Categorias
Human powered Imagens Indústria e Consumidor Lifestyle e Cultura necessidades especiais Notícias Pedelecs e e-bikes Pessoas Publicações e recursos Testes e Reviews Web e outros Media

Morreu a Velo Vision. Viva a Velo Vision!

A revista britânica Velo Vision foi, em 2005/2006, um dos fortes catalisadores para a nossa entrada no mundo da bicicleta como ferramenta de transporte, lazer e diversão.

Num simples conjunto de folhas ilustradas com vívidas fotografias e detalhadas descrições de bicicletas e triciclos menos habituais por Portugal, descobrimos um mundo de veículos movidos a pedal que até ali desconhecíamos.

Peter Eland, criador da revista em 2000, decidiu ao fim de 15 anos e 48 edições, passar o testemunho a outra pessoa. E foi em 2015 que esta passou para as mãos de Howard Yeomans. Howard já tinha escrito vários artigos para edições publicadas por Peter, e publicou nesses últimos 2 anos mais 4 edições.

Foi com tristeza que recebemos há umas semanas o anúncio que a produção da Velo Vision iria terminar.

Embora este fim signifique que o estado atual do mundo das [bi/tri/etc]cicletas utilitárias e fora do comum deixe de ser cristalizado 2 vezes por ano em forma impressa, e que deixaremos de poder ficar em pulgas para ler a reportagem anual com as novidades da SPEZI, temos confiança que outros canais de divulgação ocuparão o lugar deixado pela Velo Vision.

Como gostaríamos de poder contagiar-vos e inspirar-vos tal como nos aconteceu, pedimos ao Howard a possibilidade de partilhar online, gratuitamente, todas as edições da revista em formato digital (PDF). Assim, podem aceder neste arquivo aos 52 números da revista Velo Vision. [Ligação atualizada em 11/20!]

Podemos também anunciar que esperamos conseguir colmatar este ano a falta de reportagem da SPEZI, fazendo-a o mais em direto possível, caso as condições técnicas estejam asseguradas. Por isso, se alguém souber de uma forma de ter um acesso à Internet em roaming, rápido e sem limites muito reduzidos, agradecemos desde já qualquer sugestão.

Por isso, lamentamos que a Velo Vision não continue, mas celebramos a sua existência, e aquilo que proporcionou e proporciona aos seus leitores.

Viva a Velo Vision!

Categorias
Lifestyle e Cultura Tutoriais Videos

A bicicleta é para as 4 estações

Andar de bicicleta no Inverno, em Portugal, não é para todos, é só para quem sabe. Para quem sabe que a bicicleta continua a dar o mesmo gozo, a mesma flexibilidade e a mesma rapidez às nossas deslocações quotidianas. Se é daqueles que arruma a bicicleta mal antecipa os primeiros chuviscos ou sente a temperatura abaixo dos 20 ºC, continue a ler.

Lidar com (e aproveitar) o frio

O frio é um aliado do uso da bicicleta, e a bicicleta é um aliado do combate ao frio. Pedalar mantém-nos quentes, e o frio impede-nos de transpirar sequer. É perfeito!

Ir de bicicleta nos dias frios, em vez de nos enfiarmos dentro de um carro, ajuda-nos a chegar ao destino mais despertos, estimula a nossa imunidade natural, combate a vaso-constrição sanguínea provocada pelas baixas temperaturas, garante-nos algum sol no dia-a-dia (essencial para a vitamina D e para regular o nosso humor) e mantém-nos longe de ambientes propícios ao contágio de gripes e afins. Mantendo-se todas as outras vantagens que já conhecemos e que temos ao pedalar no Verão.

Para a experiência ser positiva é essencial sabermos vestir-nos para a ocasião, e há duas regras:

  1. optar por várias camadas finas em vez de só duas ou três grossas, e
  2. arrancar equipado a pensar não no minuto zero mas no minuto 4 ou 5 em diante.

