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Semana Europeia da Mobilidade 2010 – o que há de novo

Começou ontem a SEM, dia 16, e termina dia 22, com o Dia Mundial Sem Carros. Portugal conta com 66 cidades participantes. O programa de Oeiras é fraquinho, embora conte com o mui relevante “Marginal Sem Carros“, o de Cascais é feito estilo “encher chouriços”, qualquer coisa “verde” ou que envolva bicicletas ou andar a pé é lá metido, mesmo que seja desporto e não transporte, mas enfim. A medida permanente anunciada é a abertura do paredão de Cascais à circulação legal de bicicletas, anunciada no final de 2009.

INAUGURAÇÃO DO CORREDOR CICLÁVEL DO PAREDÃO

O presente projecto teve origem nas consecutivas pressões/reclamações que os utilizadores de bicicletas fizeram para a permissão da circulação das mesmas no paredão. A proibição de bicicletas no paredão foi efectivada desde 2005, na sequência de ter havido acidentes graves com peões devido à falta de sensibilidade e civismo por parte dos utilizadores deste espaço. O facto do paredão ser um local que permite a aproximação da natureza numa óptica de usufruto do espaço público de uma forma sustentável, associado à proximidade do mar encoraja os utilizadores à prática de actividades ao ar livre promovendo a saúde e o bem-estar. Nesta óptica, e na tentativa de não excluir qualquer tipo de utilizadores elaborou-se esta proposta onde se salvaguarda os interesses e a segurança de ambas as partes.

O uso da bicicleta deve constituir uma alternativa ao automóvel nas deslocações diárias, assim como uma actividade de recreio e lazer. Estamos na era da sustentabilidade, da qualidade de vida e da mobilidade urbana sustentável, estando implícito que as autarquias têm que oferecer alternativas de mobilidade amigas do ambiente. Neste âmbito, o facto de se permitir a circulação de bicicletas no paredão permite também a extensão da rede ciclável existente na vila, possibilitando a ligação do Estoril ao Guincho/Areia em bicicleta. O desenvolvimento destas redes cicláveis um pouco por toda a Europa atesta a atractividade e a procura crescente destes espaços lineares por parte dos residentes em áreas urbanas, que os utilizam não só numa óptica de recreio e lazer mas também como fonte de bem estar físico nas suas deslocações diárias. Entende-se, assim que este projecto irá contribuir para a qualidade de vida dos utentes e da qualidade do ar, promovendo-se em simultâneo o turismo da vila de Cascais.

DESCRIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA

A proposta consiste essencialmente, na definição de um corredor ciclável bidireccional com 2,20m de largura, salvaguardando-se um mínimo de 2,00m de afastamento ao muro que delimita o paredão do lado terra. Este afastamento é variável em função do equipamento existente. Foi um princípio de concepção do projecto a não relocalização do equipamento existente. Entre o corredor e o lado mar é garantido um corredor pedonal com o mínimo de 2,50m. O corredor ciclável é constituído por 4 troços, a saber:

  • Troço 1 – compreendido entre o Escotilha Bar e Bar Baiuca – 270m;
  • Troço 2 – compreendido entre o Bar Pica e o Jonas Bar – 480m;
  • Troço 3 – compreendido entre os Bares do Tamariz e Restaurante Bolina – 190m;
  • Troço 4 – compreendido entre o Restaurante Bolina e o Snack-Bar Surpresa – 290m.
  • Nas restantes áreas do paredão não foi definido qualquer corredor devido ao facto de não reunirem as condições estabelecidas no projecto.

    1. ZONAMENTO

    Consequentemente, foi estabelecido um zonamento que atribui ao paredão três usos distintos, a saber:

  • Corredor ciclável, onde deverão circular as bicicletas, peões com patins, trotinetas ou outros meios análogos de acordo com as “Regras de Circulação de Velocípedes no Passeio Marítimo de Cascais (Paredão)”, definidas pelo Exmo. Senhor Presidente( em anexo);
  • Área de circulação pedonal que constitui toda a envolvente do corredor ciclável e que compreende as áreas com equipamento. As bicicletas poderão circular neste espaço desde que transportadas pela mão;
  • Área de circulação mista que constitui os espaços de transição entre os troços do corredor ciclável e onde o conflito entre a diversidade de utentes é maior devido ao estrangulamento do espaço. As bicicletas poderão circular desde que transportadas pela mão.
  • O projecto contempla também a colocação de painéis informativos junto do início/final dos troços dos corredores cicláveis. Os painéis informativos de dupla face contemplam as regras de utilização dos corredores cicláveis e do paredão, o mapa e a explicação do grafismo utilizado na demarcação do corredor ciclável.

