O BFF é uma celebração da bicicleta pelo cinema, música e artes. Pelo quarto ano consecutivo, Lisboa junta-se à rede global de cidades celebrando a paixão pela bicicleta, e convida à participação no maior evento de “bike culture” realizado em Portugal.
De 1 a 3 de Novembro, o Festival – organizado no nosso país pela POST – volta a Lisboa, pelo quarto ano consecutivo, e realiza-se em diversos locais, entre o Auditório Carlos Paredes, em Benfica, e o renovado Largo do Intendente, em Lisboa. Para além da exibição de 28 filmes de 16 países, o programa inclui passeios e corridas de bicicleta, um torneio internacional de bike polo, bike sprints e festas.
No dia 1, feriado, há uma Alleycat Race. Desta vez o pão-por-deus vai ser para gente grande! 😀
Quem esteve na Massa Crítica de Setembro, em Lisboa? Nós não pudémos participar desta vez (estávamos ambos em Sevilha, em trabalho ciclo-activista, a estudar a transformação da cidade e a sua quota modal das bicicletas). Mas não faltam registos do sucesso de mais uma MC de aniversário, onde passaram cerca de 400 pessoas! 😀
Lisboa seria uma cidade muito mais saudável, rica, eficiente e agradável se esta imagem fosse a norma e não a excepção:
(Bom, à parte a ocupação dos corredores BUS, claro…).
O Bicycle Film Festival também foi na mesma altura e passou um bocado despercebido nas internets, mas aqui fica um vídeo de quem lá passou:
Na de Setembro vendi a minha primeira bicicleta da idade adulta, agora anda praí a serviço de outra pessoa. 🙂
E há umas biclas piquenas por reparar que poderão ir alegrar os dias de novas crianças. (Entrem em contacto se estiverem interessados em alguma.)
Fizemos também um ensaio para o Bicinema. Sábado será a sessão inaugural, oficial, com a exibição do documentário “A Bela e a Bicicleta” (com legendas em português).
Vamos esperar que a chuva faça uma pausa nos horários certos. 😉 Para quem ainda condiciona o sair de bicicleta a não chover, perdendo assim tantas oportunidades de pedalar por aí, comecem a pensar no equipamento para a época e encomendem o necessário: casaco, poncho, gabardine, luvas, whatever (amostra aqui, mas muito mais à escolha em catálogo). Deixar a bicla em casa por causa da chuva é que não! 😛
O BFF volta a Lisboa, este ano decorre de 30 de Setembro a 2 de Outubro, vejam a programação aqui. E na 6ª-feira, dia de Massa Crítica, há uma festa a celebrar mais um aniversário desta. 🙂
Pois é, faz hoje 5 anos que foi fundada a Cenas a Pedal. Parece muito tempo e, no entanto, parece que passou num instante. É o que acontece quando estamos embrenhados em algo, não damos pelo tempo a passar!
Principalmente nos últimos 2-3 anos esta dedicação implicou praticamente não termos vida “pessoal”. Sacrificámos outras coisas que as pessoas normais tomam por normais entre os 25-30 anos (ter fins-de-semana e férias, manter hobbies e outros interesses, filhos, etc). Mas valeu a pena, porque olhando para trás nestes 5 anos vemos como as coisas mudaram e acreditamos que o nosso trabalho muito contribuiu para essa mudança, e era isso que pretendíamos.
Durante muito tempo o blog da Cenas a Pedal era o único blog activo sobre mobilidade em bicicleta e temas relacionados. Remávamos contra a corrente falando de andar de bicicleta na cidade, de bicicletas reclinadas, de bicicletas de carga, de aprender a circular na estrada sem medo, de urbanismo à escala humana, divulgávamos iniciativas e eventos, etc, etc. Agora, 5 anos passados, basta ver toda a actividade bloguística no Planeta Bicicultura (e mais além) e os vários grupos no Facebook (tipo este, este, este, este e este, por exemplo) e outras páginas e fóruns. Já não somos os únicos ou dos poucos a falar de bicicletas de carga, eléctricas, dobráveis, reclinadas, etc. 🙂
A bicicleta como solução de transporte urbano tem tido cada vez mais e melhor presença nos media, com reportagens na televisão, na rádio, na imprensa e na web. A Massa Crítica tem-se expandido por mais cidades no país e engrossado em aderentes, a Cicloficina pegou, criou-se e ressuscitou-se a MUBi. O Bicycle Film Festival chegou a Portugal. Têm aparecido empresas de pedicabs, de estafetagem, e mais uma ou outra loja/empresa dedicada à bicicleta além-BTT. Ciclovias & Cia e sistemas de partilha de bicicletas têm sido uma estratégia cada vez mais popular de captar financiamentos europeus e não só. A bicicleta até já foi usada como bandeira numa campanha eleitoral na capital. Há cada vez mais eventos de confraternização, e mais eventos institucionais à roda da bicicleta ou inclusiva dela (palestras, conferências, etc).
