Não sei que pensar disto.
Presumo que seja melhor que venha alguma coisa para Portugal do que ir tudo para a Ásia, principalmente quando a indústria portuguesa teve um mau ano em 2009, e o país está a passar por uma depressão económica (e não só…). Contudo, já se sabe que só os gigantes aguentam modelos de negócio baseados n’”o mais barato”. E fazer mais barato do que o vizinho é sempre muito mais fácil do que fazer melhor, pelo que ser esse o factor de atracção da indústria portuguesa de bicicletas é, no mínimo, preocupante.
Não percebo o porquê de as marcas nacionais, com toda a sua história, não apostarem no próprio mercado nacional com produtos de qualidade – nomeadamente para transporte, e não inovarem em novos mercados emergentes (bicicletas e triciclos reclinados, por exemplo), nem que seja pelo ‘news value‘, for christ sake…
Quando digo “apostarem no mercado nacional” significa também trabalhar com os revendedores. Isso implica oferecer-lhes margens brutas que tornem viável trabalhar com os seus produtos (o espaço de exposição e armazenamento de uma loja paga-se – chama-se renda, luz, limpeza, seguros, etc, a assistência ao cliente antes, durante e após a compra também se paga – chama-se ordenados, formação, telefone e internet, renda da loja, etc), e implica efectivamente responderem aos contactos de novos revendedores, em vez de os ignorar e desprezar (aconteceu connosco quando começámos, há 4 anos atrás, com várias marcas e fábricas – e não somos os únicos). (Isto de trabalhar bem parece ser tão raro por cá que quando existe até leva prémios. 🙂 )
E depois, já se sabe que o barato sai caro, às vezes sem nada mudar, basta de repente uma moeda valorizar face à outra e os preços aumentam, como parece estar para acontecer na indústria das bicicletas, a nível mundial.