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Live blogging! Directamente da Cordoaria Nacional ;-P

Primeiro dia da Portugal Verde. Dia da conferência do BCSD. Muita gente importante. E alguns carros importantes estacionados no passeio e no relvado.

Novidades da Cenas a Pedal nesta feira: primeira apresentação pública da Xtracycle e do AirZound. Anúncio do novo serviço da Cenas a Pedal, que entrará em funcionamento dentro das próximas semanas:

Sobre isto, será apresentada mais informação durante os próximos dias, aqui no site. E sim, isto é “being part of the solution“. 😉

Tinha expectativa de encontrar cá mais veículos “alternativos”, mas parece que somos só nós e os nossos pedal powered vehicles. Ai o peso da responsabilidade. 😛

Agora estou aqui com um problema técnico com uma API do Flickr que me impede de uploadar fotos, pelo que as partes giras terão que ficar para amanhã. 😉

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Estamos de volta

SPEZI - we're closeFoi muito bom, mas o regresso ao (nosso) mundo real é inevitável. Por um lado é frustrante, por outro deu-nos mais uma injecção de energia para continuarmos a trabalhar na divulgação, educação e promoção das cenas a pedal por terras lusas, para um dia todos podermos usufruir daquilo, daquelas experiências, cultura, estilo de vida, daquele prazer. 😉

A SPEZI teve a sua primeira edição em 1996, contando então com 1 pavilhão, 22 expositores e 1800 visitantes. A do ano passado, 2007, já teve 3 pavilhões, 90 expositores e 8000 visitantes. Aguardamos pelas estatísticas da 13ª edição, a deste ano, 2008. Este evento (dirigido ao público, não é uma feira profissional) surgiu da iniciativa da equipa da loja de bicicletas especiais Haasies Radschlag (localizada no centro de Germersheim, na Alemanha). “Rad Schlag” significa, aparentemente, algo como “pancada das bicicletas”, e adequa-se perfeitamente. 😉

Haasies Rad Schlag - SPEZI organizers' special bike shop Rad Schlag - SPEZI organizers' special bike shop

Esta feira inclui:

Três pavilhões com diversos expositores: fabricantes, importadores, lojas, associações, etc, onde podemos encontrar bicicletas e triciclos para touring, commuting, desporto ou simplesmente lazer, dobráveis e não dobráveis, reclinadas ou convencionais, acessórios, velomobiles, bicicletas e triciclos para pessoas com necessidades especiais, bicicletas para transporte de carga, tandems, informação sobre programas de férias em bicicleta, etc. Por vezes um expositor pode deixar-nos levar um veículo lá para fora para experimentarmos (eu fiz isso com umas duas bicicletas – mas presumo que a facilidade seja mais para “traders” do que para o público geral). Ex.: stand da KMX Karts, já com os novos modelos em exposição:

At the KMX Karts' booth At the KMX Karts' booth

Uma zona de test rides (muito concorrida) no exterior, onde temos 20 minutos (de cada vez, podemos repetir, basta voltar para a fila) para experimentar o que nos apetecer de um grupo vasto de bicicletas, triciclos e tandems “especiais”. As crianças também têm uma zona para test rides só para elas.

Test track Test track

Também no exterior havia vários expositores, uns oficiais (marcas/lojas estabelecidas), outros mais informais, de inventores que usam a feira para apresentar o seu novo produto (por vezes um protótipo) e testar as reacções. Logo ao aproximarmo-nos da entrada da feira passámos por isto:

New contraption for carrying kids and cargo by bike New contraption for carrying kids and cargo by bike

Presumo que a vantagem seja poder levar a criança mais “protegida” e mais perto do chão (baixando o centro de gravidade), mas desconheço o conforto que aquilo poderá oferecer.

Pudémos falar com o Nicolas Abouchaar, que veio do Líbano para apresentar na SPEZI (informalmente) a sua invenção, um triciclo para crianças. A ideia era conceber um triciclo em que os miúdos não tivessem que passar a perna por cima para se montarem nele. Outras vantagens rapidamente descobertas foram o potencial publicitário e o “dar boleias”.

