No passado dia 3 de Junho, Dia Mundial da Bicicleta, deram-nos tempo de antena nos Manhãzitos da 3, na Antena 3, e falámos sobre o fixe que é andar de bicicleta 😍, sobre o que fazemos na Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal e o que estamos a desenvolver na frente digital com o impulso do Fundo Ambiental, e sobre como estamos sempre a tempo de aderir à bicicleta e beneficiar do tanto que ela nos dá. 😊
Categoria: Dias especiais
Em 2015 foi assim a Mega Massa Crítica de Verão!
‘Bora daí! Por uma ligação Lisboa-Oeiras mais fixe para quem vai de bicicleta.
Pssst! Não sabes o que raio é a Massa Crítica? Vê este guia.
E vamos, com a gentil colaboração da Coração Amarelo, conseguir levar o Manuel Costa Henriques, grande dinamizador da Massa Crítica e cicloactivista, a participar. Usando um dos triciclos da Coração Amarelo o ombro em recuperação do Manuel não será impedimento. 🙂 Poderão vê-lo a partir de Algés na Mega MC de hoje!
Circular de bicicleta na Marginal num grupo destes é fácil e confortável mesmo para quem anda pouco de bicicleta. Mas se queres andar à vontade de bicicleta por qualquer lado, de forma segura, e sem medo dos carros ou da estrada x ou y, e sem cair nas armadilhas específicas das vias segregadas, faz este curso. Temos um este fim-de-semana! Se não puderes fazê-lo todo, podes vir só à palestra sábado de manhã! Mais info e inscrições aqui.
Éramos 60 pessoas (incluindo muitas crianças) e 2 cães ontem no passeio & piquenique Bicicultura / MUBi, o tempo estava fixe e a malta pedalou pela zona oriental, descobrindo novas rotas e novos parques verdes na cidade. No piquenique na Mata de Alvalade, confraternizou-se e passaram-se umas horinhas no relax. Foi uma oportunidade de rever amigos e caras conhecidas e de conhecer malta nova. E, graças à generosidade de quem acredita na importância deste projecto, angariou-se já algum dinheiro para a constituição da cooperativa! 🙂
Estas e muitas outras fotos e vídeos podem ser encontrados aqui (incluindo as que o Bruno Mendes gentilmente nos cedeu para publicação). Mais fotos de outros participantes na página de Facebook do evento.
Se não participaram, não fiquem tristes, hão-de haver mais! 🙂
Após 7 anos de existência, os últimos 3 dos quais de casa aberta no nº 38 da Avenida Álvares Cabral, em Lisboa, já tinha chegado a hora, mas só agora chegou a oportunidade, de migrarmos para um novo sítio.
Por mero acaso, quando já tínhamos desistido da ideia, depois de mais de 6 meses à procura, uma cliente (mesmo sem saber do nosso apelo) falou-nos de um amigo que trabalhava numa imobiliária e que podia ter algo que nos servisse. Lá fomos, cépticos, mas tivémos sorte. Embora mais pequeno do que aquilo que precisávamos e procurávamos, era amplo, com muita luz natural, numa rua calma mas perto de tudo, tudo no R/C (que isto de acartar bicicletas escadas acima e escadas abaixo, ou passar os dias em caves não está com nada), e aparentemente sem problemas de humidade e com bom desempenho térmico. Um excelente upgrade! Conseguiríamos dispôr de melhores condições de trabalho para a nossa equipa, e simultaneamente melhorar a experiência de quem servimos. 🙂
O chão precisava de ser alterado, e havia algumas reparações a fazer, mas não exigia nada de remotamente parecido com o que tivémos que investir no primeiro atelier para ficar minimamente usável para começar (lembram-se dessa novela? As fotos lá estão, para a posteridade!).
Avançámos, felizes pelo aparente golpe de sorte, mas naturalmente receosos pelo passo maior dado, e simultaneamente excitados e frustrados pela perspectiva de “começar tudo do zero”, quando ainda tínhamos tanta coisa por fazer e por melhorar no outro sítio (e já lá estávamos há 3 anos!).
