Ainda relacionado com os programas de bicicletas gratuitas, nomeadamente com o Bicing e as queixas que esta iniciativa suscitou por parte das empresas a operar negócios de aluguer em Barcelona, foi publicado na BikeBiz n.º 15 um artigo de opinião pelo Michael McGettigan, um empresário do ramo:
É uma perspectiva interessante e importa perceber se estes efeitos negativos se verificam realmente. Repensei o caso, e acho que se as iniciativas tipo Bicing forem globalmente positivas para a causa do serviço público de transportes e para a causa de pôr mais gente a usar a bicicleta (sua ou pública) nas suas deslocações diárias, devem ser apoiadas sem constrangimentos. É um progresso (dos verdadeiros), e não pode ser impedido por interesses privados circunstanciais. As coisas mudam e evoluem. As empresas e as pessoas têm que se adaptar, mudar a sua área de actuação ou substituí-la por versões adaptadas às novas condições. Perdem-se empregos num lado mas criam-se noutro, e é assim que deve ser. Se a indústria automóvel tiver uma recessão (como deveria provavelmente ter) as pessoas e as empresas que serão afectadas serão contrabalançadas por outras pessoas e empresas que se dedicarão a novas oportunidades de negócio, nomeadamente relacionadas com outras formas de locomoção, como as bicicletas. 😉
6 comentários a ““‘Free’ bike schemes harm cycling”?”
Os argumentos dele são ridículos. O maior obstáculo ao uso de bicicletas como transporte utilitário são precisamente os roubos, e a compra de bicicletas próprias e caras, que serão também eficientes como equipamento desportivo nada encoraja o uso destas como transporte utilitário.
Os sistemas velib responsabilizam quem aluga a bicicleta, que em caso de extravio assume um valor de 150€. No entanto, uma bicicleta destas é francamente pouco interessante para quem a quiser roubar, além de que, desde que as centrais de comutação assegurem alguma segurança, dificilmente um utilizador comum se verá em situação de furto, dada a possibilidade de deixar as bicicletas numa central de comutação.
Sim, eu achei que nalguns pontos ele pode estar a ver aquilo de um ponto de vista muito biased e formatado. Mas não acho que lá por ele ter uma loja a sua opinião possa ser automaticamente assumida como “encomendada” ou falsa. Claro que é normal estar de sobreaviso e esperar que o discurso seja conduzido apenas pelos seus interesses comerciais, mas antes de ser empresário é uma pessoa, um cidadão, e ainda por cima tem experiência no ramo, de lidar com as pessoas nas lojas, e todo o feedback que daí advém. A comunidade é feita por todos, e verificando-se a premissa da honestidade intelectual (e não só), todos os actores deverão ter uma palavra a dizer e ser ouvidos e considerados. Com as respectivas ponderações inerentes, mas nevertheless…
Enfim, eu acho que incorporar as bicicletas no sistema de transporte público é uma coisa boa, no geral, sem dúvida alguma. A maneira de gerir (a logística, a cobertura, o financiamento, etc) é que pode ser discutível.
Obrigado! 😉
Está perfeito agora! (e vou-me registar)
Gostei de ler, pq de facto é uma opinião diferente, mas também fico um pouco desconfiado como tu. De notar que o senhor é dono de uma loja de bicicletas, logo não me parece a melhor pessoa para comentar.. Aliás toda aquela histórias de as pessoas irem às lojas aprenderem é um pouco estranha.
Quanto a roubos, o caso de Barcelona e de Bruxelas parecem-me excelentes soluções.
E há uma coisa super importante que o senhor se “esquece”. As “binas amarelas” são normalmente uma solução para as grandes cidades, e servem de complemento aos transportes públicos. Se eu vier do Cacém trabalhar para Lisboa de comboio (e não tiver uma Mobiky) faz mais sentido usar as binas amarelas. Mais ainda se for a um sítio que não vá regularmente.. não dá para ter uma bicicleta própria por cada ponto da cidade!
Por último a bina amarela tem uma liberdade que os transportes públicos tb têm, e que as binas normais e os carros não têm: poder andar a pé sem ter que voltar ao sítio onde se deixou a bina/o carro.
Ufa, tanto argumento.
obrigado (Y)
Pronto, fui pela via dos print screens e pronto. Dividida ao meio e tal, acho que já dá pra ler. 🙂
Pois, não consegui melhor, foi um kung fu pra passar o pdf a imagem e seleccionar só esta parte. 😛 De qualquer modo, pra receber estas edições digitais gratuitamente basta fazer o registo no site deles. 🙂 Vou enviar-te o pdf todo por e-mail e logo vejo se consigo pôr isto legível.
Ana, não se consegue ler 🙁
É que eu não consigo imaginar que tipo de críticas pode haver (descontando as das lojas, claro), e fiquei curioso.