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What a bike can do, em Lisboa

O Bruno adora a sua bicicleta longtail (ou “de cauda longa”) Surly Big Dummy.

Bicycle Repair Man @ Marginal Sem Carros

Usou-a no dia-a-dia em Lisboa desde 2010 para transportar tudo e mais alguma coisa. Antes disso tinha usado, tal como eu, uma bicicleta da Decathlon, com um kit Freeradical, da Xtracycle, durante uns 3 anos.

Estante na Big Dummy

Ao longo destes 9 anos com a Big Dummy, foi experimentando e alterando muitas coisas, pelo que da montagem original já só devia estar o quadro, mesmo. 🙂 Perdi a conta aos tipos de guiador, de punhos, transmissão, pedais, pneus, eu sei lá. Foi um veículo utilitário e uma plataforma de aprendizagem contínua também. Chegou ainda a ter um kit BionX instalado durante uns anos, que depois vendemos e não substituímos. Saúde, uns quilos a menos e boa forma física foi o resultado desse aparente downgrade.

A secretária do Bruno

Este ano nasceu o Noah, e tivémos que expandir a nossa frota familiar para se adequar às novas exigências (2 adultos, 1 cão e 1 bebé). A principal aposta foi numa bakfiets compacta, a Muli, electrificada com um kit PendiX. A ideia era eu usar esta bicicleta (eléctrica) nos últimos meses de gravidez (Verão na cidade “das 7 colinas”, e depois quando o bebé nascesse, transportando-o no “ovo” dentro da caixa da bakfiets. Falarei dessa experiência e dessa bicicleta num outro post um dia destes. 🙂

Entretanto decidimos investir também numa longtail eléctrica, já a antecipar cansaço extra e bebé em constante crescimento e multiplicação de tralhas e compras, o pretexto perfeito para testarmos em Lisboa, e no nosso dia-a-dia, a Yuba Spicy Curry, pela qual nos tínhamos apaixonado no primeiro test ride que lhe fizémos, em 2017, na feira Spezi.

SPEZI 2017
SPEZI 2017

Embora a Surly Big Dummy não vá a lado nenhum por enquanto (já disse o quanto o Bruno adora aquela bicicleta?), a Yuba Spicy Curry provou bem o seu valor, e tem sido uma mais valia no nosso dia-a-dia, em particular para o Bruno, que é quem a conduz.

A roda traseira mais pequena põe a carga nos sacos e no deck mais baixa, o que é bom em termos de estabilidade. O cesto dianteiro é gigante. O motor Bosch Performance Line CX torna as subidas e o vento muito menos relevantes. Claro que os sacos são menores do que numa longtail convencional e isso limita a capacidade de carga nos sacos e assim protegida da chuva. O cesto dianteiro torna passar com a bicicleta nos pórticos da CP e arrumá-la dentro dos comboios, um bocado mais chato. E claro que o peso por vezes “pesa”, mas a rolar não. E as grelhas que expandem a base de carga do deck, são fixes.

Continua a transportar a Mutthilda atrás no cesto, agora um pouco mais baixa.

Yuba Spicy Curry & Mutthilda

Continua a acartar as compras do supermercado.

Yuba Spicy Curry cargo capacity

Não faltando as cargas mais ousadas de vez em quando, como uma Brompton em cima de uma palete. 🙂

Yuba Spicy Curry cargo capacity

O primeiro grande teste foi uma volta grande a Alfragide (desde Sapadores/Santa Apolónia). Tínhamos umas cenas do IKEA para devolver e várias cenas para trazer de lojas ali.

Primeira paragem no IKEA.

Yuba Spicy Curry cargo capacity

A seguir cenas do Leroy Merlin – que foram uns fixes e nos permitiram deixar as bicicletas carregadas dentro da loja, debaixo de olho deles. 🙂

Yuba Spicy Curry cargo capacity

Finalmente, umas coisitas rápidas da Decathlon – que não tem grandes condições de parqueamento à porta, para bicicletas. 🙁

Yuba Spicy Curry cargo capacity

Voltar para casa, por volta da meia-noite, já, foi pacífico. 🙂

Yuba Spicy Curry cargo capacity

Cerca de 1h depois estávamos em casa, de barriga cheia da pedalada!

Yuba Spicy Curry cargo capacity

E sem perder carga pelo caminho. Benditas Rok-Straps! Deve ser dos pequenos acessórios que mais recomendamos na nossa loja.

Yuba Spicy Curry cargo capacity

No final da gravidez, houve uns dias que estava mais mole por causa da barriga gigante e do calor de Agosto, e fui à boleia do Bruno até ao Centro Pré e Pós PArto, perto da Quinta das Conchas, mais de 30 min de caminho. Também deu bem para essa função. 😉

Mas o meu episódio favorito foi daquela vez em que fomos ao Horto do Campo Grande (andamos a transformar parte do logradouro da nossa casa de volta em jardim/horta) comprar flores e resolvemos comprar também uma árvore.

Trees by bike

Andar com a árvore (e as flores) nas bicicletas a pedalar pela cidade foi lindo.

Trees by bike

Não só pela reacção das pessoas com quem nos cruzávamos mas pela cena fixe de trazermos connosco a natureza, a sombra, o verde, o jardim, pelo meio da cidade “betonizada” e “automobilizada”.

Trees by bike
Trees by bike

Foi literalmente uma lufada de ar fresco e era impossível não sorrir. 😀

E chegou tudo inteiro a casa, claro.

Trees by bike

E a árvore veio trazer-nos um novo bem-estar, só de a ver ali todos os dias.

Trees by bike

As longtails são bicicletas fantásticas para qualquer família, com ou sem cão, com ou sem crianças, e tornam mais fácil viver sem carro, e muito mais giro. 😉

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Por Ana Pereira

Instrutora de condução, formadora em segurança rodoviária, e consultora em mobilidade & transporte em bicicleta. Bicycle Mayor of Lisbon 2019-2020.

2 comentários a “What a bike can do, em Lisboa”

Um texto que desperta consciências, provoca a reflexão e inibe a habitual agressividade nestas situações gravíssimas em que há uma morte.

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