Eu conhecia o Bike Polo, agora jogar “futebol” em cima de bicicleta – Cycle Ball (vs. o Foot Ball) e, efectivamente, COM as bicicletas, é muuuuuuuito à frente. Parece-me tão difícil que nem consigo conceber como é que alguém se lembrou disto! 😛
A oficina de bicicletas do Mestre Augusto fica na Chamusca numa rua histórica onde trabalharam há muitos anos alguns dos maiores Mestres da terra na arte do ferro, da ourivesaria e do comércio puro e duro do vinho, das fazendas e da mercearia. Hoje já todos passaram à história. Depois de morrerem os homens, transformaram-se os edifícios e adaptaram-se a outras áreas de negócio ou pura e simplesmente fecharam portas.
No número 42 da Rua Câmara Pestana, a oficina de bicicletas do Mestre Augusto continua a ser um local de trabalho diário. Lá tudo ainda é como há meio século atrás. O trabalho pode ser feito na hora, ninguém precisa de pagar adiantado, os preços do serviço prestado estão ao nível do que se praticava no tempo da outra senhora e o atendimento é feito à porta, já que o espaço da oficina mal dá para o Mestre pendurar duas bicicletas ao mesmo tempo.
Quem passa todos os dias na Rua Câmara Pestana nem dá pela presença do Mestre Augusto, enfiado naquele rectângulo de um rés-do-chão de uma casa igualmente quase centenária. O Mestre Augusto tem 86 anos e todos os dias cumpre rigorosamente um horário de trabalho normal, com o espírito de quem está a iniciar um negócio e precisa de ser útil à sociedade e de satisfazer o cliente para que ele volte da próxima vez.
Um dia destes, na deslocação que faz de casa para o trabalho e do trabalho para casa, montado numa velha pasteleira, alguém se descuidou e abriu a porta do carro já estacionado precisamente no momento em que o Mestre Augusto pedalava a caminho da oficina. Deu um trambolhão de se lhe tirar o chapéu e temeu-se o pior. Mas as mazelas de uma queda aparatosa de um homem de 86 anos podem parecer cenas de um filme de Manuel de Oliveira se observadas à luz do destino e da arte de viver com as raízes bem presas ao chão. Como os ossos não se partiram o Mestre Augusto assim como caiu se levantou, e quanto a ferimentos não há nada que o mercúrio e as sulfamidas não resolvam num corpo habituado aos rigores do trabalho de uma oficina.
É muito normal vê-lo a trabalhar quase às escuras ao fim da tarde porque ainda guarda o velho hábito de poupar na luz eléctrica. Quem for bom observador vai reparar que àquela porta ainda se concentra muita gente a falar da vidinha e das novidades da vila.
Quer saber quem foi o último riquinho da terra a passar um cheque sem cobertura? O último caçador a errar o alvo? O último pescador a cair ao rio com o peso da cana de pesca? O ultimo barbudo a empenhar as barbas? O último careca a perder o capuchinho? Então devolva a bicicleta à sua vida e ganha o direito de partilhar a oficina de um dos últimos Mestres da Terra Branca na arte de trabalhar… para aquecer.
Fonte: O Mirante, artigo de JAE
Aqui em Porto Salvo também há uma oficina assim, minúscula e antiga. Bom, o mecânico não tem ainda sequer perto de 86 anos, mas já me afinava os travões e as mudanças de borla quando eu era miúda (e ainda me enchia os pneus de vez em quando), por isso a oficina já existe pelo menos há 15-20 anos. Este tipo de oficina de bairro (e sem estar associada a uma loja de bicicletas) já é uma raridade… 🙁
Quando: amanhã, domingo dia 13 de Janeiro de 2008, a partir das 16h e pela tarde/noite dentro
Onde: Centro Social da Mouraria (um projecto criado e dinamizado pelo GAIA), no Grupo Desportivo da Mouraria, Travessa da Nazaré, 21, 1º, Lisboa (Metro: Martim Moniz)
Quem vai: pessoas interessadas e/ou envolvidas na temática da mobilidade sustentável, nomeadamente baseada na bicicleta, participantes e activistas da Massa Crítica.
Objectivos: é um encontro informal pensado para as pessoas se conhecerem e conviverem um pouco fora dos canais da internet e dos encontros da Massa Crítica, não há agenda de trabalhos, mas aqui fica uma lista de possibilidades:
- Massa Crítica
- discutir e definir estratégias para promovê-la em Lisboa (durante os eventos e previamente aos mesmos – media)
- escolher temas para as restantes Bicicletadas de 2008
- conversar sobre o melhoramento do site
- distribuição de panfletos e cartazes e/ou preparação dos mesmos no local (trazer material como stencils, sprays, etc)
Código da Estrada
Estudar as possibilidades e discutir as estratégias para tornar isto (ver o ponto 2) numa oportunidade para reivindicar isto. Discutir outras alterações relevantes ao Código da Estrada a reivindicar.
Terceira Travessia sobre o Tejo
Discutir ideias e estratégias para fazer lobby para que se planeie e execute este novo acesso para ser inclusivo com os modos suaves: a pé e bicicleta (via partilhada peões/bicicletas, segregada das vias rodo- e ferroviárias).
Pelas 20h-21h haverá jantar vegano, sendo que a contribuição para o mesmo fica em 2 € (“inscrições” com o Luís Ayres: 965686507 que, a propósito também aceita ajuda na preparação do jantar).
Se o estado do tempo for favorável a nós irmos de bicicleta e se as conseguirmos levar para dentro do Centro Social, haverá ainda smoothies a pedal 🙂 (contribuição por definir).