Kid's trike, an invention from Nicolas (Lebanon) Kids quickly come up with unpredicted uses for stuff

Ele prevê ter o triciclo em produção no Verão deste ano, e está à procura de parceiros comerciais, pelo que contactos são bem-vindos (phoenus @ gmx . de).

Esta zona exterior está cheia de bicicletas estacionadas por todo o lado, pertencentes aos visitantes e a alguns dos expositores. Por exemplo, vimos uma Mobiky lá que fiquei a saber que pertence ao dono da ManyBells. 🙂

ManyBells' owner's Mobiky parked outside

Também vimos uma Xtracycle, uma outra longtail de que também já falei num post anterior, a Yuba Mundo, ambas ali em nome dos distribuidores alemães.

An Xtracycle The Yuba Mundo

Também vi este veículo que parece um mix de máquina de step e nordic walking móvel…

I wonder what that is...

Esta área central de livre-acesso é ponto de encontro de interessados e entusiastas que se deslocam à feira com os seus veículos para partilhar experiências, conviver com pessoas com os mesmos interesses and spread the love. :-). Dá para fazermos test rides de muitas cenas a pedal. 😉 Vêem-se coisas mais clássicas no meio de outras mais sofisticadas, como esta Penny Farthing rodeada de velomobiles:

Penny Farthing amongst velomobiles Hmmm...

O Bruno chegou a experimentar um velomobile, embora não exactamente aquele que ele quer para ele. 😉 [Vídeo por editar.]

Bruno checking out a velomobile

No domingo ao início da tarde houve a tradicional corrida de trikes.

Trike race Trike race

Depois o espaço foi ocupado com insufláveis e trampolins para entretenimento dos mais pequenos.

Também houve conferências, mas nós focámo-nos em ver e experimentar o máximo de veículos, e deixar o blá blá blá para segundo plano; há que definir prioridades, after all. 😛

Após a corrida de trikes o Bruno pôde experimentar o KMX Typhoon e o Cobra, ambos equipados com um kit de assistência eléctrica BionX. It took his recumbent grin to a whole new level. 😛

Bruno and Alan talking about the Typhoon with Bionx Bruno preparing for another ride

O Peter Eland, da revista Velovision, também deu uma voltinha, e terminou testando o power do Cobra a subir e descer uns degraus. Aquilo é um camião, pá. 😛

Peter Eland from Velovision preparing to ride the BionXed Cobra up a flight of stairs Peter Eland riding up some steps

Foi uma experiência muito boa para nós, enriquecedora, divertida. Foi bom conhecer pessoalmente e conversar com algumas das pessoas com quem trabalhamos, outras que nos habituámos a “seguir”, como o Peter, outras que não conhecíamos, como o James McGurn, que é o autor de um livro que comprámos na feira, e que ele nos autografou e tudo, e outros… 🙂 Foi mesmo 5 estrelas.

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Cenas de uma tarde de sol, sobre rodas

No sábado esteve um belíssimo dia de sol no Jamor, até apanhámos um escaldãozito na cara, esquecemo-nos de ir preparados com protector solar. :-/ Muitas famílias, muito pessoal do BTT, muitos atletas de hóquei (o torneio que estava a decorrer) e de canoagem, logo ali ao pé.

Campo de jogo Rotunda

No nosso spot tínhamos 4 karts KMX e, como sempre, foram muito procurados. 😀

Talking Trânsito

O spotÉ giro, até os adultos ficam com aquele ar de criança que descobriu uma nova brincadeira, o “recumbent grin“, eheheh! Também divulgámos a Mobiky e a Xtracycle junto de alguns interessados. Um senhor até a experimentou, equipada com Wideloaders, carregada com umas caixas cheias de papel, e a filha sentada atrás, no Snapdeck, a apanhar boleia. Muito fixe. 🙂

Test drive da Xtracycle Test drive da Xtracycle

À boleia
Como há meninos pequeninos que querem andar mas ainda não chegam aos pedais num K, uma solução comum é a criança andar à boleia de um adulto. 🙂 Tem funcionado bem, os miúdos adoram e só nesta tarde devemos ter tido uns 6 casos destes. Ainda não pude confirmar, mas espero que um dos novos modelos da KMX para 2008, o Storm, dê para crianças mais pequenas que os 6 anos do actual K.