Com isto conseguimos manter-nos sempre confortáveis no início, durante e após a pedalada, pois é fácil e rápido ajustar as camadas à situação. De resto, particular atenção aos pés, mãos e cabeça – meias quentes (ou camadas delas), luvas oferecem conforto e asseguram que os nossos dedos funcionam como deve ser em caso de necessidade de travagem, e um gorro e/ou um tubular mantêm-nos confortáveis. Para proteger a pele do vento frio, além do tubular, é boa ideia aplicar um creme ou óleo no rosto antes de sair. Da mesma forma, uns óculos aumentam o conforto (evitam o lacrimejar causado pelo vento frio).

Finalmente, em Portugal as temperaturas são bastante amenas, pelo que mesmo no Inverno o frio não nos estraga a experiência (desde que tenhamos tido os cuidados acima referidos).

Aceitar a chuva (sem nos molharmos)

No Inverno a chuva complica todas as formas de transporte, e o maior recurso ao automóvel agrava os congestionamentos. Face ao carro, a bicicleta é muitas vezes porta-a-porta(não andamos a pé com o guarda-chuva), e de tempos de viagem quase constantes (não ficamos presos no congestionamento), tornando-se ainda mais competitiva.

A chuva não impede de chegarmos onde temos que chegar, por vezes mais secos até do que se fôssemos de carro, e a horas. Não há mau tempo, só mau equipamento!

Para estarmos seguros de que chegaremos secos e apresentáveis basta termos equipamento adequado. Na verdade, muitas vezes não o chegamos a usar, basta aguardar 5 minutos e já a chuva parou. Mas para não estarmos dependentes disso e garantirmos fiabilidade à bicicleta como opção principal de transporte, o equipamento – adequado e sempre à mão – é essencial.

A oferta de vestuário é diversificada e as preferências e contextos pessoais levarão a escolhas diferentes de pessoa para pessoa. O que interessa frisar é que há soluções para nos cobrir dos pés à cabeça e proporcionar uma viagem confortável, mantendo-nos impecavelmente secos. Hoje em dia já há oferta de vestuário para a chuva pensado para uma utilização urbana quotidiana, ou seja, mais discretos e com um aspecto de roupa do dia-a-dia, inclusive modelos desenhados especificamente para mulheres.


Georgia In Dublin rainwear collection from 1 minute 40 on Vimeo.

Da mesma forma, há capas impermeáveis para o selim (para não voltarmos para um selim molhado) e sacos para a bicicleta totalmente impermeáveis, mantendo a nossa bagagem seca e segura.

O conselho das várias camadas finas, aplicáveis ao frio, aplicam-se também com chuva. É preferível ter impermeáveis fininhos e ajustar o conforto térmico com as camadas de roupa normal, do que ter um impermeável quente que não dê para regular – começamos a suar e ficamos molhados, mas não da chuva, principalmente se comprámos coisas “não-respiráveis”. Vale a pena investir logo em bom equipamento, sai mais barato!

Finalmente, é normal que leve algum tempo até descobrirmos a combinação ideal para nós. É importante não desistir à primeira e ir experimentando diferentes soluções e diferentes combinações até encontrarmos aquela que funciona para nós.

É importante pendurar os impermeáveis molhados quando chegamos ao destino, não só porque eles não devem ser guardados molhados durante muito tempo, mas também porque os queremos o mais secos possível para quando voltarmos a sair.

E claro, antes de mais, precisamos de “vestir” a bicicleta se ela não veio já equipada: pára-lamas e uma protecção de corrente são essenciais para não nos sujarmos. A escolha de pneus para o Inverno também pode ser diferente.

De notar que a roupa impermeável não nos protege apenas da chuva, também evita que nos molhemos e sujemos com a água salpicada (pelos pneus) e projectada (quando passam por poças de água sem cuidado connosco) pelos automóveis que passam por nós.

Ajustar a condução à chuva

O tempo chuvoso não é, ao contrário do que se poderia pensar, uma altura particularmente perigosa para andar na estrada. Isto é porque a maior parte dos condutores tem noção do risco acrescido e adapta a sua condução de acordo. A grande maioria dos sinistros rodoviários ocorre de dia e com bom tempo porque os riscos são menos óbvios. De qualquer modo, nós próprios devemos ajustar a nossa condução.