    Vamos ver no que isto dá. Enquanto isso, cá em cima na Marginal nada acontece.

    Almada tem um programa cheio, como já é tradição:

    Viaje bem, Viva melhor» é o tema da SEM 2010, iniciativa que, em Almada, celebra o seu 10º aniversário. Com o envolvimento de dezenas de entidades locais e nacionais, a Semana apresenta um amplo programa de actividades, que pretende promover e dar a conhecer soluções de mobilidade quotidiana mais amigas do ambiente, que criem uma vivência da cidade mais saudável e sustentável.

    A destacar no programa da SEM 2010, a dinamização, no dia 18 de Setembro, Sábado, do primeiro Festival da Mobilidade® do País, que decorrerá bem no centro de Almada. Em 10 palcos dedicados à mobilidade, muitas actividades para todos os públicos estarão a acontecer entre as 10H00 e as 24H00, nas Praças da Liberdade e S. João Baptista. Concertos, oficinas, exposições, desporto, dança, animação de rua, bicicletas e veículos amigos do ambiente, projecção de filmes, e até uma feira de petiscos, farão parte deste Festival, que terminará com um grande concerto dos Expensive Soul, com início às 22H00.

    A Câmara Municipal de Almada sugere a consulta dos programas completos de actividades da Semana Europeia da Mobilidade e do Festival da Mobilidade que seguem em anexo e convida todos os interessados a participar nestas iniciativas de promoção de uma mobilidade mais sustentável, agradecendo também a sua ampla divulgação.

    Mais informação sobre os 10 anos desta iniciativa em Almada em http://www.m-almada/ambiente

    Venha celebrar connosco!

    O Seixal também participa, anunciando algumas medidas e oferecendo um conjunto de actividades, entre visitas, passeios e workshops de condução de bicicleta para os mais novos (a cargo da Cenas a Pedal – ainda estão a tempo de inscrever os vossos piquenos!).

    E Lisboa, a capital do país, propôs um programa interessante de medidas e algumas actividades, embora se tenham esquecido de o divulgar (a única coisa que passou para os media foi, aparentemente, um passeio desportivo – 34 Km – de bicicleta). Hoje já está uma notícia no site da CML mas sem informação, e o link não funciona… bug do meu Firefox, o ficheiro está disponível! 🙂 Bom, não percam o Lisboa Down Tunnel, parte do programa!

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    Bicicletas voltam legalmente ao paredão de Cascais

    Segundo notícias recentes no Público e no DN, a circulação em bicicleta vai voltar a ser permitida, embora com restrição horária, no paredão de Cascais.

    Não estou convencida da bondade desta medida, e estou muito curiosa para ver como vão fazer, «em termos de segurança, será criado um corredor ao longo do paredão para o trânsito das bicicletas que irá dividir a sua zona com a dos peões»… Penso que a intervenção tem que ser cá em cima, ao nível da Marginal. Reformular drasticamente esta Avenida de modo a reabilitar a zona de transição terra-mar, libertar a zona costeira para usos consentâneos com o valor paisagístico, natural e económico de tal zona. Acomodar vias de circulação pedonal, vias de circulação para bicicletas, quiçá interditar os veículos motorizados privados, e implementar uma linha de BRT ou MetroBus?… Sonhar não custa. 😛

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    Associação propõe horário para bicicletas no Paredão de Cascais

    A Associação dos Amigos do Paredão propôs à Câmara de Cascais a criação de um horário para permitir a circulação de bicicletas no Passeio Marítimo, uma “solução de compromisso” que acredita poder ser aplicada já na Primavera.

    Num parecer enviado à autarquia na semana passada, o grupo defende que a actual proibição do veículo no paredão (com excepção do troço Guia-Guincho, onde existe uma ciclovia [NOTA: isto é falso, aquilo não é uma ciclovia, mas um passeio onde as bicicletas são aceites]) garante a segurança de todos os transeuntes, mas motiva, por outro lado, “o desagrado dos utilizadores que, legitimamente, pretendem andar de bicicleta”.

