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Eventos biciculturais para este fim-de-semana

Como aperitivo, há rumores de mais um passeio midnight riders em Lisboa para amanhã, dia 12…

Sábado, 14 de Novembro:

Alleycat Race 4 Science – Co-organização IGC/Ciclone

Alleycat Race 4 Science
Segundo o Fernando, na lista da Bicicletada, «esta Alleycat Race destina-se a patrocionar uma série de conferências organizadas pelos alunos de doutoramento do Instituto [Gulbenkian de Ciência] e, indirectamente, promover a investigação científica». O ponto de encontro é na Praça do Município às 15h, e a corrida não é só para cientistas! 😉 A inscrição são 16 €, ou 8 € se levarem a vossa própria bicicleta. Este valor dá direito a 1 bebida, e no final haverá 1 prémio para o vencedor! Inscrevam-se: fernando @ ciclone . pt. Para terem uma ideia do que é uma Alleycat Race, espreitem os relatos das duas últimas a ter lugar em Lisboa, aqui e aqui.

Domingo, 15 de Novembro:

Cicloficina em Lisboa

Logótipo Cicloficina Lisboa

A Cicloficina (Fase II) comemora 1 ano este mês. Apareçam para 2 dedos de conversa à volta de bicicletas.

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Os ciclistas ainda não são bem-vindos na CP

Imaginem o cenário:

4 ciclo-activistas pretendem ir a Aveiro assistir à conferência ‘O Lazer e o Turismo Ciclável em Portugal’. A conferência começa às 9h. A ideia seria fazer uma viagem multimodal baseada na bicicleta e no comboio. A bicicleta para se deslocarem de suas casas até à estação de comboios (Santa Apolónia) e depois por Aveiro (fazer um pouco de cicloturismo pela cicloria, etc), sendo que o comboio permitiria ultrapassar a distância entre Lisboa e Aveiro.

A alternativa seria irem de carro até Aveiro, em regime de carpooling, ou dependerem de carro/táxi/transportes públicos para se deslocarem em Lisboa e em Aveiro, antes de, e depois do comboio, respectivamente.

Vamos então comparar as 2 alternativas mais viáveis (a terceira não é competitiva em termos de preço e rapidez, dado que são um grupo).

Bicicleta & comboio

Dado que as bicicletas só são toleradas nos comboios Regionais e Inter-Regionais, a melhor proposta de IDA é esta (tarde de dia 5 de Novembro):

detalhesIDA

Partida cerca das 16h15 e chegada pelas 20h45. São 4h25min de viagem, incluindo 2 transbordos, por ~52 € (pode haver lugar a descontos de Ida & Volta ou de Grupos).

Claro que falta ainda contabilizar o tempo e o custo da viagem de casa até Santa Apolónia (talvez 1h30min e 0 € a pedalar todo o caminho, uns 50 min e 5.20 € se apanharem boleia do comboio na linha de Cascais). De notar que a linha urbana de Cascais não está integrada com a da rede nacional (até dá vontade de rir, se não fosse caso para chorar), pelo que há que pedalar entre o Cais do Sodré e Santa Apolónia (é um instantinho, também).

O maior problema aqui são os transbordos. É que o transporte de bicicletas nos comboios é tolerado, e gratuito, mas não é garantido nos transbordos, pois depende da avaliação do revisor (tipo de material circulante, espaço, lotação, etc) e como não é possível reservar bilhetes/lugares para a viagem inteira, os passageiros arriscam-se a ficar em terra algures a meio da sua viagem. Ora, quem é que se sujeita a isto?… É que não é como se houvesse mais comboios logo a seguir… Ou que haja garantia que no próximo haja vagas…

Bom, para regressar ao final do dia seguinte, após a conferência, só é dada uma alternativa:

detalhesVolta

São 5h21min de viagem, com 2 transbordos, e chegada a Lisboa depois da meia-noite. E pouca margem para o fim da conferência, dado que a partida é pelas 18h45. Depois há ainda que chegar a casa, em Oeiras.

Carro

Pelo VIAMICHELIN, a viagem de ida, de carro, desde Oeiras, faz-se em 4h45min, por 45 €. A partida é às horas que o grupo quiser. E o mesmo se aplica ao regresso.

Comparação

Desde casa até Aveiro.

Bicicleta & comboio: 5h15min de viagem, 14.30 € / pessoa. Sujeito aos horários dos comboios e à disponibilidade de ligações. Conforto inferior ao do automóvel (comboios regionais e interregionais costumam ser de menor qualidade do que os intercidades e alfa-pendulares). Trabalho extra a cada transbordo (por causa das bicicletas). Incerteza acerca da continuação da viagem aquando de cada um dos 2 transbordos. Desconhecimento acerca das condições para transportar e prender as bicicletas (espaço? sistemas de retenção?)… Viagem relaxada, todos podem aproveitar o tempo para algo mais que não apenas conversar (o acessível no carro), como ler, etc.

Carro: 4h45min, 11.25 € / pessoa. Extras não contabilizados: custos de deslocação em Aveiro. Flexibilidade de horas de partida, alterações à rota, etc. Mais cansativo (condução, inactividade física), monótono (paisagem), mais perigoso (sinistralidade rodoviária), mais caro (desgaste do veículo não contabilizado).

