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Handbikes

Ou ‘handcycles‘, ou “bicicletas manuais”? Interessam-me porque me interesso particularmente pelo tema da acessibilidade aplicada à deficiência. Pelo que sei, ninguém em Portugal produz comercialmente bicicletas ou triciclos “especiais”, isto é, que não sejam tipo BTT, viradas para o desporto, ou bicicletas mais para a cidade mas ainda assim “padrão”. Embora conheça casos de pessoas que as constroem a título pessoal mesmo que as vendam depois, e de outras que as fazem à medida, sob encomenda.

Há umas semanas recebi um e-mail de um brasileiro a divulgar o seu site e o seu negócio de fabrico de triciclos de manivela em vez de pedivela, e fica aqui o apontamento: Hand Bike Brasil. Eles fabricam os triciclos à medida do cliente:

Hand Bike Brasil

Acho que por cá também merecemos que haja esta alternativa mais facilmente acessível, não? Alguém conhece alguém que já se dedique a isto e que possamos ajudar a divulgar?

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O Record e o ciclismo vélo-couché

O bom jornalismo (not) apanha-se em todo o lado, os jornais desportivos não são excepção (o bold é meu):

Jorge Garcia tem 48 anos e demorou três horas a chegar a Neuchâtel. Vive em Lausanne, a 80 quilómetros, mas não se atrasou devido ao trânsito, mas porque veio numa bicicleta especial. Aliás, Jorge Garcia é especial: em 2005 foi campeão da Europa de vélo-couché, uma modalidade de ciclismo para atletas com deficiências motoras. Um grave acidente deixou-o incapacitado no braço esquerdo, mas não lhe matou o amor pelas modalidades velocipédicas.

[ver foto a acompanhar a notícia, no site linkado]

O jornalista não sabe o que são as bicicletas reclinadas (ou recumbent, em inglês, ou vélo-couché, em francês), deve estar a confundi-las com as handcycles, desenhadas para pessoas com pouca ou nenhuma mobilidade nas pernas (mas que também podem ser usadas por pessoas sem deficiência alguma, claro). A bicicleta deste homem tem uma alteração especial para que ele possa conduzi-la só com uma mão, mas não é o estilo reclinado que é para pessoas com deficiências motoras. Obviamente que nunca experimentou andar numa, ou perceberia imediatamente por que é que aquele tipo de bicicleta exige excelentes capacidades motoras! 😛

E a graçola de dizer que ele demorou 3 horas a fazer 80 km porque veio numa “bicicleta especial”, implicando que o tempo de viagem não se deveu ao facto de ele se deslocar de bicicleta, mas por ser uma bicicleta “especial”…? Que just happens to be uma reclinada, um tipo de bicicleta muito mais eficiente do ponto de vista de performance em velocidade. 😛 Devia ter dito é que “só não demorou mais tempo porque vinha numa bicicleta especial! 😛 Bom, a não ser que o percurso seja essencialmente urbano, com muitos carros, ruas e sinais (em que as reclinadas perdem vantagem)…

Bom, de qualquer modo, é sempre bom ver coisas diferentes a aparecer nos nossos media, one way or another, I guess… 😉