Boas luzes são essenciais e recomendam-se mesmo durante o dia quando chove.

É de evitar passar por cima de poças de água, mas se for inevitável, que seja devagar – não sabemos o que a água esconde, e no inverno aparecem buracos de um dia para o outro.

Há que redobrar cautelas perto de elementos escorregadios quando molhados, como tampas de esgoto, tinta das passadeiras, folhas, calçada, etc. Não travar nem curvar em cima deles.

A nossa posição na via de trânsito deve ser, como sempre ou ainda mais, assertiva, circulando no centro da mesma para maximizar a capacidade de:

  1. vermos bem e cedo o piso e o trânsito à nossa frente,
  2. sermos vistos cedo pelos outros condutores e de forma clara,
  3. comunicarmos inequivocamente a necessidade de, a ultrapassarem-nos, o fazerem usando a via adjacente em vez de dividirem connosco aquela em que circulamos, e
  4. mantermos uma bolha de segurança à nossa volta adequada às circnstâncias, que nos dê tempo e espaço de manobra para imprevistos e erros.

Em tempo escuro e molhado há menos contraste visual, e há mais ruído visual devido aos brilhos e reflexos da água. O campo de visão reduz-se para quem conduz um carro e para quem conduz uma bicicleta (mais não seja por causa do capuz do casaco impermeável, por exemplo).

E a velocidade deve ser reduzida para compensar a menor eficiência e segurança na travagem com piso molhado, claro.

Fonte: Braga Ciclável

Moldar um novo hábito

Todos os acessórios de Inverno devem ser mantidos, em permanência, na própria bicicleta (no “saco da tralha fixa”, onde incluímos os cadeados, por exemplo), ou logo ao lado dela. Tudo sempre à vista e à mão, num só local, fixo. Assim, sair de casa não envolve perder tempo e energia a pensar no que levar ou onde estão as coisas.

Um truque para começar é adoptar a estratégia dos mini-hábitos. Começar devagar, com coisas pequenas, que não intimidem, e ir progredindo lentamente. Nas primeiras vezes se calhar só vestimos o equipamento mas nem chegamos a sair de casa. Depois começamos a sair em pequenas deslocações em tempo frio e seco, depois experimentamos com chuviscos, e por aí fora, até sair mesmo para debaixo de uma carga de água ser perfeitamente automático.

Quem anda à chuva molha-se

Às vezes, raramente, esquecemo-nos do equipamento e molha-mo-nos um bocado (ou muito, numa daquelas cargas de água a sério). Mas é só água. O banho quente quando chegarmos a casa vai saber-nos muito melhor que nos outros dias. E o gozo de andar à chuva e sentir as pingas no rosto e já não nos importarmos com nada, e rirmo-nos como quando éramos miúdos, tudo a rolar numa bicicleta… bom, isso não tem preço, nem igual.

Este texto, ou uma ligeira adaptação dele, foi publicado originalmente no Diário de Aveiro, a convite da Ciclaveiro.


Como podemos ajudar?

Na loja (no armazém em Marvila) temos em stock (e encomendamos) artigos para a chuva da Georgia in Dublin (eu uso as Leggits e a Rainwrap), da Agu (eu uso este casaco porque fica bem em diferentes contextos não-ciclísticos, e quando chove a sério uso este com as Leggits e Rainwrap; o Bruno usa calças, casacos e capas para sapatos tudo da Agu), e da RainMates. E usamos luvas impermeáveis da SealSkinz.

Na bicicleta uso alforges, mala de ombro e top bag tudo da Ortlieb – nunca me preocupo com chuva, pode cair uma carga de água monumental que as coisas mantêm-se secas no interior. Ortlieb é Ortlieb! Temos alforges e afins deles em stock na loja, e encomendamos o que não tivermos.

Luzes: o Bruno instala luzes e dínamos na oficina.

Bike skills: é na escola de bicicleta, claro.