Embora as instituições sejam mais lentas a aceitar e a envolver estes temas na prática, já o integraram nos seus discursos politicamente correctos (supostamente até vamos ter um Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e Outros Modos de Transporte Suaves), o que é um primeiro passo. Entretanto a sociedade civil é mais rápida e as coisas já começam a mudar. A mudança de comportamentos e de expectativas já faz parte da conversa de café, à mesa em casa, e com os colegas. A pouco e pouco, cada pessoa individualmente está a fazer a diferença. Isto chama-se mudar o mundo, e é sempre feito à escala individual.
Agora já não tenho que me preocupar em divulgar ou relatar eventos, ou até novidades do sector das bicicletas, há logo uma série de gente a fazê-lo e a informação circular rapidamente. 🙂 Gosto de acreditar que contribuímos para criar esta bola de neve e imprimir-lhe momento, reduzindo o atraso da nossa sociedade. O nosso impacto não é mensurável porque toda a mudança é multifactorial, mas sei que fizémos bem a nossa parte.
Não é hora de descansar. Apenas de refocalizar esforços. Há muito trabalho por fazer. E muitas lutas a travar (legislação, infraestruturas, serviços públicos, etc). E em simultâneo temos que saber sobreviver e prosperar enquanto empresa, pois é ela que nos sustenta e nos permite desenvolver este trabalho (muito dele não viável comercialmente, pelo menos nesta fase), o que coloca desafios próprios. Como me disse o responsável de uma empresa holandesa de acessórios utilitários para bicicletas, um vendedor de botas num país em que toda a gente anda descalça, ou está lixado porque ninguém lhe vai comprar o que ele quer vender, ou o potencial é gigantesco, depende de como encara a situação. E nós, desde o início, estamos nessa situação.
O potencial para a nossa visão de uma cidade e de um estilo de vida baseados nos modos activos de mobilidade é enorme, mas ainda estamos na fase de mostrar às pessoas o como e o porquê, num contexto cultural, social, legislativo, fiscal, e estrutural que lhes incentiva e promove o contrário, por isso a evolução é muito lenta. Principalmente porque as autarquias e o Governo, que têm o poder para despoletar e viabilizar mudanças, não têm vontade de o fazer. A nossa visão de cidade, que é, felizmente, partilhada por muito mais gente, só vai ser uma realidade quando quem ganha dinheiro com a cidade actual o puder e souber fazer no contexto dessa visão. Por isso temos que trabalhar para que se envolvam na bicicleta como meio de transporte utilitário e recreativo pessoas e empresas que a encarem antes de mais como uma oportunidade de negócio, e de auto-sustento, e não necessariamente só ou também, depois, como uma batalha filosófica ou política, mesmo que isso nos faça comichão. 😉 Sabendo, claro, que quem faz as coisas com paixão e convicção marcará sempre a diferença indo mais além, mais cedo, melhor, e por mais tempo.
Para os próximos 5 anos esperamos poder contribuir em igual proporção para a mudança de paradigma da sociedade centrada no automóvel como primeira opção de transporte para a sociedade centrada no andar a pé e de bicicleta. Esperamos conseguir expandir e desenvolver os nossos serviços actuais, e oferecer outros novos. Para isto a Cenas a Pedal terá que crescer, deixar de ser apenas a Ana e o Bruno, mas uma equipa coesa de várias pessoas com diferentes e complementares valências. Encontrar, cativar e manter essas pessoas, que terão que reunir um conjunto de características, aspirações e competências pouco comuns, além de afinidade mútua, será o nosso maior desafio. Por agora, a gestão, comunicação & decisão num núcleo a dois é superfácil e eficiente, e confortável, alargar o grupo de trabalho confrontar-nos-á com novos desafios e responsabilidades. Mas o caminho é para a frente, e para realizarmos a nossa missão com mais impacto teremos sempre que crescer. O novo site, actualmente em desenvolvimento, assinalará essa nova fase. Entretanto, algures nesse caminho, esperamos também conseguir arranjar tempo livre para desfrutarmos mais daquilo por que temos andado, afinal, a batalhar: andar de cenas a pedal. 🙂
Entretanto, 24 de Setembro é dia de assinalar estes 5 anos! 🙂 Divulgaremos o programa do dia brevemente!