O Paul, do Bikesharing Blog, encontrou há tempos um artigo sobre a “febre” (boa, parece-me!) dos sistemas estilo Vélib e Bicing.
O autor do artigo na Newsweek fala sobre o funcionamento destes sistemas, em que muitos (e bem sucedidos, como o Vélib) acoplam o serviço de bikesharing com o de exploração de espaço publicitário nas cidades. O autor sugere ainda a possibilidade de, na verdade, as Câmaras Municipais estarem a perder dinheiro com esta opção. Ele pergunta se não seria mais vantajoso a Câmara Municipal separar as duas vertentes, como acontecerá agora em Hamburgo: a Câmara trata as concessões para a exploração do espaço publicitário (receitas) e para a gestão do sistema de bicicletas públicas (despesas) separadamente.
No caso do Vélib, usando os valores apresentados no texto do artigo da Newsweek, se o sistema custa 2500 € / bicicleta / ano, se contam ter 20 000 bicicletas, e se a JCDecaux espera um volume de vendas de publicidade no valor de 60 milhões € / ano, a Câmara de Paris estará a abdicar de mais de 10 milhões € de receitas por cada ano de contrato com a JCDecaux.
Claro que o trade-off é a Câmara não ter que ser especialista do mercado publicitário nem do negócio de aluguer das bicicletas, mas mesmo assim, é um caso que merece alguma análise, e cautelosa… Mais relevante ainda se torna quando sabemos que a Câmara Municipal de Lisboa pretende implementar na cidade um sistema de bicicletas públicas, num contexto de défice financeiro agravado…
Nota: A juntar-se à Clear Channel e à JCDecaux, surge agora a Cemusa também neste negócio (Bicincittá). Estas duas últimas empresas estão presentes em Portugal.