Vá lá, não restam desculpas. E a cena fixe é que, andar de bicicleta no Inverno é espectacular, depois de se experimentar e atinar com estes detalhes, não se quer outra coisa. 😉

Categorias
Crianças e Famílias Eventos Iniciativas Lifestyle e Cultura Notícias CaP Oportunidades turismo Viagens e Aventuras

Agora também passeios & microviagens

É isso mesmo, desde Outubro deste ano que promovemos passeios de bicicleta semanais. A ideia é haver mensalmente um mix de passeios e microviagens para diferentes públicos.

Estão pensados para servir primeiro e fundamentalmente os principiantes e as famílias com crianças, mas não nos ficamos por aqui (até porque não se fica principiante para sempre!).

Queremos passeios para conhecer a cidade, para ligar bocados que nunca ligámos, para conhecer e conviver com outros adeptos da mobilidade em bicicleta, e queremos sair da cidade, explorar o resto do país, que tem tantos sítios bonitos por onde pedalar. 🙂

Vamos conhecer parques e jardins, ciclovias e ecovias, novas rotas, e pontos interessantes (desde miradouros, museus, lojas, cafés e restaurantes, exposições, galerias, etc, etc). 

Não são passeios desportivos, são passeios turísticos / culturais! Não é preciso roupa diferente da casual do dia-a-dia, nem equipamento especial nem bicicletas racing. E por ser em grupo, acomodam pessoas com níveis de experiência e habilidade na bicicleta abaixo do que seria recomendado se fossem sozinhas. São uma espécie de Massa Crítica mas sem a carga política e activista.

E para lançar a ideia e ensaiar o modelo, até Março de 2017 os passeios são de acesso gratuito, e abertos mesmo a não membros da Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal, basta registar-se na página de cada um (para permitir comunicar o que for preciso!). É de aproveitar! 🙂

Como saber que passeios vamos ter em cada mês? O mais simples é subscrever a nossa nova newsletter, claro. Esta newsletter tem uma regularidade mensal e serve para divulgar eventos, promoções e novidades variadas, avisar de alterações de horários ou moradas, e partilhar a agenda de eventos da Escola de Bicicleta (passeios, workshops, etc).




 

Se o email não é a sua praia, basta ir prestando muita atenção à nossa página no Eventbrite ou no Facebook

Já agora, não perca o último passeio de 2016, previsto para o próximo domingo dia 18, em que vamos pedalar no meio da natureza entre Alverca e a Póvoa! Registe-se, e depois faça figas connosco para que esteja novamente um lindo dia de sol. Esperamos por si! 🙂

Categorias
Crianças e Famílias Produtos CaP

Levar crianças na bicicleta: bicicletas-atrelado

Este artigo faz parte de uma série sobre as “10 soluções para levar crianças na bicicleta“. Outros textos desta série:

Numa bicicleta convencional podemos transportar uma ou duas crianças atrás de nós, e atrás da nossa bicicleta, recorrendo a semi-bicicletas atreladas (conhecidas por bicicletas-atrelado, trailer-bikes e tag-along’s), próprias para crianças, cujos Prós & Contras (face às outras opções aqui listadas) passarei a descrever de seguida.

Este artigo é um excerto e adaptação disto.

2.3. BICICLETAS-ATRELADO| 2 aos 9 anos, máx. 36 Kg | 1 a 2 crianças

As bicicletas-atrelado permitem transportar 1 a 2 crianças dos 2 aos 9 anos de idade, máx. 36 Kg, e os preços [dos nossos modelos] começam nos 300 €.

17-Captura de ecrã total 16062015 1739152

Esta solução é efectivamente um tandem articulado facilmente dobrável ou desmontável em que a criança pode pedalar (de forma independente do pai ou mãe) e ajudar, ou deixar-se ir à boleia quando está cansada.