    Por isso, sugere que a circulação seja autorizada, de 01 de Novembro a 31 de Março, excepto nos fins-de-semana e feriados, das 10.00 às 17.00, e durante toda a noite das 20.00 às 09.00 entre 01 de Abril e 31 de Outubro, tal como no vizinho concelho de Oeiras. São ainda apontadas duas regras: a prioridade dos peões e a permissão de bicicletas quando guiadas por crianças até aos oito anos.

    Para a Associação, nem a total abertura do Passeio Marítimo às bicicletas nem a construção de uma ciclovia constituiriam soluções viáveis – a primeira por implicar uma “redução drástica dos níveis de segurança e dos níveis de sã convivência” entre os utilizadores, a segunda por ser “esteticamente duvidosa” e não se adequar à estrutura do paredão, com vários “pontos estreitos” disse João Rodrigues dos Santos, o seu presidente.

    No parecer, a organização sugere que as novas medidas entrem em vigor entre o dia 01 de Abril e o início da epoca balnear. A polémica em torno da circulação de bicicletas no Passeio Marítimo da linha do Estoril surgiu em 2007, quando as autoridades reforçaram a vigilância sobre o impedimento (em Cascais) ou limitação do veículo (em Oeiras), multando os infractores. As autarquias justificaram a medida com a ocorrência de alguns atropelamentos.

    Em Dezembro, o presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, disse não ser intransigente e estar disposto a ouvir as organizações interessadas.

    Fonte: DN

    Ver também este e este posts.

    Não acho os atropelamentos um motivo válido para esta proibição (senão também deveriam proibir a circulação de carros em muitas vias…). Tenho curiosidade se alguma vez foi ponderada a possibilidade de expandir o paredão (roubando um pouco mais de espaço ao mar) para resolver os estrangulamentos de que sofre em alguns pontos, pelo menos, para que se pudesse tentar delimitar um corredor demarcado para bicicletas (não garante segurança – só o saber conduzir e agir com cuidado, consideração e cortesia tem esse poder), mas facilita a gestão dos incidentes em termos de determinação da culpa.

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    Projecto-piloto “Marginal Ciclável” condenado a morrer na praia

    «A Câmara de Cascais vai repetir em Setembro a iniciativa “Marginal Ciclável” para testar a hipótese de se institucionalizar o uso de bicicleta na Avenida Marginal, mas a empresa Estradas de Portugal só autorizará estas acções pontualmente.

    (…)

    O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, disse à agência Lusa que a próxima iniciativa “Marginal Ciclável” vai ocorrer no segundo semestre de Setembro, mas só no domingo de manhã dado que ficou provado que ao sábado existe muito trânsito, dificultando a entrada na vila.

    Apesar dos objectivos da Câmara, a Estradas de Portugal (EP) entende que actividades que visem a adjudicação de uma via da marginal a bicicletas em determinados períodos “só poderão ser considerados como eventos pontuais”.

    António Capucho adiantou ainda que para a realização da próxima iniciativa será necessária nova autorização da EP, que tem a jurisdição da marginal (EN6) entre Carcavelos e S. João do Estoril, sendo o restante troço até Cascais da responsabilidade da autarquia.

    A EP esclarece que a Avenida Marginal “apresenta fortes volumes de tráfego e desempenha uma função importante na mobilidade das populações dos concelhos de Oeiras e Cascais”.

    Justifica também que a via em causa não pode “integrar a rede ciclável do concelho de cascais pela falta de alternativas ao tráfego em geral e pelos riscos que tal acarreta”.

    “A coexistência de tráfegos motorizados com velocípedes, em vias que asseguram ligações de média distancia, constitui um risco elevado, sobretudo quando a actividade se torna rotineira”, refere a EP, considerando apenas como possíveis “eventos pontuais” e devidamente acompanhados em relação à sua segurança.

    Sobre a possibilidade de construir uma ciclovia na marginal, António Capucho explicou que “não é possível”, porque “não há espaço”.

    A marginal “é uma das estradas mais congestionada do país e as vias do interior do concelho não são satisfatórias”, adiantou António Capucho.

    O presidente da autarquia adiantou que, na hipótese de se institucionalizar o uso de bicicletas na marginal em determinado horário, tal não seria aplicado nos meses de Julho, Agosto e primeira quinzena de Setembro.