Mas lá dizia o outro, que a mudança é a única constante da vida. E só há uma coisa pior que a trabalheira da mudança, e o natural medo e ansiedade associados: o aborrecimento. A perspectiva de ter nada por fazer nem nada aonde chegar é uma seca insuportável.
Bom, vamos então mudar de freguesia (literalmente), vamos para Alvalade, ficando mesmo na fronteira com as também novas freguesias de Avenidas Novas e Areeiro. Curiosamente, viémos parar também no centro de uma zona deficitária em serviços de apoio à mobilidade em bicicleta, como se vê no mapa abaixo (somos o ponto laranja) – não sei se isto é bom sinal,… pode ser porque ninguém precisa ou se interessa pela bicicleta aqui. Por um lado, a CaP existe justamente para tentar mudar esses estados de coisas, por outro, enquanto o fazemos temos que ir vivendo. Bom, logo descobriremos, suponho.
(E não, não foi de propósito, tinha feito este mapeamento há uns meses atrás, como base de trabalho para uma ideia de Rede Pró-Bicicletas de Lisboa. Calhou assim.)
Entretando percebemos, ao termos que actualizar a nossa página de Contactos, que é um óptimo sítio em termos de acessibilidade por transporte público, o que é muito útil (já estou a pensar no jeitão que isso dará para as Viagens a Pedal).
Já começámos a tratar do chão, no novo atelier, e já começámos a arrumar as coisas no velho atelier.
Entretanto, para acabar o que falta, mudar tudo de sítio, e arrumar minimamente as coisas para podermos retomar o trabalho normal, vamos estar encerrados de 29 de Março a 2 de Abril, inclusivé. Esperamos conseguir reabrir dia 3, 5ª-feira! Logo que possível decidiremos e divulgaremos uma data para a “house warming party” depois. 🙂
Por enquanto as aulas de bicicleta dos níveis básicos continuarão a decorrer em Campo de Ourique, mas seria óptimo conseguir ter acesso a um espaço coberto também aqui em Alvalade! Mais uma nova luta!…
De resto, temos ainda que encontrar uma solução para a Feira de Bicicletas Maduras, já que no novo atelier não dispomos de um espaço privado que possamos ceder livremente para o evento. Vamos ver se a Junta de Freguesia de Alvalade é amigável, e interessada em ser bike-friendly, e nos autoriza a realizar a feira num jardim próximo!… Façam figas. 🙂
Como alguns de vós saberão, aqui há uns anos desenvolvi um interesse especial pela questão do Código da Estrada e a sua aplicação aos condutores de velocípedes (também designados de “ciclistas”). O primeiro resultado foi um documento chamado “O Código da Estrada e os Velocípedes – Perguntas Frequentes“. E depois, anos mais tarde, envolvi-me mais directamente no lobbying pela alteração do CE de forma a ser melhorado para os ciclistas (e para os peões), nomeadamente.
Quando se criou e depois reavivou a MUBi esses esforços foram muito direccionados para debaixo desse chapéu. No início deste ano o Conselho de Ministros fez uma proposta de revisão do CE (Proposta de Lei n.º 131/XII), que foi devidamente analisada e criticada na MUBi. E depois apelou-se à acção por parte da sociedade civil, para as pessoas se manifestarem junto dos deputados e pedirem a correcção da proposta. Em Maio fomos ouvidos na Assembleia da República pelo grupo de trabalho envolvido nas alterações. Entretanto, foi este mês aprovado o novo diploma, e a MUBi até colaborou numa peça para a SIC (apesar de eles não falarem da MUBi!):
(Só uma nota ao título da notícia): o novo CE não “equipara ciclistas a condutores de automóveis”, eles já são ambos condutores de veículos, o novo CE veio simplesmente eliminar ou melhorar alguns artigos negativamente discriminatórios para os primeiros, não veio ainda dar grandes direitos além dos que já são reconhecidos aos condutores de automóveis.)