Todos os outros fazem corridas, slaloms, etc. Para cá e para lá, na “pista”:

Os KMX têm sempre uma procura louca, eheheh A "pista"

Também foi bom receber a visita de alguns amigos, que foram aproveitar para ver e experimentar as nossas “máquinas”, e conversar um bocadinho, no meio da agitação. 🙂

Mais tarde vem um videozito, está em edição. 😉

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O boom das longtails

Aqui fica, finalmente, uma introdução ao conceito das longtails, que procuramos divulgar e promover em Portugal com a Xtracycle.

O que é uma bicicleta longtail?

Basicamente, é uma bicicleta com uma traseira alongada graças a uma maior distância entre eixos – ‘longtail‘ significa ‘cauda longa’; as rodas estão afastadas mais 40 cm (aproximadamente) do que numa bicicleta normal. Do ponto de vista do aspecto exterior, as longtails serão as station wagons das bicicletas.

Que consequências tem a maior distância entre eixos?

Bom, várias, e interligadas:

  • O centro de gravidade altera-se. Numa bicicleta normal o peso do utilizador distribui-se desigualmente pelas duas rodas, sendo a de trás a que suporta mais peso. Numa longtail o peso do utilizador é distribuído pelas duas rodas de forma mais equitativa. Resultado: a roda de trás fica mais aliviada e a da frente passa a suportar mais peso do que antes.
  • A direcção fica mais pesada – houve transferência de peso para a frente.
  • A bicicleta ganha estabilidade. É mais fácil conduzir sem as mãos no guiador, por exemplo.
  • Há um efeito de suspensão intrínseco à nova geometria, as lombas deixam de ser um desconforto, por exemplo; há um amortecimento natural das irregularidades do terreno.
  • A roda traseira perde alguma tracção (com a bicicleta sem carga) – houve transferência de peso desta para a da frente. Isto pode levar a que a roda derrape um pouco quando se começa a pedalar em pé a partir de um estado estacionário. No entanto…
  • A maior distância entre eixos faz com que a roda traseira da bicicleta não “fuja” para os lados se derrapar um pouco. Isto torna as longtails boas para zonas com neve.
  • Torna-se difícil ou mesmo impossível saltar com a bicicleta (bunny hops).
  • A brecagem aumenta, sendo necessário mais espaço para curvar.
  • Consegue-se fazer subidas mais inclinadas sem o risco de a bicicleta ameaçar virar-se por a roda da frente começar a levantar.

Para que serve uma longtail?

Para aumentar muito significativamente a capacidade de carga de uma bicicleta, sem perder o aspecto e as características de condução de uma bicicleta tradicional.

Para ideias do que transportar numa Xtracycle, por exemplo, visite esta página.

Dependendo do modelo, dá para transportar passageiros como em qualquer outra bicicleta, crianças em cadeirinhas próprias à frente ou atrás, até bicicletas e reboques atrelados. No entanto, uma longtail também dá para transportar passageiros adultos sobre a roda traseira, ou levar mais crianças de uma só vez, ou levar carga e passageiros tudo ao mesmo tempo. 🙂


Fotos: Todd Fahrner

Pessoalmente, apaixonei-me por este conceito quando vi isto:

Nessa altura ainda nem sonhava com a Cenas a Pedal, mas já sabia que queria isto, este lifestyle. ‘Cheers” to work on making dreams come true. 😉

Quem inventou, onde surgiu este conceito?