PRÓS

  • permite transportar crianças dos 4 (2, no caso do Weehoo) aos 10 anos (máx. 32 Kg – 36 Kg no caso do Weehoo)
  • um dos modelos permite transportar 2 crianças
  • a criança não é um passageiro passivo, exercita-se, e contribui para o esforço de locomoção do conjunto
  • é mais fácil para a criança montar e desmontar da bicicleta e o peso dela fica mais baixo do que num tandem convencional
  • este sistema permite à criança “andar de bicicleta” por todo o lado, com os pais, sem preocupações com a sua maturidade para lidar com o ambiente rodoviário e o trânsito automóvel
  • se a criança estiver cansada pode não pedalar, e se pedalar pode usar as mudanças de forma independente do adulto
  • a bicicleta-atrelado pode ser facilmente desengatada e guardada
  • podem usar-se alforges no porta-abagagem traseiro da bicicleta rebocadora (e também na bicicleta-atrelado)
  • o modelo da Roland permite ainda usar um cesto ou uma cadeira de criança no porta-bagagem da bicicleta rebocadora
  • é possível também engatar um atrelado de crianças ou bagagem, à roda de alguns modelos de bicicleta-atrelado, aumentando a capacidade de transporte de todo o conjunto (ver este exemplo)
  • é fácil “dobrar” o conjunto, arrumando ambas as bicicletas lado-a-lado, o que simplifica estacioná-las e prendê-las em parques de estacionamento para bicicletas
  • um dos modelos tem suspensão, para maior conforto das crianças em percursos fora de estrada
  • pelo nosso Código da Estrada, é permitido circular de bicicleta com um atrelado destes nas ciclovias (pistas para velocípedes), uma vez que a largura dos mesmos não excede 1 m

CONTRAS

  • a(s) criança(s) seguem algo afastadas do condutor, sendo difícil supervisioná-las sem recorrer a um espelho retrovisor
  • comunicar eficazmente com as crianças é mais difícil que numa cadeira – estão mais afastadas, mas mais fácil que num atrelado de passageiros – estão mais próximas, elevadas e descobertas
  • a bicicleta torna-se um veículo articulado, mais longo, e é fácil oscilar com os movimentos da criança -afecta a manobrabilidade
  • investimento elevado
  • pelo nosso Código da Estrada, conduzir à mão uma bicicleta com um atrelado destes não é equiparado ao trânsito de peões, ao contrário de uma bicicleta sem atrelado
  • não dá para desengatar o atrelado e a criança andar de forma independente (a não ser, no caso dos modelos da Burley / Tout Terrain, que se compre o kit que torna o atrelado numa bicicleta normal – PVP 210 € / 500 €)

Uma alternativa às bicicletas-atrelado é o kit abaixo:

2.3.1. FollowMe Tandem | 3 aos 9 anos, máx. 35 Kg

Este kit serve para permitir a uma bicicleta de adulto (rodas 26″ a 29″) rebocar uma bicicleta de criança (rodas 12″ a 20″), transformando o conjunto num tandem articulado, desmontável. Dá para crianças dos 3 aos 9 anos (45 Kg máx. de bicicleta + criança).

18-Captura de ecrã total 16062015 1739182

 

PRÓS

Genericamente, os mesmos das bicicletas-atrelado. Mas:

  • quando as condições são favoráveis, a criança pode andar sozinha, de forma independente, na sua bicicleta, bastando desengatá-la do kit
  • pode ser facilmente conjugado com alforges, cadeiras traseiras ou cestos na bicicleta rebocadora
  • pode ser usado com diferentes bicicletas de criança, de diferentes tamanhos e tipos
  • investimento relativamente baixo

CONTRAS

Genericamente, os mesmos das bicicletas-atrelado. Mas:

  • kit é relativamente pesado, adiciona mais de 4 Kg à bicicleta rebocadora
  • ao passar por pequenos lancis ou rampas, o kit pode raspar no chão

É importante averiguar o melhor possível, previamente, a compatibilidade de instalação e – muito importante – de uso de qualquer uma destas opções, com o trinómio bicicleta + condutor + contexto, pois isso determinará quão segura, prática e confortável será a solução adoptada.

Categorias
Crianças e Famílias Produtos CaP

Levar crianças na bicicleta: atrelados de passageiros

Este artigo faz parte de uma série sobre as “10 soluções para levar crianças na bicicleta“. Outros textos desta série:

Numa bicicleta convencional podemos transportar uma ou duas crianças atrás de nós, e atrás da nossa bicicleta, recorrendo a atrelados próprios para crianças, cujos Prós & Contras (face às outras opções aqui listadas) passarei a descrever de seguida.

