens para mercados e outras situações que requeiram maior capacidade de carga. É disponibilizado para uso gratuito pela comunidade, de forma que o anunciante beneficia de estar estreitamente associado a uma boa acção social.
Este conceito também funciona, claro, nos países desenvolvidos. E refiro-me mesmo ao conceito “mãe”, o de “marketing social inteligente”, que consiste em financiar objectivos sociais com uma actividade comercial – é tão lógico que até dói não o ver aplicado em toda a parte: toda a comunidade beneficia ao ter uma carência colmatada ou um “luxo” tornado acessível, e a marca consegue uma melhor imagem para si mesma e clientes leais.