História recente, porque provavelmente há 100 anos algo deste género deve ter sido inventado mas por qualquer motivo não vingou (acontece com muitos conceitos de bicicletas):

Em 1998 surgiu a Xtracycle, uma empresa americana com um conceito revolucionário: o kit FreeRadical permitia acrescentar um módulo de extensão traseira a qualquer bicicleta (especificamente, os tipos mais recomendados são as bicicletas de montanha sem suspensão atrás, hardtails) (ver especificações aqui). Era criado o conceito de SUB – Sports Utility Bicycle. A invenção surgiu pela mão do Ross Evans, na altura um estudante na Universidade de Stanford, nos EUA. A ideia era arranjar uma solução para acrescentar às vantagens da bicicleta como uma das formas de transporte mais limpas, baratas e convenientes a do transporte eficiente de carga. Assim, depois de muita investigação e muitos protótipos, o conceito Xtracycle surgiu incorporando os objectivos iniciais: a maneira mais económica, leve, simples, manobrável e adaptável de carregar carga. Mais sobre a história e filosofia da Xtracycle aqui, aqui, aqui, e entrevista com o Kipchoge Spencer, ex-presidente da empresa. E em vídeo, no documentário “Selling the Revolution“, filmado em 2000, nos primeiros anos da empresa:

Para perceber a função dos vários componentes do FreeRadical, ver o quadro interactivo nesta página.

A estrutura modular deste kit permite que o utilizador o instale na bicicleta da sua preferência (em tamanho, tipo de quadro, marca, etc). Presta-se ainda a bastante actividade criativa por parte da comunidade de utilizadores Xtracycle, que desenvolvem e testam uma série de adaptações, acessórios e modificações ao conceito base, no melhor estilo “faça você mesmo”. Exemplos são um sistema móvel de som, um liquidificador a pedal, vários SnapDecks almofadados, um fantástico kit de motor de assistência eléctrica (Stokemonkey, actualmente num período de vendas suspensas), um LongLoader em cobre e PVC, duas cadeirinhas de transporte de crianças em madeira, extensões nos FreeLoaders e rodinhas para manobras em espaços apertados, como elevadores, personalização gráfica do SnapDeck, um SnapDeck com caixas integradas (e trancáveis), uma longboard a servir de SnapDeck (olha a co-modalidade!),…

A capacidade de carga do FreeRadical está definida em 90 kg, para o kit como um todo, mas este limite está condicionado à capacidade de carga anunciada da bicicleta em que é instalado (que costuma ser baixa, para aí 100 kg); é importante equipar a bicicleta com rodas o mais fortes possível – as usadas em bicicletas em tandem, por exemplo. A instalação deste kit (tal como qualquer substituição por peças “não autorizadas” pelos fabricantes) anula a garantia da bicicleta original. O kit é removível a qualquer altura, e a inter-conversão não é muito complexa. Há acessórios opcionais específicos para transportar objectos maiores, mais longos ou mais pesados (H-Racks, que oferecem uma base de sustentação horizontal, e o LongLoader, que permite transportar coisas como escadotes, pranchas de surf ou violoncelos sem interferir com o pedalar) e para um passageiro apoiar os pés (os Footsies). O FreeRadical é vendido em Portugal por 432 €, na Cenas a Pedal.

Em 2000 os responsáveis pela Xtracycle LLC criaram uma organização-irmã, sem fins lucrativos, para onde direccionam muito do lucro obtido pela empresa, a XAccess Foundation, depois redesignada Worldbike. Aqui desenvolvem e comercializam versões de baixo custo e adaptadas ao contexto dos países em vias de desenvolvimento do conceito do FreeRadical. A Extrabike é uma versão mais rugged do FreeRadical, e a Big Boda outra ainda mais especializada.

O FreeRadical e a Extrabike são dois designs diferentes do mesmo conceito base: uma extensão simples de bicicleta que aumenta drasticamente a capacidade de carga de uma bicicleta normal. A Extrabike é desenhada em função do custo e da durabilidade, enquanto que o FreeRadical da Xtracycle é optimizado para peso, desempenho e estilo.

Desenvolveram também a Worldbike, uma bicicleta completa:

worldbike3.jpgworldbike1.jpg

worldbike2.jpgworldbike4.jpg

O vídeo seguinte mostra algumas imagens do primeiro teste de mercado da Big Boda no Quénia, em que foram vendidas cerca de 50 bicicletas e avaliado o seu impacto na vida das pessoas:

Em 2006 a Yuba, empresa do Ben Sarrazin, que trabalhou vários anos com a Xtracycle, estava em “incubação” e em 2007 já havia exemplares da Mundo Utility Bicycle exibidos em feiras do sector.