Este artigo é um excerto e adaptação disto.

2.2. ATRELADOS DE PASSAGEIROS| 1 mês aos 6 anos, máx. 45 Kg | 1 a 2 crianças

Estes atrelados servem para transportar crianças desde as 4 semanas de idade (com acessórios próprios) até aos 5-6 anos (suportam entre 30 Kg e 45 Kg de carga máxima, dependendo do modelo). [Os nossos modelos] começam nos 420 €.

Há atrelados para 1 ou 2 crianças, com kits de conversão para jogging, carrinho-de-bebé e outras actividades, com suspensão, com 2 rodas e com 1 roda, etc.

11-Captura de ecrã total 16062015 173907

PRÓS

  • podem ser usados com qualquer bicicleta
  • facilmente se mudam de uma bicicleta para outra (desde que tenham ambas o engate próprio)
  • [alguns modelos] trazem incluídos ou têm como opções extra kits adicionais para os converter em carrinhos de passeio, de jogging, para esquiar, etc, tornando-os bastante multifuncionais
  • dobram-se para facilitar a arrumação e o transporte
  • dão para os primeiros 5-6 anos da criança, e desde o 2º mês de vida (alguns modelos, com acessórios próprios)
  • boa capacidade de carga (crianças & bagagem) – até 45 Kg (25 Kg no caso do Singletrailer)
  • quando não está a transportar crianças, pode ser usado para transportar carga (alguns até rebatem os assentos para isto)
  • protegem as crianças dos elementos – alguns são impermeáveis ou têm capotas como acessório
  • permitem às crianças dormir confortavelmente
  • não afectam o equilíbrio e direcção da bicicleta
  • se a bicicleta tombar, o atrelado mantém-se de pé (excepto no caso do Singletrailer)
  • os atrelados de boa qualidade têm uma “rolling cage”, ou seja, uma estrutura tipo gaiola que protege os passageiros em caso de colisão, ou capotamento do atrelado
  • permitem à criança manter ao pé de si comida, bebida, brinquedos, etc
  • alguns modelos têm 2 lugares, permitindo transportar 2 crianças, que podem conversar e brincar
  • oferecem capacidade de carga adicional
  • são estáveis e permitem colocar e retirar com facilidade as crianças do seu interior
  • dado o seu volume, aumentam a visibilidade do conjunto na estrada e facilitam a ocupação da via de trânsito
  • alguns modelos têm suspensão, para maior conforto das crianças

CONTRAS

  • mesmo dobrados, são pesados e volumosos
  • a(s) criança(s) seguem algo afastadas do condutor, sendo difícil supervisioná-las
  • não é possível manter uma conversa ou comunicar eficazmente com as crianças
  • estão mais expostas à projecção de água e detritos da roda traseira da bicicleta rebocadora
  • alguns modelos têm pouca ventilação, o que os torna abafados em tempo quente
  • a bicicleta torna-se um veículo articulado, mais longo e mais largo, o que afecta a sua manobrabilidade
  • investimento elevado
  • alguns modelos têm 2 lugares, permitindo transportar 2 crianças, que podem começar às turras (e o condutor nem sempre se apercebe logo / não pode intervir facilmente
  • aumenta drasticamente o atrito da bicicleta, aerodinâmico e de rolamento (2 rodas adicionais) – pode ser inviável para algumas combinações de percurso, bicicleta & condutor
  • pelo nosso Código da Estrada, conduzir à mão uma bicicleta com um atrelado destes não é equiparado ao trânsito de peões, ao contrário de uma bicicleta sem atrelado
  • pelo nosso Código da Estrada, é proibido circular de bicicleta com um atrelado destes nas ciclovias (pistas para velocípedes), salvo se a largura dos mesmos não exceder 1 m – mas muitos excedem…

É importante averiguar o melhor possível, previamente, a compatibilidade de instalação e – muito importante – de uso de uma destas opções, com o trinómio bicicleta + condutor + contexto, pois isso determinará quão segura, prática e confortável será a solução adoptada.