Depois disto, a MUBi ainda contribuiu com umas notas de última hora a assinalar lapsos e outras questões. Entretanto, esta semana foi publicado o texto final.
E numa primeira análise as conclusões do que mudou são estas, que listo abaixo.
RESUMO SIMPLIFICADO DAS ALTERAÇÕES RELEVANTES PARA A CONDUÇÃO DE BICICLETAS:
- Ciclistas são considerados utilizadores vulneráveis.
Como e onde circular
- As bicicletas podem circular nas bermas das faixas de rodagem.
- As crianças até aos 10 anos já podem (mas não são obrigadas a) andar nos passeios e passadeiras, sendo equiparadas a peões ao fazê-lo.
- As bicicletas já podem circular duas lado-a-lado dentro de uma mesma via.
- Os ciclistas continuam a poder fazer as rotundas por dentro ou por fora.
- As ciclovias já não são obrigatórias, apenas preferenciais.
- Triciclos e atrelados com até 1 m de largura já podem circular nas ciclovias.
- Pode ser permitida a circulação de bicicletas nos corredores BUS.
Transporte de passageiros
- Agora só podem ser transportadas crianças até 6 anos, inclusivé, em cadeiras homologadas (e apenas 1) e em atrelados.*
- Já podem ser transportados passageiros em atrelados.
- As crianças já não são obrigadas a usar capacete, nem a conduzir nem transportadas na bicicleta.
Distância de segurança e ultrapassagem
- Condutores de veículos a motor têm que abrandar na proximidade de ciclistas e de passadeiras de ciclistas.
- Os condutores de veículos a motor agora têm que deixar sempre pelo menos 1.50 m de espaço entre estes e uma bicicleta a circular na mesma estrada (no mesmo sentido ou em sentido contrário, na via ou numa ciclovia marcada no pavimento.
- Na ultrapassagem pela esquerda, os condutores (incluindo os ciclistas) têm agora que ocupar a via de trânsito adjacente, abrandar especialmente a velocidade, e manter pelo menos 1.50 m de distância lateral de segurança da bicicleta ultrapassada. (Na ultrapassagem pela direita, os condutores, incluindo os ciclistas), têm que abrandar a velocidade, e manter pelo menos 1.50 m de distância lateral de segurança da bicicleta ultrapassada).
Prioridade
- Num cruzamento não sinalizado, o veículo que se apresenta pela direita tem prioridade, mesmo que seja uma bicicleta.
- Os ciclistas agora têm prioridade sobre todos os veículos ao atravessar em passagens para velocípedes (“passadeiras” para bicicletas), quando não haja sinalização vertical a indicar-lhes o contrário.
Outros
- Já é proibido o estacionamento antes das passagens de velocípedes e nas ciclovias
* esta questão requer uma análise mais detalhada, com um jurista, mas isto foi a minha primeira interpretação
Há coisas que ficaram por corrigir, e coisas novas que são negativas, ou que precisavam de ser afinadas, mas deu-se um grande salto positivo, e estou muito feliz por isso.
E este percurso mostra bem que as coisas só não mudam se não fizermos nada por isso, ou por outra, que se não participarmos no processo de mudança, a mudança acabará por não nos servir. Houve muita gente a contribuir para esta mudança ao longo dos anos, e tivémos sorte em encontrar do lado de lá, dos políticos e legisladores, bom acolhimento às medidas reivindicadas, o que também diz bem da máquina governamental, neste caso.
Celebremos, irmãos! 🙂
E depois, voltemos à luta, ao caminho, que a utopia é apenas um lugar onde ainda não chegámos.
Até porque tão ou mais importante do que a lei, é a cultura, e essa ainda precisa de muito trabalho… As alterações ao CE são uma questão de justiça e que a maior parte das pessoas só fica a conhecer melhor quando tem um litígio com uma seguradora ou com o tribunal, por causa de um qualquer sinistro ou infracção rodoviária. Temos que trabalhar na cultura, no software das pessoas, para que as coisas não cheguem a ser tratadas em tribunais nem em seguradoras…