Esta bicicleta é a evolução natural da Worldbike, desenvolvida na organização com o mesmo nome (e ligada à Xtracycle, como atrás explicado). Em 2008 é o grande arranque, parece. Esta talvez seja a primeira bicicleta de carga de “long wheel base” (com uma maior distância entre eixos) em produção. É vendida como uma bicicleta completa – tamanho único, e roda 26” – e custa 549 € na Europa, a versão de 6 velocidades (de desviador). A grelha traseira de bagagem e algo similar a uns H-Racks estão incorporados no quadro (que também servem de apoios para os pés dos passageiros), não traz sacos de transporte e não é compatível com os componentes/acessórios do FreeRadical, como por exemplo os FreeLoaders. A capacidade de carga é elevada: 200 kg, tem 6 mudanças, 21 kg de peso e um comprimento de 210 cm (ver especificações aqui). Outras fotos aqui, aqui e aqui, por exemplo.

A Surly foi o primeiro fabricante de bicicletas a responder aos apelos da Xtracycle para desenharem uma longtail de raíz, integrada, abraçando o conceito de bicicletas utilitárias longtail. A Big Dummy (ver especificações) já está em pré-produção, sendo que o primeiro lote estará pronto em Fevereiro de 2008. Por agora, é vendida como um conjunto de quadro (em 4 tamanhos) + garfo à escolha, para roda 26”, o consumidor escolherá o resto das peças a seu gosto para montar a bicicleta mais adequada às suas preferências.

É compatível e funciona com os componentes/acessórios do FreeRadical da Xtracycle (V-Racks, Snapdeck, FreeLoaders, etc); no fundo, um quadro similar ao do FreeRadical foi embutido, incorporado num quadro normal de bicicleta, tornando-se um só. O resto necessário para transportar a carga é fornecido pelos restantes componentes do kit da Xtracycle. Mais info aqui. O preço na Europa rondará os 970 € (só o quadro + o garfo, atenção…), e o kit longtail da Xtracycle para este quadro ficará por 259 €.

A vantagem da Big Dummy relativamente a outra bicicleta com o kit FreeRadical instalado é a maior rigidez do quadro, minimizando a torsão lateral que se sente quando se leva a bicicleta muito carregada. O facto de ser vendida apenas em versão de quadro + garfo permite customizar o resto da bicicleta.

Entretanto, a Kona também já apresentou a sua primeira longtail, a Ute.

kona_ute.jpg

Exemplo numa foto “ao vivo”, aqui.

Em inglês americano “Ute” é frequentemente usado para referir um SUV (Sports Utility Vehicle). Em inglês australiano é por vezes usado informalmente para designar qualquer veículo utilitário, nomeadamente carrinhas do tipo pickup. Este modelo será lançado este ano, 2008, a um preço de 799 € na Europa. Mais alguma info aqui e aqui.

A Ute é vendida como uma bicicleta completa – tamanho único, rodas 700c, o que implica que eventuais customizações terão que ser feitas a posteriori e na base de substituições dos componentes de origem (ver especificações aqui). A grelha de suporte de bagagem está incorporada no quadro, e a bicicleta é vendida já com dois alforges próprios (tem capacidade para 4).

[A Kona também está envolvida num programa humanitário de desenvolvimento em África, desenvolvendo bicicletas adequadas ao terreno para ajudar trabalhadores locais do sector da saúde a fornecer tratamento a pacientes com HIV/SIDA pelo continente – AfricaBike.]

Estes 4 modelos: FreeRadical, Mundo, Big Dummy e Ute estão em produção. Mas construtores de quadros artesanais (‘frame builders‘), de empresas especializadas em bicicletas por encomenda (outra das tendências emergentes no mercado americano), também têm apresentado alguns modelos customizados feitos à medida dos desejos de alguns clientes. Exemplos de bicicletas compatíveis com os acessórios do FreeRadical:

A Xtrabike, pelo Curtis Inglis:

(Ainda levou depois um Stokemonkey).

