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Geração de energia na bicicleta

Deco Goodman (que infelizmente tem um site todo em Flash…), um designer norte americano, concebeu um conceito de geração de energia para bicicletas que não só utiliza a rotação das rodas, como também as irregularidades do terreno. Chamou-lhe fE (free energy). Este projecto foi concebido no âmbito de uma cadeira da universidade que frequenta.

Aspecto final de algumas partes do conceito

A ideia baseia-se em dois componentes de geração de energia: um sistema de ímanes e bobinas na roda traseira e um sistema de amortecimento com chips piezoeléctricos no espigão do selim.

O sistema de íman e bobina não é novidade, porém o costume é usar apenas 1 ou 2 ímanes presos nos raios da roda. No desenho de Goodman, seria utilizada uma fita flexível presa aos raios com ímanes em intervalos reduzidos. Desta forma o efeito do campo magnético é mais constante. Não é explícito nos desenhos de que forma será gerido o aumento de resistência para auxiliar a travagem e produzir mais energia, mas deduzo que fosse através de um circuito electrónico.

Diagrama do gerador da roda traseira

O espigão de selim teria uma suspensão integrada, que geraria energia quando activada pelas irregularidades do terreno.

Diagrama do sistema de suspensão do espigão do selim

Estaria integrada também no espigão a bateria para guardar a energia produzida pelos dois sistemas. Pelo que pude deduzir, esta bateria serviria para alimentar as luzes da bicicleta, não sendo possível perceber se o designer teria outras ideias de utilização da energia, ou de outros sistemas que pudessem utilizar a bateria (lanterna para campismo, rádio, gps, etc), quer directamente, quer por exemplo através de uma ligação USB, que é cada vez mais comum nos gadgets do dia a dia.

Bateria e luz traseira

Esta ideia poderá ser mais uma que não chega a ser produzida, mas tenho curiosidade em saber se seria viável. Resta esperar para saber se o designer produz pelo menos algum protótipo funcional para testes. 🙂

[Via TreeHugger]

Por Bruno Santos

Instrutor de condução, formador e técnico de mecânica de bicicletas.

7 comentários a “Geração de energia na bicicleta”

Com o background de artista multimeios sempre me interessei indiretamente pelo engenho do homem e penso que seria possível acoplar um daqueles motores magnéticos que prometem energia livre fazendo nosso dia a dia menos poluído já que esses motores não usam combustíveis e duram o tempo de vida dos imãs e o mais legal: Nenhum centavo (0R$) de gasolina ou eletricidade! Apenas tinha medo que minha bike fosse ficar grudando na lataria dos carros por aí.

“O sistema do selim não é novo. Existem à venda lanternas cujo interior tem uma bobina que quando abanada da mesma forma que o selim da bicicleta, gera energia eléctrica.”

O selim não funciona como as lanternas. Funciona por compressão de um chip piezo que gera energia quando é comprimido, vibra, etc.

Nenhuma das ideias é efectivamente inovadora pela tecnologia, talvez o seja pela conjugação destas e ainda mais se for produzido. O sistema de sinalização da minha bicicleta funciona tal e qual este sistema de fita, mas com apenas 1 bobina e 2 imanes (http://www.freelights.co.uk/). Claro que talvez continue a ser mais eficiente um dínamo no cubo da roda. Calculo que o designer apenas tenha o plano e não tenha feito nenhuns cálculos de eficiência para comparar com as soluções em produção em massa. 🙂

O sistema do selim não é novo. Existem à venda lanternas cujo interior tem uma bobina que quando abanada da mesma forma que o selim da bicicleta, gera energia eléctrica. Quanto ao modo de funcionamento da roda e da fita, deve utilizar o mesmo sistema dos comboios. Em vez de fazer atrito, o comboio põe a funcionar geradores que estão ligados às rodas mas que não funcionam quando o comboio está a andar normalmente. Aqui também se pode pôr um alternador a funcionar quando se carrega no travão. Como se sabe, os alternadores que se usavam antigamente obrigavam a um maior esforço quando este se encostava à roda.

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