    António Capucho disse também que mantém a posição de proibir as bicicletas no passeio marítimo, que une S. João do Estoril e Cascais, também por falta de espaço.

    O autarca recorda que o passeio marítimo tem várias áreas concessionadas que causam estrangulamento do paredão, impossibilitando a utilização de bicicletas, e que já tem havido “acidentes graves” com peões.»

    Fonte: Alvor de Sintra

    “Não há espaço”? “Via mais congestionada”? “Bicicletas não”? Será que mais ninguém vê a ironia disto?…

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    Opções políticas discutíveis

    Os Passeios Marítimos de Oeiras e de Cascais são locais de grande procura por parte da população.

    Passeio Marítimo de OeirasPasseio Marítimo de Cascais (2)

    Famílias inteiras, crianças e idosos, com carrinhos de bebé, com cães, sozinhos, aos pares, em grupo, em caminhadas de lazer ou em corrida, em relax ou por desporto, a pé, de skate, patins ou bicicletas, o movimento é constante. É especialmente concorrido aos fins-de-semana e de manhã e ao fim da tarde durante a semana.

    Claro que, os conflitos começaram a ocorrer. Muita gente no mesmo espaço, em actividades diferentes,… Muitos utilizadores ou não sabem como circular ou não têm a educação e o respeito necessário à convivência num local público daquela natureza. Aceleras, gente a fazer acrobacias, e razias a outras pessoas na via… O resultado é um sentimento de insegurança e risco, e alguns acidentes. Este comportamento é associado a algumas das pessoas que por ali circulam de bicicleta, skate, patins, trotinete, etc.

    A opção de ambas as Câmaras foi simplesmente proibir a circulação de bicicletas (ainda não tenho informação acerca de outros veículos com rodas…). Em Cascais a proibição é total. Em Oeiras é sujeita a horário: entre as 10h e as 17h aos fins-de-semana de Outubro a Abril e entre as 9h e as 20h de Abril a Outubro. As crianças até 8 anos não são abrangidas por esta proibição.

    Apesar disto houve períodos em que as bicicletas foram toleradas (muita gente nem sabia da proibição). Agora voltaram as multas, pelo menos em Cascais.

    Esta proibição não tem agradado a muitos utilizadores destas infraestruturas (embora possa agradar a uns tantos outros 😉 ).

    Caça às bicicletas origina protestos

    As placas de trânsito não deixam dúvidas. É expressamente proibida a circulação de velocípedes no longo paredão, entre Cascais e o forte de S. Julião. O passeio, com apenas três a quatro metros de largura, é exclusivamente pedonal. Alguns ciclistas que, ainda assim, se aventuram correm o risco de ser multados. É que a Polícia Municipal (PM) tem ordem para autuar os infractores e exigir o pagamento de uma coima de 24,95 euros.

    Descontentes com a medida, que dizem ser excessiva, os utilizadores do paredão que gostam de passear de bicicleta defendem um “equilíbrio”, para que “todos possam usufruir do local”. “Ao fim-de-semana, é muito procurado por quem gosta de passear à beira-mar. Não é justo que só se possa andar a pé”, defende um ciclista, residente em Cascais. O problema, alerta outro utilizador, conhecedor da zona, é que “algumas pessoas abusam e tem havido atropelamentos, que causaram ferimentos graves”.

    A Câmara não entende o alarido, até porque a medida não é nova. Já em 1998, o trânsito de velocípedes tinha sido interdito no paredão, precisamente porque alguns ciclistas abalroavam peões. A proibição acabou por cair no esquecimento, mas com as recentes obras junto à costa, ao abrigo do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, foram colocados, no início deste ano, novos sinais de trânsito. Como o convívio entre ciclistas e peões não estava a ser pacífico, a autarquia decidiu agir, solicitando à PM o reforço da fiscalização na zona.

    O presidente da Câmara, António Capucho, sublinha tratar- -se “de um passeio pedonal”, pelo que “tem de ser tratado como tal”. “Têm sido muitas as situações de conflito entre utilizadores de bicicletas e peões com abalroamentos”, justifica o autarca, entendendo não ser “viável criar ali uma zona específica para bicicletas, uma vez que há zonas diversas de estrangulamentos”. (…)

    [Fonte: Jornal de Notícias]