A Xtravois, um projecto pessoal do Todd Fahrner, da Cleverchimp (que faz[ia] os Stokemonkeys):

Uma pelo Tony da Pereira Cycles:

Foto: Todd Fahrner (mais)

Outra pelo Sacha White, da Vanilla Bicycles (fazem bicicletas obscenamente lindas).

vanillabicycles.jpg
Foto: Todd Fahrner

Entretanto, há outros modelos totalmente “integrados”:

A Unleaded Cargo da Sycip que é, digamos, a ultra ‘longtail cargo bike‘: para todo-o-terreno, com uma grelha de bagagem integrada atrás, e outra à frente, tem ainda suportes para o Stokemonkey (não percebi se o preço já o inclui, espero que sim!).

sycip_unleaded_cargo.jpg

Com um preço nos EUA de 8500 USD, é mais barata que um carro e é isso que se propõe substituir. Mais fotos aqui (fonte).

Na Fraser Cycles têm a Pack Mule:

frasercycles_packmule.jpg frasercycles_packmule_detalhes.jpg
Fotos: Scott Dion; Jonathan Maus

Outro conceito totalmente integrado, não usa os acessórios do FreeRadical. Reparem que em baixo tem uns apoios para os pés dos passageiros. Mais fotos na galeria da evolução do conceito, que vai na 6ª versão, parece.

mais exemplos, mesmo que alguns menos sofisticados esteticamente (feitos para serem mais rugged), e até quem tente fazer algo similar a uma Xtracycle numa base de “usar o que há” e gastar o mínimo dinheiro possível (se o resultado é satisfatório não sei).

Além da Worldbike e da Yuba, há pelo menos um outro projecto de distribuição de bicicletas de carga longtails a baixo custo, e adaptadas às necessidades das populações em zonas desfavorecidas do globo. O Projecto Ruanda e as suas coffee-bikes:

coffeebike.jpg
Foto: McBomb

Outra foto aqui. Mais sobre este projecto e sobre Tom Ritchey, o seu promotor, aqui. Havia um lote de 200 bicicletas destas à venda por 1000 USD, para ajudar a financiar o projecto. UPDATE: Parece que a Worldbike foi licenciada ao Tom Ritchey para este projecto, pelo que a Xtracycle é realmente “a mãe” disto tudo! 🙂

Provavelmente, o conceito de bicicleta de carga em versão longtail não é nada de novo. Em países em que a bicicleta tem tradicionalmente uma presença muito forte, como na China, ou aqui mais perto, na Holanda, Dinamarca ou Alemanha, é muito provável que este conceito já tenha surgido há mais tempo. Dois exemplos de longtails em produção, a Filiduo da t’ Mannetje e a Packmax Duo, da Kemper:

filiduo.png filiduo2.jpg

pmduo02.jpg pmduo01.jpg pmduo03.jpg

São designs muito parecidos, e especialmente vocacionados para o transporte de crianças, parece. A diferença entre os dois modelos das duas últimas fotos é a roda traseira menor na foto da direita, que desce um pouco mais o centro de gravidade da “carga”, aumentando a estabilidade da bicicleta. É que, ao contrário do uso para transportar carga – que vai normalmente em alforges e posicionados mais perto do chão, no transporte de crianças estas ficam mais acima na bicicleta, oferecendo os problemas de equilíbrio normais. A roda mais pequena procura contrabalançar esse efeito.

Para finalizar, fica aqui uma tabela comparativa dos 4 modelos actualmente em produção (work in progress).

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Veículo de Serviço: uma Xtracycle

Russ RocaRuss Roca, um fotógrafo freelancer de retratos, utiliza a sua bicicleta com o kit FreeRadical para as suas deslocações diárias, transportando até 90kg de equipamento.

Vejam um pequeno vídeo sobre o seu trabalho no dia-a-dia e como a bicicleta se encaixa na sua filosofia de vida:

🙂