Há equipamento disponível para assistir a alguns vídeos / filmes / documentários sobre temas relacionados com a bicicleta (Massa Crítica, cultura, planeamento urbano, etc), ver apresentações, fotos,… Nós levamos alguns vídeos. Quem quiser que leve também as suas sugestões numa pen ou assim. 🙂
Vi um pequeno documentário sobre isto há tempos na televisão. Aqui fica o trailer. 🙂
Esta rapariga inventou uma máquina de lavar roupa a pedal. Não é eléctrica, pelo que poupa dinheiro à família, mas é mais cómoda do que a lavagem manual tradicional. 🙂
Há outros conceitos, a Cyclean é apenas um deles.
Dia 20 de Janeiro (domingo), um passeio / manifestação / protesto pacífico para mostrar a indignação dos ciclistas profissionais e amadores pela falta de civismo e de responsabilidade (e responsabilização?) dos condutores de veículos automóveis nas estradas do país. Participação livre, iniciativa por parte de um cidadão (nenhuma entidade organiza).
O percurso sugerido é o seguinte:
Inicio 11h30 no Parque das Nações (debaixo da Pala do Pavilhão de Portugal)
Alameda dos Oceanos
Rua Cintura do Porto
Av. Infante D. Henrique
Praça do Comércio
Rossio
Restauradores
Av. Da Liberdade
Marquês de Pombal
Av. Fontes Pereira de Melo
Saldanha
Percurso inverso até à Praça do Comércio onde termina a iniciativaDistância aproximada de 15 Km
Duração aproximada de 45min-1h
Velocidade média estimada dos participantes 15-20 Km/h
Citando (ver discussão aqui):
«Exma. Senhora Governadora Civil de Lisboa,
No passado dia 6 de Janeiro de 2008 tomei a iniciativa pessoal, de promover um passeio/protesto/manifestação de bicicleta na marginal de Cascais, que contou com o apoio da respectiva Câmara e da PSP. A iniciativa teve cobertura pelos órgãos de comunicação social nomeadamente pela TVI, Jornal de Noticias, Correio da Manhã, Agência Lusa entre outros.
O objectivo desta iniciativa que agora pretendemos estender à cidade de Lisboa no próximo dia 20 de Janeiro de 2008 às 11h30, tem como objectivo expressar de uma forma pacífica a nossa indignação contra o recorrente número de acidentes que envolvem as viaturas que circulam de forma irresponsável e impune pelas nossas estradas, e os ciclistas quer de lazer, quer de alta competição que exercem o seu direito de ir e vir em segurança nas estradas, e de sensibilizar os motoristas.
Abaixo transcrevo na íntegra a notícia que saiu no Jornal de Noticias e que explica o motivo e origem da iniciativa;
………………………………………………………………………
Cerca de cem pessoas, incluindo atletas de alta competição, participaram ontem, na Avenida Marginal de Cascais, num passeio de bicicleta destinado a reivindicar o “direito à estrada” dos ciclistas, vítimas frequentes de atropelamentos. Apoiado pela Federação Triatlo de Portugal e pela Câmara, o “Encontro pela Segurança” foi a forma encontrada por Paulo Passos Leite, munícipe e praticante da modalidade, de mostrar a “indignação” de profissionais e amadores pelo acidente que deixou Marcelino Nunes em coma. O triatleta do Clube de Futebol Andorinha foi atropelado no passado dia 1 de Dezembro, durante um treino de ciclismo em Santana, na Madeira.“O atropelamento deveu-se, como quase sempre, à falta de respeito e civismo e foi isso que me motivou a fazer este protesto. Não tinha expectativas em relação ao número de participantes, mas temos sempre esperança que cause algum impacto junto do público”, afirmou Paulo Leite durante a concentração, junto ao recinto da Feira de Carcavelos.
À voz de Paulo Leite juntaram-se, entre outras, as de Sérgio Marques, atleta de referência no triatlo de longa distância a nível nacional e internacional, Anais Moniz, campeã mundial de triatlo júnior em 2006, e Sónia Lopes, vencedora de diversas maratonas de BTT, que trocou os treinos na Marginal pelas estradas da Arrábida após “vários sustos”.
Em 2006, na véspera da uma competição nacional, a atleta foi atropelada por uma viatura conduzida por um ex-ciclista. “A Marginal é um dos melhores locais para treinar, porque o nosso treino exige ‘fazer estrada’, mas é também muito perigoso. Os carros circulam em excesso de velocidade e passam os sinais vermelhos”, explicou à Lusa após o passeio, que durou cerca de uma hora.
………………………………………………………………………Mais informamos V. Exa., que a iniciativa que pretendemos levar a cabo no próximo dia 20 de Janeiro em Lisboa, será acompanhada em simultâneo por outra iniciativa na Madeira, e que esperamos seja seguida por iniciativas semelhantes em todo o País.
A bicicleta é hoje em dia no mundo inteiro não só um “instrumento” de lazer e exercício físico, mas um meio de transporte cujos benefícios do ponto de vista de saúde, transito e poluição para os cidadãos e cidade são por demais evidentes.
Em função dos e-mails recebidos a propósito da iniciativa e palavras de encorajamento para dar continuidade, estimo a presença de cerca de 500 participantes, de todas as faixas etárias.
Face ao exposto, solicitamos o apoio de V. Exa., à iniciativa e aproveitamos a oportunidade para estender o convite a V. Exa., de se juntar ao passeio/protesto/manifestação de bicicleta.
Segue em anexo o trajecto que pretendemos fazer numa duração prevista de cerca de 1 hora.
Para qualquer esclarecimento ou informação adicional, estou ao inteiro dispor de V. Exa., através dos seguintes contactos:
Telemóvel: 963 855 805
Tel/fax: 21 296 0908
E-mail:Com os melhores cumprimentos.
Paulo Passos Leite»