Não é por 3 € (com os descontos esta diferença pode até desaparecer) ou mesmo pelos 30 minutos a menos de viagem que se optará pelo automóvel. O mais preponderante será mesmo o facto de que não é dada ao passageiro quando compra o seu bilhete a garantia de que poderá fazer a viagem toda no horário previsto. Nesses termos, mesmo quem viaja sozinho provavelmente escolherá o carro apesar de a despesa ser muito maior (não há mais gente com quem dividi-la). Depois disso a qualidade das composições (e, logo, da viagem de comboio propriamente dita) e o tempo e condições oferecidas em cada transbordo (será que 5 minutos ou menos dá para tirar as bicicletas de um comboio, localizar o da ligação seguinte, ir até lá, e carregar as bicicletas?).

Agora comparemos com as alternativas que não são oferecidas a quem queira levar a bicicleta no comboio (mesmo que se pagasse por isso):

Intercidades:

detalhesIDA-IC

Alfa-pendular:

detalhesIDA-AF

Não há transbordos, o tempo de viagem cai para metade, e o preço aumenta um bocado para reflectir isto e o maior conforto das composições.

Seria pedir muito que os Intercidades fossem remodelados, se necessário, para permitir o transporte de bicicletas? Seria pedir muito que fosse possível reservar bilhetes para uma viagem que incluam o lugar do passageiro e da sua bicicleta?

Será que a CP não vê que há um mercado imenso a ganhar de gente que agora não usa os seus serviços porque ou faz turismo de carro ou ainda não faz turismo de todo?

Resumindo, a melhor alternativa para estes 4 ciclo-activistas parece ser irem de carro, o que só ilustra a necessidade de ser tratar de ciclo-activistas

Por aqui se vê a necessidade premente desta conferência e de outras iniciativas que promovam o debate, a troca de ideias, a divulgação, a promoção do turismo em bicicleta, onde a multi-, inter- e co-modalidade são peças fundamentais.

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Pelo direito a usar a própria cabeça (com ou sem capacete)

A história da Sue,

Sue fights bike helmets:

já teve mais desenvolvimentos:

No Helmet, Please! (Sue went to Court)

Onde raio andarão as organizações de defesa dos ciclistas na Austrália que não estão a fazer da luta da Sue uma luta de todos os ciclistas do país?…

Lamentável ver a qualidade do juíz que julgou o caso, também…

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Volta a Portugal em Cadeira de Rodas (well, kinda)

A propósito deste último post, o José Lima começou isto em 2007, voltou em 2008 com a Rosa, e este ano vai na 3ª edição, iniciada no passado dia 1 de Agosto. Diz que o apoio que foi recebendo ao longo do percurso o levou a criar o Clube VPCR (Volta a Portugal em Cadeira de Rodas):

Os Objectivos do Clube VPCR são responsabilizar a sociedade civil na promoção de estratégias para uma integração efectiva dos deficientes Portugueses e contribuir de forma positiva para a quebra de tabus associados à deficiência. Incentivar à reflexão da sociedade sobre a nossa realidade, contribuindo assim para a redução do estigma, da discriminação e da marginalização das pessoas com deficiências, através do desporto, criando para o efeito a modalidade de Handbike [ou “ciclismo adaptado”, um termo que faz parecer que só quem tem deficiência opta por esta modalidade, o que não é totalmente verdade] em Portugal.

Esta 3ª edição tem estado a contar com alguns percalços, mas nada que desmoralize. Embora tenham chamado a isto “Volta a Portugal em Cadeira de Rodas”, é uma Volta a Portugal em Triciclo, efectiva e legalmente. Trata-se de ciclismo e não de atletismo em cadeira-de-rodas.

VPCR

Um é uma “handcycle” de origem, a outra é uma cadeira-de-rodas “normal” com um kit que a transforma num velocípede («velocípede é o veículo com duas ou mais rodas accionado pelo esforço do próprio condutor por meio de pedais ou dispositivos análogos»).

É excelente esta iniciativa do José Lima, e que haja mais pessoas a acompanhá-lo. Divulgam a causa dos deficientes, e divulgam o handcycling, o que é uma combinação excelente! Por terras lusas, agora assim de repente, só me lembro de ouvir falar de duas outras entidades a promover o handcycling, a ParaSport e a Sportis com os Bike Tours, e em parceria com a CM de Faro.

Força José! 😀

Aha! E entretanto descobri alguém em Portugal, uma empresa com loja em Vila do Conde, a vender disto! 🙂

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Cycle Wild

A missão deste grupo, Cycle Wild, é: «re-conectar as pessoas com a Natureza através da bicicleta». Simples. Fantástico. 🙂

No atarefado mundo urbano de hoje em dia, é fácil esquecer a Natureza – mesmo apesar de ela nos rodear em todos os locais a que vamos. Os nossos horários cheios tornam difícil abrandar, respirar fundo, e lembrarmo-nos de que vivemos num mundo natural. A Cycle Wild pretende reconectar as pessoas com esse mundo, e ajudá-las a compreender as dificuldades, desafios e oportunidades da sua preservação. Fazemos isto agendando e liderando viagens gratuitas de acampamento na Natureza – usando a bicicleta. Simplesmente por viajarmos de bicicleta, o campismo (e a vida) move-se a um passo mais lento. Os ciclistas relaxam, desfrutam do sol e do vento (e às vezes da chuva), e reparam verdadeiramente nas árvores, nas montanhas, nos rios, e na vida selvagem.

[Via]

Acho esta mais uma iniciativa mesmo excelente! E liga temáticas que me são queridas, a bicicleta e a Natureza. Já leram o livro “Last Child in the Woods”, do Richard Louv? Se não, vão ler. 🙂