As bicicletas em madeira estão na moda. 🙂 Já tenho visto uma série de modelos e conceitos. O último foi o de uma bicicleta tandem, dupla, de Jens Eichler (slideshow aqui). Muito bonita, vejam o detalhe das luzes e dos garfos! 🙂
Antes já tinha “tropeçado” nas do Jan Gunneweg, que tem um modelo de estrada, um híbrido e até uma cadeira-de-rodas, entre outros projectos. 🙂
Depois há as Xylon, um projecto desenvolvido em 2005 em Portugal por um professor de design, Nick Taylor, e três alunos. O projecto foi apresentado no 2º Festibike nesse ano, já foi falado em revistas e sites internacionais de renome, e tenho ideia de que já houve uma exposição dos modelos numa loja de bicicletas em Lisboa, embora não possa garantir que isso realmente chegou a ocorrer.
E também há a Jano, um projecto de mestrado de Roland Kaufmann.
Investigação tem mostrado que madeira usada em bicicletas tem a capacidade de absorver choques e ruído da estrada como a fibra de carbono, e tem o sentir e a resposta do aço. Isto aliado a outras características estéticas e não só da madeira, e ao factor de craftsmanship implicado nos trabalhos com este material, confere uma atracção especial por estas obras de arte. 🙂
Dada a historicidade da bicicleta como objecto criado pelo Homem e veículo de transporte, terá sido (e continua a ser) alvo de imensa experimentação no seu desenho e funcionamento. São disso prova alguns documentos de tempos remotos sobre modificações e desenhos inovadores baseados no conceito do veículo movido a pedais. São notórios também os registos vídeo de um passado mais recente que demonstram a criatividade do ser humano ao serviço destes veículos.
Um documentário criado nos anos 70 sobre as invenções dos anos 20 a 50 mostra alguns trechos sobre veículos movidos a pedais, curiosamente tomados como inovadores nos nossos dias. Este documentário, embora não seja exclusivamente sobre veículos movidos a pedal, é um excelente documento sobre a persistência humana no âmbito da inovação, criatividade e procura de soluções para problemas que por vezes ainda não existiam.
Inspirado por um veículo desenhado no século XIX, no ano 1873, em França, um construtor Espanhol (deduzo dado o local onde se encontra actualmente) decidiu construir um veículo movido a pedal, que consiste numa roda gigante, conduzida e pedalada no seu interior.
A criação deste desenho estará relacionada com a necessidade de baixar o centro de gravidade do monociclo mantendo a simplicidade da utilização de apenas uma roda mas reduzindo a dificuldade de equilíbrio existente num monociclo clássico.
Será que a sociedade actual aceita da mesma forma os ‘inventores malucos’ que vão surgindo? Será que agora temos uma atitude ‘patent first – create later’, que acaba por limitar os possíveis criadores de produtos inovadores? Será que o pudor de mostrar ideias e produtos inovadores é maior face ao medo de a ideia seja patenteada por outra empresa?
No RideThisBike foram apresentadas umas imagens e umas fotos de um protótipo de mais uma “bicicleta-mala”, a “Carriable Folding Bike“. Esta parece mais um aspirador 😛 mas é uma ideia interessante na mesma.
Uma das minhas “maiores” preocupações, e penso que será também a de muitos outros, é a roupa a usar quando me desloco de bicicleta. As calças tocam ou prendem-se na corrente e outras partes das bicicletas, quando ando na B’twin fico sempre com os sapatos (principalmente) e as pernas até ao joelho cheios de pintas pretas, penso que serão da borracha dos travões da roda dianteira. Depois há também as questões do efeito “helmet head”, ou a possibilidade de usar saias ou sapatos tipo chinelos ou de saltos altos (not my case :-P). A questão da visibilidade à noite e que acessórios reflectores usar é muito importante. Pessoalmente, detesto usar o colete XXL que comprei a mais quando entrou em vigor a obrigatoriedade de os ter no carro. Pareço o “homem do lixo”. 😛
Isto tudo para dizer que a “moda da bicicleta” para pegar tem que ver “tratadas” as questões mais superficiais, talvez, do estilo. Isso passa por ter opções de vestuário e acessórios que compatibilizem o uso da bicicleta com uma imagem adequada em termos profissionais ou sociais.
Numa scene em que há já muita gente a optar pela bicicleta e a integrá-la na sua vida quotidiana, como em Londres, um evento como o Pret a Rouler(uma brincadeira com o Pret a Porter convencional) surge naturalmente.
Este evento, que teve lugar a 21 de Junho de 2007, em Londres, procurou mostrar talentos inovadores, excepcionais, e as suas propostas de roupa para usar com bicicleta. Uma experiência multimédia e interactiva, e onde os manequins aparecem em ou com bicicletas. 🙂
Segundo a organização, o porquê deste evento prende-se com o facto de Londres ser uma cidade do mundo, e sem dúvida uma cidade com estilo; e no entanto há uma lacuna assinalável de vestuário urbano funcional para o uso com bicicleta que não sacrifique o estilo. Os bicicletistas urbanos entram e saem de situações sociais, ora saltam para a bicicleta ora desmontam dela, ora estão no escritório ora saem, encontram-se com amigos, saem depois do trabalho, etc. Licra, fatos especiais fosforescentes, não servem. “O que vestir” é um problema para o público, e há a ideia de que “andar de bicicleta é óptimo se não tem que se ir para o escritório” implicando que não se pode chegar bem, apresentável, se viajarmos de bicicleta. A organização achou que há uma falha no mercado e nos guarda-roupas e por isso pediu a designers talentosos que desenhassem a sua “roupa de sonho para bicicleta”. Os resultados foram apresentados no Pret a Rouler:
Uma ideia interessante são os tweeds reflectores da Dashing Tweeds. Cá em Portugal duvido que haja gente para vestir isto, mas em londres é capaz de ser simplesmente in. 😉
O fato tem incorporado com a lã uma fibra que, sob iluminação nocturna, brilha, oferecendo uma solução estilosa para o peão ou bicicletista. Fixe, não é? 🙂
E depois há outras ideias mais “arrojadas”, como a tanga reflectora. 😛
Será que um dia o Moda Lisboa terá uma “secção” dedicada à moda a pedal? 😉